Nome em outros idiomas
- Inglês: dayflower, slender day-flower
Origem, distribuição
Norte da América do Sul, desde o norte do Peru, América Central até o sul e leste da América do Norte.
Descrição [1,2]
Planta perene ereta ou decumbente (inclinado ou voltado para o solo), com caules delgados surgindo de um cacho de raízes fibrosas carnosas. Atinge altura variável entre 40 a 120 cm.
Folhas alternadas, simples, inteiras, com 4-15 cm de comprimento, lineares a estreitamente ovadas, geralmente pouco pubescentes.
Inflorescência perto das pontas das hastes, de pedúnculo curto. Espécie é definida por possuir duas pétalas azuis e uma branca.
O fruto é uma cápsula de 4 a 6 mm de comprimento, 3 loculares e 3 semeadas. Sementes de 3-4 mm de comprimento, de superfície lisa a ligeiramente granular.
A planta é ocasionalmente colhida na natureza por sua raiz comestível e muitas vezes é cultivada em jardins como ornamental.
Cresce em solos argilosos ou arenosos. Considerada como erva daninha em solo cultivado.
Uso popular e medicinal
A planta é emoliente e vulnerária, usada no tratamento de feridas. A decocção é usada em lavagem externa para micoses. O macerado em rum e em seguida esfregado, traz alívio em picadas de aranha. A seiva é usada como anticoncepcional oral [1].
Um trabalho científico verificou o potencial antiproliferativo de infusões de folhas (frescas – 2.0 g.L-1 e secas - 0,64 g.L-1) e flores (frescas - 1.0 g.L-1 e secas - 0,10 g.L-1) de C. erecta e realizou também sua análise fitoquímica. As autoras afirmam que infusões das folhas são utilizadas no tratamento de inflamações, principalmente as relacionadas aos olhos.
A identificação dos compostos presentes nas infusões foi realizada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Os resultados demonstraram capacidade antiproliferativa das infusões de C. erecta e presença de quercetina e isoquercitrina como compostos majoritários.
O índice mitótico e o índice de replicação foram usados como indicativos da proliferação adequada das células e medidos pelo teste de Allium cepa, amplamente utilizado como bioindicador de genotoxicidade.
As autoras concluiram que as infusões possuem potencial antiproliferativo sobre o sistema teste de Allium cepa e que tais características podem estar relacionadas à composição fitoquímica dos extratos (quercetina e isoquercitrina) [3].
Outros usos [3,4]
Trapoeraba é tradicionalmente usada como forragem na alimentação animal, contribuindo para a geração de renda. Apresenta grande potencial ornamental pela beleza de suas flores azuis. Confere proteção ao solo devido ao seu comportamento estolonífero (crescimento rasteiro por estolões que fecham a área por completo), adição de matéria orgânica ao sistema e alta adaptação a ambientes diversos [4].
Embora considerada planta invasora frequente infestando principalmente lavouras anuais, sob o ponto de vista botânico, ecológico e medicinal a trapoeraba é altamente benéfica. Folhas, brotos e rizomas são comestíveis [3].
Dedicado a Rosângela Pinto, Guarulhos (SP).
Referências
- Tropical Plants Database (Ken Fern): Commelina erecta - Acesso em 4 de abril de 2021
- Missouri Plants: Commelina erecta - Acesso em 5 de abril de 2021
- Enciclopédia Biosfera (Centro Científico Conhecer, 2016): Análise proliferativa e fitoquímica de Commelina erecta pelo teste de Allium cepa - Acesso em 4 de abril de 2021
- Universidade de Passo Fundo (2015): Avaliação biométrica de Commelina erecta e seus diversos usos - Acesso em 4 de abril de 2021
- Agrolink: trapoeraba - Acesso em 4 de abril de 2021
- Imagem: Flora Digital (Autora: Greta Aline Dettke) - Acesso em 4 de abril de 2021
- The Plant List: Commelina erecta - Acesso em 4 de abril de 2021
GOOGLE IMAGES de Commelina erecta - Acesso em 4 de abril de 2021