Nome em outros idiomas
- Inglês: aguaje palm, moriche palm, buriti
- Espanhol: canangucho (Colômbia), aguaje (Peru).
Origem, distribuição
Nativa do Brasil, ocorre praticamente em toda a região central e sul da planície amazônica em terrenos de várzeas e brejos.
Descrição [3]
Conhecida por buritizeiro, esta palmeira atinge até 35 m de altura, tem porte elegante, estipe reto e simples. As folhas são grandes e dispostas em leque. As flores têm coloração amarela e são reunidas em inflorescência do tipo cacho.
O fruto (ou coco) é conhecido por buriti, tipo drupa, globoso, alongado, com superfície revestida por escamas de coloração castanho-avermelhada brilhante. A polpa é comestível, alaranjada, envolvendo uma semente globosa e dura. A frutificação ocorre na primavera a outono, dependendo da região.
Propaga-se por semente.
Uso popular e medicinal [2]
As partes de uso medicinal são a raiz, a goma do talo da palha, o fruto e a seiva (também chamada de vinho). O vinho é extraído através da perfuração do tronco com o uso de um trado (semelhante a extração do óleo de copaíba) a aproximadamente 1 m do chão.
O óleo de buriti é chamado de azeite, é coletado do fruto logo após cair da palmeira ou depois que estiver pubado. O buriti pubado é aquele que permanece no chão por alguns dias e fica mole, espumando, azedo, fermentado e meio apodrecido. Tem cheiro e gosto forte, consistência fina, cor amarelo-avermelhada e aparência cristalina. O principal uso deste óleo é medicinal, mas na falta do óleo de cozinha serve para preparar arroz, peixe, galinha e outros alimentos.
O azeite de buriti é cicatrizante e anti-inflamatório, usado para tratar ferimentos novos ou velhos, inclusive úlcera varicosa, aplicar em hematomas provenientes de pancadas, em manchas roxas; e aplicar na boca para evitar sangramento de gengiva.
Rico em vitamina A, o azeite é frequentemente usado para tratar queimaduras devido às suas qualidades calmantes e sua capacidade de promover a formação de tecido cicatricial. Aplicado a pele, serve como protetor solar, hidratante e repelente de insetos.
O azeite de buriti é usado no couro cabeludo, para prevenir a queda de cabelos, em furúnculos, frieiras, coceiras, picada de insetos e cobra. Serve para fazer massagem relaxante nas articulações.
Para curar problemas nos olhos, como irritação, visão turva, dor ou ferimento, é indicado passar o azeite nas pálpebras, do lado de fora do olho ou tomar pequenas doses. Não é aconselhável pingar o azeite nos olhos, pois ele demora a ser absorvido e pode provocar ardência e alergia. Ingerido em pequenas quantidades, o azeite serve para tratar tosse, gripe e asma.
As raízes do buritizeiro são usadas como infusão para tratar má circulação do sangue e doenças do coração. A seiva é usada como fortificante e também para diarreia, prisão de ventre e gases intestinais. A baba retirada do talo verde da palha do buriti é usada para curar impingem e pano branco da pele (ou micose de praia, doença causada por um fungo). A baba deve ser aplicada com cuidado no local afetado, pois é irritante e pode causar ardência na pele.
O carvão obtido da queima do caroço do buriti serve contra gastrite e mal-estar causado pela ingestão demasiada de bebidas alcoólicas.
Atenção
O uso interno desta planta não é indicado para mulheres grávidas.
Outros usos
Veterinária. Usam o óleo para curar a pisadura de animal causada por sela. A aplicação no local afetado faz os pêlos voltarem a nascer em pouco tempo. O azeite também é usado para desintoxicar animais de criação que tenham ingerido substâncias ou plantas tóxicas [2].
A polpa é amplamente utilizada na produção de sumo, geleia, licores e outras bebidas com um elevado teor de vitamina C. A inflorescência e brotos são consumidos, enquanto que o amido é extraído do tronco. Folhas, pecíolos e troncos são usados em habitação [1].
Referências
- Palm & Cycad Society of Australia Inc. (PACSOA, 2013): Mauritia flexuosa - Acesso em 1 de maio de 2016
- DIAS, J. E. LAUREANO, L. C. (Coord.). Farmacopeia Popular do Cerrado. s.l., GO: Articulação Pacari, 2009.
- Palm & Cycad Society of Australia Inc. (PACSOA, 2013): Mauritia flexuosa - Acesso em 1 de maio de 2016
- SILVA, S. TASSARA, H. Frutas Brasil. Empresa das Artes, São Paulo (SP), 2005.
- Imagem: Wikimedia Commons (Author: Scott Zona) - Acesso em 1 de maio de 2016
- The Plant List: Mauritia flexuosa - Acesso em 1 de maio de 2016
GOOGLE IMAGES de Mauritia flexuosa - Acesso em 1 de maio de 2016