Ingá

Nome científico: 
Inga edulis Mart.
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Feuilleea edulis (Mart.) Kuntze
Partes usadas: 
Casca, polpa do fruto, semente.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Vitamina C, açúcar, proteína, fibra, caroteno, macro e micronutrientes (K, Mg, Ca, Fe, Zn), trans-óxido de linalol (furanoide), linalol, nonanal, ácido palmítico, tricosano, polifenol.
Propriedade terapêutica: 
Antisséptico, antioxidante, anti-inflamatório.
Indicação terapêutica: 
Ferida, diarreia, dor de cabeça, afta, laringite, úlcera do estômago, bronquite, lavar cabelo, blenorragia, hemoptise.

Origem, distribuição

Nativa da América Latina Tropical. Distribuída por toda a Amazônia, América Central e ilhas do Caribe (Antilhas, Bahamas).

Nomes em outros idiomas

  • Inglês: Ice cream beans
  • Espanhol: guamo, guama, pacae soga, pacae silvestre

Descrição [3]

Espécie arbórea de porte médio a alto, rápido crescimento atingindo de 15 a 20 m de altura em locais abertos e até 40 m na floresta.

Inflorescências axilares ou terminais, agrupadas, apresenta de 4 a 5 espigas nas axilas das folhas. As flores são brancas, atraentes, perfumadas e atrai abelhas melíferas.

O fruto é uma vagem comprida de tamanho variável, indeiscente, verde, cilíndrica, espessa, multissucada longitudinalmente, podendo atingir 2 m de comprimento.

As sementes são negras em número variável por fruto, revestidas por uma sarcotesta (quando a testa da semente torna-se pulposa e comestível) branca, flocosa, suculenta, adocicada e comestível.

Planta cultivada pelo fruto comestível e uso em sistemas agroflorestais. A biomassa pode ser aproveitada como forragem e adubo.

A madeira é empregada em carpintaria e a lenha dá excelente carvão.

Uso popular e medicinal
O fruto é rico em vitamina C, açúcar, proteína, caroteno, macro e micronutrientes (potássio, magnésio, cálcio, ferro e zinco) essenciais à saúde. Relata-se que em 100g de polpa do fruto há um valor energético de 53,0 calorias, 84,9% de água e ainda proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, cálcio, fósforo entre outros. 

Dentre os componentes químicos são citados trans-óxido de linalol (furanoide, 5,8%), linalol (20,0%), nonanal (4,7%), ácido palmítico (7,6%) e tricosano (11,4%).

Na medicina o fruto e a casca são considerados antissépticos, úteis contra blenorragia e hemoptise.

Tribos indígenas usam o fruto contra dor de cabeça. Com a casca do fruto pode-se fazer bochecho e gargarejo contra afta e laringite.  Do cozimento da casca é feita uma bebida contra úlcera do estômago.

A polpa é utilizada na fabricação de xarope caseiro contra bronquite e o chá da casca é muito empregado na cura de ferida e diarreia. Menciona-se que a mistura do chá da casca com casca de romã melhora a eficiência no combate a diarreia. 

A semente do fruto pode ser utilizada como alimento para suínos. Vagens e folhas são apreciadas pelo gado. Os frutos são comestíveis e possuem amplo consumo. A polpa é usada tanto na forma natural quanto essência para sorvete e suco.

Mencionam que a infusão da folha da planta é usada para lavar os cabelos, impedindo a queda e o envelhecimento dos fios [1].  

O interior da polpa é uma boa fonte de fibra alimentar, polifenóis, antioxidantes e anti-inflamatório. As sementes não devem ser consumidas cruas. Quando assadas fornecem uma rica fonte de proteína.

Na Colômbia, uma bebida alcoólica feita do sorvete - conhecida por cachiri - é consumida em um festival com o mesmo nome [2].

 Dedicado a Ozana Farias 

 Referências

  1. Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA, 2012): Análise físico-quimíco da polpa do fruto do ingá-cipó do município de Ariquemes (RO, Brasil) - Acesso em 22 de setembro de 2019
  2. Specialty Produce: Ice Creams Beans - Acesso em 22 de setembro de 2019
  3. Acta Amazonica (2000): Fenologia e produtividade do ingá-cipó na Amazônia Central - Acesso em 22 de setembro de 2019
  4. Image: Courtesy of ©2014 Zoya Akulovax - Acesso em 22 de setembro de 2019
  5. The Plant List: Inga edulis - Acesso em 22 de setembro de 2019

GOOGLE IMAGES de Inga edulis - Acesso em 22 de setembro de 2019