Plantas Medicinais - Aromáticas - Condimentares
Published on Plantas Medicinais - Aromáticas - Condimentares (https://www.ppmac.org)

Início > Lótus

Lótus [1]

Enviado por Sergio Sigrist em ter, 13/06/2017 - 5:17pm
Nome científico: 
Nelumbo nucifera Gaertn.
Família: 
Nelumbonaceae
Sinonímia popular: 
Flor-de-lótus, loto-indico, lótus-da-índia
Sinonímia científica: 
Nelumbo speciosa var. alba F.M.Bailey
Partes usadas: 
Toda a planta.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
A semente contém vários constituintes ativos incluindo alcaloides e flavonoides.
Propriedade terapêutica: 
Adstringente, cardiotônica, febrífuga, hipotensiva, resolvente, estomáquica, tônica, vasodilatadora.
Indicação terapêutica: 
Diarreia, insolação, ejaculação precoce, cólica abdominal, úlcera gástrica, menstruação excessiva, hemorragia pós-parto.
tags: 
Cólica [2]
Diarreia [3]
Insolação [4]
Menstruação - falta - excesso [5]
Hemorragia [6]
Úlcera [7]

 


 Esta espécie é considerada planta alimentícia não convencional.
Nome em outros idiomas

  • Inglês: Sacred lotus, Indian lotus, bean of India
  • Francês: Fève D´egypte, fève d'Egypte, lotier, lotus indien, lotus sacré

Origem, distribuição
Lótus ocorre naturalmente em regiões temperadas e tropicais da Ásia (Irã, China, Japão, Nova Guiné) e no nordeste da Austrália [4]. No Brasil é cultivada no Sul e Sudeste para fins ornamentais e produção de raízes tuberosas e frutos (castanhas) para consumo [1].

Descrição [4]
Lótus é planta aquática perene com rizomas (muitas vezes chamado erroneamente de "raízes") que crescem no fundo de lagoas rasas, pântanos e campos inundados. É grande, peltada (o pecíolo prende-se no meio da lâmina foliar), eleva-se acima da superfície da água em pecíolos de 1 a 2 m de comprimento.

A superfície da folha surpreendentemente hidratante inspirou o termo "efeito de lótus", que descreve a capacidade de autolimpeza das folhas, em outras palavras o resultado de partículas de sujeira serem captadas por gotas de água devido a uma nanoestrutura complexa da superfície foliar, o que minimiza a adesão.

Lótus tem profundo significado religioso para hindus e budistas, cuja flor de lótus simboliza a beleza, a pureza e a divindade. No hinduísmo, lótus representa o sol e associa-se às deusas da fertilidade.

Uso popular e medicinal [3]
Lótus tem sido usada no Oriente como erva medicinal há mais de 1.500 anos. Todas as partes são adstringentes, cardiotônicas, febrífugas, hipotensivas, resolventes (causa resolução de inchaço e inflamação), estomacais (fortificante do estômago), hemostáticas (controla a hemorragia), tônicas e vasodilatadoras.

O suco da folha é indicado no tratamento da diarreia e, em decocto com alcaçuz (Glycyrrhiza spp), no tratamento da insolação.

A decocção das flores é utilizada no tratamento da ejaculação precoce. As flores são recomendadas como um tônico cardíaco.

A decocção do receptáculo floral é usada no tratamento de cólicas abdominais, descargas sangrentas, etc.

A haste da flor é hemostática, indicada no sangramento de úlceras gástricas, menstruação excessiva e hemorragia pós-parto. Os estames servem para tratar a frequência urinária, ejaculação precoce, hemólise (alteração dos glóbulos vermelhos do sangue), epistaxe (sangramento nasal) e sangramento uterino. A decocção do fruto é utilizada no tratamento de agitação, febre, queixas cardíacas, dentre outros males.

A semente contém vários constituintes ativos incluindo alcaloides e flavonoides. É hipotensivo, sedativo e vasodilatador. A semente mostrou diminuir os níveis de colesterol e relaxar o músculo liso do útero. É usado no tratamento de má digestão, enterite, diarreia crônica, espermatorreia, leucorreia, insônia, palpitações, etc. 

A plúmula e a radícula são usadas para tratar a sede de doenças febris altas, hipertensão, insônia e inquietação.

A raiz é tônica. O amido da raiz é usado no tratamento de diarreia, disenteria e outros males. Uma pasta é aplicada à micose e outras doenças da pele. Toma-se também internamente no tratamento de hemorragias, menstruação excessiva e hemorragias nasais. Os nós da raiz são utilizados no tratamento de sangramento nasal, hemoptise (expectoração de sangue), hematúria (sangue nas urinas) e sangramento funcional do útero. A planta tem um histórico popular no tratamento do câncer. A pesquisa moderna isolou certos compostos da planta que mostram atividade anticancerígena.

N. nucifera contém alta concentração de ácidos fenólicos totais, flavonoides e alcaloides. Veja a seguir um resumo conforme relatado em [2].
  • Alcaloides de bisbenzylisoquinoline (nelumboferina, nelumborina A,B e o principal bioativo neferine e compostos estruturalmente relacionados linesinina e isolinesinina), alcaloides de aporfina (nuciferina, nornuciferina)
  • Ácido anísico
  • Catequina polifenólica e um conteúdo de EGCG (epigalocatequina-galato, um flavonoide antioxidante natural), podem ser encontradas na vagem de sementes como procianidina C1 e as raízes contêm procianidina B.
  • Quercetina, isorhamnetina, miricetina, kaempferol, diosmetina, siringetina, 
  • Triterpenoides (ácido betulínico), higenamina, hiperosídeo, astragalina, L-triptofano

 Culinária [1]
Raiz de lótus refogada. Lave e raspe finamente as raízes. Corte-as em rodelas finas e refogue-as na manteiga ou azeite com sal e alho a gosto. Adicione molho de soja (shoyu), pimenta-do-reino moída na hora e água fervente para terminar de cozinhar. Pode ser cozida no vapor também ou ensopadas. As raízes podem ser desidratadas (reidrate por 30 minutos e cozinhe), como já encontradas em lojas de produtos naturais.

Sementes de lótus cozida. Colha as sementes das infrutescências maduras. Descasque-as ou compre-as já pré-processadas em mercados especializados. Deixe-as de molho de um dia para o outro com bastante água. Escorra, retire o embrião e refogue na manteiga com os temperos usuais. As sementes, inteiras ou trituradas, podem ser usadas em sopas e purês.

Dedicado ao Grupo Hidrofitotério do Horto Botânico "Walter Radamés Accorsi" [8] (USP/ESALQ), 2017.

 Referências

  1. KINUPP, V. F; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais no Brasil. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa (SP), 2014.
  2. Examine.com: Nelumbo nucifera [9] - Acesso em 11 de junho de 2017
  3. Plants for a Future: Nelumbo nucifera [10] - Acesso em 11 de junho de 2017  
  4. KewScience (Plants of the World): Nelumbo nucifera [11] - Acesso em 11 de junho de 2017
  5. Image: Wikimedia Commons [12] (Author: T. Voekler) - Acesso em 11 de junho de 2017
  6. The Plant List: Nelumbo nucifera [13] - Acesso em 11 de junho de 2017

GOOGLE IMAGES de Nelumbo nucifera [14] - Acesso em 11 de junho de 2017

 

[15]
Home Comunidade  
Sobre PPMAC  Repositório  
Histórico Notícias  
Colaboradores Dicas de Saúde  
Nossas Plantas Sugestão de Assinantes  
Blog Fornecedores de muda, semente, óleo essencial  
Newsletter Cursos de Fitoterapia  
Entre em contato     
Login    

Source URL:https://www.ppmac.org/content/lotus

Links
[1] https://www.ppmac.org/content/lotus [2] https://www.ppmac.org/tags/colica [3] https://www.ppmac.org/tags/diarreia [4] https://www.ppmac.org/tags/insolacao [5] https://www.ppmac.org/tags/menstruacao [6] https://www.ppmac.org/tags/hemorragia [7] https://www.ppmac.org/tags/ulcera [8] https://www.facebook.com/hidrofitoterio.esalq/ [9] https://examine.com/supplements/nelumbo-nucifera/ [10] http://www.pfaf.org/user/Plant.aspx?LatinName=Nelumbo+nucifera [11] http://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:605422-1 [12] https://commons.wikimedia.org/wiki/User:Teacoolish [13] http://www.theplantlist.org/tpl1.1/record/kew-2384945 [14] https://www.google.co.uk/search?q=%22Nelumbo+nucifera%22&tbm=isch&gws_rd=ssl [15] https://www.ppmac.org/sites/default/files/lotus.jpg