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Crajiru [1]

Enviado por Sergio Sigrist em ter, 07/10/2014 - 9:49pm
Nome científico: 
Fridericia chica (Bonpl.) L.G.Lohmann
Família: 
Bignoniaceae
Sinonímia popular: 
Carajurú, capiranga, cipó-cruz, grajirú, crajurú, guarajurupiranga, pariri, piranga, calajouru, karajura, krawiru.
Sinonímia científica: 
Arrabidaea chica (Bonpl.) Verl.
Partes usadas: 
Folhas
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Ácido anísico, ferro assimilável e cianocobalamina, quinonas, pseudoindicanas, flavonoides, triterpenos, cumarinas, alcaloides, taninos, saponinas, carajurina, bixina, genipina.
Propriedade terapêutica: 
Adstringente, antidiarreica, antileucêmica, antianêmica, anti-inflamatória, antidisentérica, emoliente, antidiabética, cicatrizante, desinfetante.
Indicação terapêutica: 
Tratamento de feridas, impigem, enfermidades da pele de diferentes origens, inflamações do útero e dos ovários, conjuntivite, cólicas intestinais, diarreia sanguínea, enterocolite.
tags: 
Ferida [2]
Impingem [3]
Doença da pele - dermatose - dermatofitose [4]
Inflamação [5]
Conjuntivite [6]
Cólica [7]
Diarreia [8]
Enterite [9]
Câncer de mama [10]
Leucemia [11]

Nome em outros idiomas

  • Espanhol: carayurú, chica, bejuco de hierro, pariri

Origem, distribuição
Encontrada no México, América Central e Amazônia.

Descrição
É uma espécie autóctone que cresce nas matas tropicais, sobretudo as secundárias.

Trepadeira lenhosa, preensil; gavinha simples. Ramos cilíndricos, púberulos. Folhas 2-3 folioladas, opostas; lâmina 6-9 × 2,5-3,2 cm, oblongo-lanceolada a lanceolada, glabra, glândulas interpeciolares; ápice agudo a acuminado; base arredondada; venação eucamptódroma; pecíolo 3,5-4,5 cm comprimento; peciólulo 0,6-2 cm de comprimento. 

Inflorescências em panículas terminais amplas, multiflora; cálice campanulado, denticulado, glândulas no ápice; corola rósea, pubescente, ca. 3 cm compr.; estames inclusos. Cápsulas lineares, achatadas, glabras, 10-26 cm de comprimento.

A propagação é feita através de estacas de ramos lenhosos e herbáceos, com cerca de 20 cm de comprimento.

Uso popular e medicinal
O crajiru integra a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus), que é constituída por plantas nativas ou exóticas adaptadas, amplamente utilizadas pela população brasileira e que apresentam evidência para indicação na atenção básica de saúde. Muitas dessas espécies, entretanto, necessitam de estudos que confirmem sua eficácia e segurança.

Ao crajiru são atribuídas propriedades terapêuticas para enfermidades da pele.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) trabalham no sentido de oferecer dados necessários do crajiru à produção de um medicamento fitoterápico para cicatrização de lesões de pele e mucosa. O produto tem um poder cicatrizante muito bom e poderá atender pacientes que desenvolvem ulcerações em consequência de diabetes ou pacientes imunodeprimidos.

A planta é muito utilizada por povos da Amazonia para tratamento de dores de estômago, intestino, diarreia, anemia, leucemia, feridas, impigem, enfermidades da pele de diferentes origens, inflamações do útero e dos ovários, câncer no seio, conjuntivite, cólicas intestinais, diarreias sanguíneas e enterocolites.

Apresenta propriedades adstringente, antidiarreica, antileucêmica, antianêmica, anti-inflamatória, antidisentérica, emoliente, antidiabética, cicatrizante e desinfetante. Quimicamente já foram identificados ácido anísico, ferro assimilável e cianocobalamina, quinonas, pseudoindicanas, flavonoides, triterpenos, cumarinas, alcaloides, taninos, saponinas, carajurina, bixina e genipina.

 Dosagem indicada - Chá de crajiru e transagem
Tratamento de câncer no seio, leucemia e para doenças no útero. 

  • 4 a 5 folhas de crajiru
  • 1 pé de transagem (folhas e raiz) ou 1 porção / colher de sopa de transagem seca (pode ser encontrado em farmácia). Preferível usar a planta verde.
  • 2 litros de água (sem ser clorada)

Ferver durante aproximadamente 20 minutos em panela (vidro ou esmaltada) tampada. Deixar esfriar e coar.

Tomar pequenos goles (½ xícara) de 30 em 30 minutos durante o dia. Repetir o chá (fazer novo todo dia) durante no mínimo 10 dias.

Durante o tratamento não ingerir carne vermelha (permitido comer frango e peixe), nem refrigerante ou bebida alcóolica. Não fumar.

Importante: comer verduras e legumes e evitar embutidos e enlatados.

Outros usos
Utilizada pela populações indígenas da Amazônia para pintura do corpo e de utensílios. 

A planta serve para tingimento de algodão, tendo sido exportada em pequena escala no início do século como corante vermelho-americano. As cores atrativas das folhas, flores e frutos são creditadas ao pigmento carajurina. 

Contra insetos, utilizam-se uma pasta na forma de cataplasma.

 Colaboração

  • Marcio Landes Claussen, Engenheiro Químico aposentado, Brasília (DF), 2014.

 Referências

  1. EMBRAPA Rondônia (Infoteca 2005): Folder Crajiru [12] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  2. Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Ocidental (2008): Produção de biomassa de folhas e caules de três tipos de Crajiru [13] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  3. Jornal da UNICAMP (2013): CPQBA testa fitoterápico para cicatrização de lesões [14] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  4. Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2006): Growth of crajiru (Arrabidaea chica Verlot.) on different growing media [15] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  5. Revista Brasileira de Farmacognosia (2008): Arrabidaea chica (HBK) Verlot: phytochemical approach, antifungal and trypanocidal activities [16] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  6. Hoehnea (Instituto de Botânica 2011): Plantas trepadeiras do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga [17] - Acesso em 27 de setembro de 2015
  7. Imagem: EMBRAPA Rondônia [18] (Autora: Maria das Graças R. Ferreira) - Acesso em 27 de setembro de 2015
  8. The Plant List: Fridericia chica [19] - Acesso em 27 de setembro de 2015

GOOGLE IMAGES de Fridericia chica [20] - Acesso em 27 de setembro de 2015

 

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