
Origem, distribuição
Plantago é especialmente distribuída na Índia, Irão, Paquistão e Bangladesh, região que proporciona um ambiente ideal para o cultivo desta espécie.
Nomes em outros idiomas
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Inglês: ispaghula, ispaghol (termos de origem indiana, usados principalmente no Reino Unido e na medicina ayurvédica), blond psyllium, syllium husk
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Espanhol: psyllium, zaragatona rubia, ispágula, cáscara de psyllium
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Francês: psyllium blond, ispaghul, plantain des Indes, tégument de psyllium
Descrição
Psyllium é uma erva anual de caule curto ou sem caule, cresce até 30 a 45 cm de altura. As folhas podem atingir 7,5–25 cm de comprimento, são estreitas, lineares, lineares lanceoladas ou filiformes, com três nervuras e revestidas por pêlos finos e macios.
Apresenta uma raiz principal bem desenvolvida com poucas raízes secundárias fibrosas. Os rebentos floridos surgem da base da planta. As flores são brancas e aparecem aproximadamente 60 dias após o plantio.
O fruto é uma pequena cápsula elipsoidal que se abre na maturidade. Contém sementes duras, em forma de barco, brancas rosadas ou castanhas rosadas. A superfície das sementes é brilhante e lustrosa.
A casca da semente é separada da semente durante a moagem e é uma membrana mucilaginosa translúcida, sem odor e sem sabor, de cor branco-rosada, correspondendo a cerca de 30% do peso da semente.
Diferentes métodos de reprodução têm sido utilizados para o melhoramento desta importante planta medicinal incluindo seleção, mutações induzidas, hibridização, poliploidia e cultura de tecidos, mas o único com bons resultados foi a seleção, que originou o isolamento de algumas variedades cultivadas na Índia com alto rendimento de casca de semente.
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O nome Plantago deriva do latim e significa planta do pé (ou sola do pé), em referência à folha do psyllium. Em persa, o nome comum é isapghul, que corresponde às palavras persas isap + ghol, que significam carro de cavalo, devido às sementes em forma de barco. |
Uso popular e medicinal
Psyllium é encontrado em lojas de produtos naturais ou farmácias de manipulação e deve ser usada com orientação de profisssionais de saúde.
O chá feito com as sementes é tradicionalmente utilizado por seus efeitos benéficos à saúde, principalmente relacionados ao trato digestivo como alivio da constipação, diarreia, redução do colesterol, controle de glicemia, perda de peso e saúde cardiovascular.
O uso mais comum é para regular o funcionamento intestinal:
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Alívio da constipação (prisão de ventre): as fibras solúveis do psyllium formam um gel ao entrar em contato com a água, o que aumenta o volume e a umidade das fezes, facilitando a evacuação.
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Tratamento de diarreia leve: o gel formado também pode ajudar a absorver excesso de água nas fezes, atuando como regulador intestinal.
Redução do colesterol. O consumo regular pode ajudar a reduzir o colesterol LDL ("ruim") ao interferir na absorção de gorduras e bile no intestino.
Controle da glicemia. As fibras do psyllium retardam a absorção de carboidratos, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue, especialmente útil para pessoas com diabetes tipo 2.
Saciedade e apoio à perda de peso. Ao formar um gel no estômago, promove sensação de saciedade, ajudando no controle do apetite e da ingestão calórica.
Saúde cardiovascular. Por auxiliar no controle do colesterol e da glicemia, o psyllium contribui indiretamente para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Composição nutricional e componentes bioativos
A casca das sementes de psyllium é predominantemente composta por carboidratos, com xilose e arabinose sendo os monossacarídeos mais abundantes. Cerca de 85% da casca é composta por fibra solúvel em água. A fração polissacarídica inclui d-xilose (65%), l-arabinose (20%), ramnose (6%) e ácido d-galacturónico (9%), com mais de 60% da fibra sendo arabinoxilano (AX). Os minerais mais abundantes na casca de psyllium são K, Na e P. As sementes de P. ovata possuem maior concentração de fibra em comparação às folhas, enquanto estas últimas contêm mais proteínas e carboidratos totais.
Os fitoquímicos presentes nas sementes e cascas de psyllium, como ácidos graxos, aminoácidos, polifenóis e flavonoides, têm potencial para proteger o organismo contra diversas doenças. Os extratos dessas partes da planta demonstram atividades antioxidantes e a capacidade de eliminar radicais livres. Compostos fenólicos, terpenos e saponinas também estão presentes. Os polissacarídeos encontrados nas sementes e cascas apresentam propriedades antioxidante e anticancerígena, tornando-se promissores para a indústria nutracêutica.
Modo de preparo do chá de sementes
Aqui está uma forma segura e simples de preparar o chá com as sementes de psyllium, respeitando suas propriedades e evitando desconfortos:
Ingredientes: 1 colher de chá (cerca de 5 g) de sementes, 250 ml (1 xícara) de água. Opcional: casca de limão, erva-doce ou hortelã para sabor.
Modo de preparo
- Ferva a água e adicione as sementes de psyllium à água fervente.
- Desligue o fogo imediatamente após adicionar as sementes.
- Tampe e deixe em infusão por 10 a 15 minutos.
- Coe antes de beber, se desejar (as sementes formam um gel leve).
- Beba morno ou em temperatura ambiente.
Cuidado
O chá de psyllium deve ser preparado corretamente, pois o alto teor de fibras pode causar gases, inchaço ou obstruções intestinais se não for acompanhado por uma boa ingestão de água. Em geral, as sementes são mais eficazes quando ingeridas inteiras com bastante líquido, ou moídas e diluídas, mas o chá ainda pode oferecer parte desses benefícios.
Recomendações
- Hidrate-se bem. Após tomar o chá, beba mais um copo de água. As fibras do psyllium absorvem muita água e isso evita desconfortos intestinais ou risco de prisão de ventre.
- Consumo ideal: 1 a 2 vezes ao dia, preferencialmente antes das refeições.
- Não consumir seco. Nunca ingira as sementes secas sem água suficiente, pois podem inchar no esôfago ou estômago e causar obstruções.
- Se for usar como complemento terapêutico (por exemplo, para prisão de ventre, colesterol ou diabetes), é sempre bom consultar um profissional de saúde, especialmente para quem usa medicamentos.
Preparo do chá para promover a saciedade
Se o objetivo for promover a saciedade, por exemplo, para ajudar no controle do apetite ou apoiar estratégias de perda de peso, o ideal é aproveitar a capacidade do psyllium de formar um gel viscoso no estômago. Nesse caso, o preparo muda um pouco para preservar melhor essa característica.
Ingredientes: 1 colher de chá (5 g) de sementes de Plantago ovata (ou casca moída, se preferir), 200 a 250 ml de água em temperatura ambiente ou morna (não fervente). Opcional: gotas de limão, canela ou gengibre em pó para sabor
Modo de uso:
- Coloque a colher de sementes ou casca de psyllium num copo com água.
- Mexa rapidamente e beba imediatamente, antes que engrosse demais.
- Depois de beber, tome mais meio copo de água (100 ml).
Tomar de 15 a 30 minutos antes das principais refeições, isso ajuda a formar o gel no estômago a tempo de reduzir o apetite, promovendo sensação de “estômago cheio”.
Referências
- Trends in Food Science & Technology (2020). Psyllium (Plantago ovata Forsk): from evidence of health benefits to its food application - Acesso em 5 de junho de 2025
- Tua Saúde (Rede Dor, 2023). Plantago ovata: para que serve e como usar - Acesso em 5 de junho de 2025
- World Flora Online: Plantago ovata - Acesso em 5 de junho de 2025
- Image attribution (no changes were made): Stan Shebs, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
GOOGLE IMAGES de Plantago ovata - Acesso em 5 de junho de 2025