Origem, distribuição
Espécie encontrada no sudoeste da Amazônia brasileira, na Amazônia boliviana e na floresta costeira atlântica do Brasil, do norte da Bahia ao sul até Santa Catarina.
Descrição
Árvore de dossel de florestas tropicais, prefere solos profundos e úmidos. Atinge entre 25 a 50 m de altura.
Tronco reto de casca pardacenta, grossa e fendida verticalmente, podendo chegar a mais de 2 m de diâmetro.
Folhas alternas, simples, elípticas a lanceoladas, ápice acuminado, margens serreadas de 5 a 10 cm de comprimento, com pecíolo levemente alado.
Apresenta flores brancas com cerca de 7 mm de comprimento.
O fruto é uma cápsula cilíndrica e lisa, pixidio, com bordo provido de espinhos, de 5 a 9 cm de comprimento e com sementes aladas.
NOTA. A espécie que estamos descrevendo aqui é o jequitibá-branco (Cariniana estrellensis), geralmente confundido com jequitibá-rosa (Cariniana legalis). Observando-se o fruto, dá para distinguir entre um e outro. C. estrellensis tem a margem de abertura do pixídio (designação de frutos secos que se abrem transversalmente) serrilhada, são dentículos que a fazem irregular. A casca interna e a madeira tendem a ser menos avermelhadas ou rosadas do que C. legalis. |
Uso popular e medicinal
As utilidades terapêuticas do jequitibá-branco são inúmeras, na forma de chás. A casca é um poderoso adstringente e tem grande poder desinfetante, sendo por isso recomendada para as inflamações das mucosas e faringite.
É útil no tratamento de diarreia, angina e em lavagem vaginais nos casos de flores-brancas (corrimento vaginal branco), leucorreia, metrites e outras doenças do útero e ovário.
Uma análise da atividade antibacteriana e antifúngica de jequitibá-branco foi apresentada em Jornada de Atividade Científica (2018). Os autores concluiram que o extrato hidroalcóolico de C. estrellensis demonstrou ter atividade antimicrobiana para todas as cepas bacterianas estudadas, tendo maior eficácia contra bactérias Gram positiva (S. aureus e S. epidermidis) e atividade antifúngica C. luneta e C. gloeosporioides.
Os resultados obtidos indicam ser uma alternativa terapêutica promissora como fitoterápico e alternativa natural no controle de pragas como biopesticida. Apontam como perspectiva estudos mais aprofundados sobre a composição fitoquímica desta planta, para isolamento de possíveis agentes farmacológicos e otimização dos seus efeitos terapêuticos, além de realização de testes de citotoxicidade celular para avaliar os limites entre o efeito terapêutico e efeito tóxico do extrato.
Referências
- XVIII Jornada de Iniciação Científica do Ceulp/Ulbra (2018): Determinação da atividade antibacteriana e antifúngica do jequitibá-branco - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- The New York Botanical Garden: Taxon Details - Cariniana estrellensis - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- EMBRAPA Florestas (2003): Jequitibá-branco - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Globo (Terra da Gente, 2015): Jequitibá-branco - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Revista Árvore (2013): Propagação vegetativa do jequitibá-rosa C. estrellensis por estaquia - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Reflorestamento no Sul da Bahia: Cariniana estrellensis - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Trilhas da ESALQ: Jequitibá-branco - Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Sob a sombra das árvores (Blog, 2012): Jequitibá-branco - Cariniana estrellensis- Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- Imagem: Wikimedia Commons (Autor: João de Deus Medeiros)- Acesso em 10 de fevereiro de 2019
- The Plant List: Cariniana estrellensis- Acesso em 10 de fevereiro de 2019
GOOGLE IMAGES de Cariniana estrellensis- Acesso em 10 de fevereiro de 2019