Piranheira

Nome científico: 
Piranhea trifoliata Baill.
Família: 
Picrodendraceae
Sinonímia científica: 
Piranhea trifoliata var. trifoliata
Partes usadas: 
Folhas, galhos, casca, caule.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Triterpenos, flavonoides.
Propriedade terapêutica: 
Antimalárico, antioxidante, antimicrobiano.
Indicação terapêutica: 
Inflamação no útero, malária, dor de fígado, rim, estômago, ferimentos, diarreia, cicatrização, curuba (sarna, bicheira, pereba), inflamações.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: three-leaf piranhea

Origem, distribuição

Nativa do Brasil, Bolívia e Venezuela. No Brasil é frequentemente encontrada nos Estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso. 

Descrição
Piranhea trifoliata é árvore de grande porte, de dossel superior, de ramos bem desenvolvidos em geral parcialmente submersos nas margens dos rios. Tronco com cascas de cor cinza, estriadas longitudinalmente. Alcança idade de mais de 400 anos.

É conhecida popularmente como piranheira pois seus frutos e sementes são usados como alimento por piranhas e outros peixes.

Essa espécie foi identificada em 1866 pelo botânico e médico francês Henri Ernest Baillon.

Uso popular e medicinal

As cascas são utilizadas como curativo para inflamação no útero em banhos de assento e para chás no tratamento de malária. Outras indicações da casca são em dores de fígado, rim, estômago, ferimentos, diarreia, cicatrização, curuba (sarna, bicheira, pereba) e inflamações.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) realizaram o fracionamento cromatográfico do extrato diclorometânico e da fase diclorometânica do extrato metanólico das folhas de P. trifoliata. O fracionamento conduziu ao isolamento de 6 triterpenoides pentacíclicos: friedelan-3-ona, 28-hidroxi-friedelan-3-ona, 30-hidroxi-friedelan-3-ona, lupeol, mistura de α- e β-amirina, além da mistura dos esteroides β-sitosterol e estigmasterol.

Os triterpenos pentacíclicos são de grande interesse devido às diversas atividades biológicas apresentadas, servindo como potencial para fabricação de novos medicamentos.

Uma monografia de mestrado avaliou o potencial antimalárico, antioxidante, antimicrobiano e tóxico de extratos das folhas, galhos, cascas e caule de P. trifoliata sobre Artemia salina (um microcrustáceo de água salgada utilizado como alimento vivo para peixes). 

Extratos das partes citadas da planta apresentaram atividade antimicrobiana frente a Aeromonas hydrophila (bactéria tóxica que vive na água) e atividade antimalárica frente a Plasmodium falciparum (parasita causador  da forma mais virulenta das malárias humanas). A atividade antioxidante ocorreu com a redução do radical DPPH em contato com as substâncias presentes nos extratos de P. trifoliata.

Ensaio de toxicidade sobre Artemia Salina mostrou que os extratos das coletas possuem alta toxicidade.

 Dedicado a Antônio dos Santos (Manaus, AM).

 Referências

  1. Acta Amazonica (2016): Triterpenes of leaves from Piranhea trifoliata - Acesso em 8 de julho de 2018
  2. Encontro de Química do Norte (SBQNorte, 2014): Triterpenos isolados de Piranhea trifoliata - Acesso em 8 de julho de 2018
  3. Universidade do Estado do Amazonas (UEA, 2011): Estudo químico e bioatividade de Piranhea trifoliata - Acesso em 8 de julho de 2018
  4. OPEFE Archives: Piranha - Fruits and seeds in the native habitat - Acesso em 8 de julho de 2018
  5. Image: Wikimedia Commons (Author: Diego Rodriguez, Naturalist photographer) - Acesso em 8 de julho de 2018
  6. The Plant List: Piranhea trifoliata - Acesso em 8 de julho de 2018

GOOGLE IMAGES de Piranhea trifoliata - Acesso em 8 de julho de 2018