Nome em outros idiomas
- Inglês: white weed, billy goat weed
- Francês: ageratum du Mexique., azier françois, bouton, eupatoire bleue.
- Espanhol: chuva
Origem, distribuição
Regiões tropicais da América do Sul. Ocorre em antigas lavouras, margens de caminhos, beira de pomares e campos sujos, quase sempre em locais úmidos e parcialmente sombreados. Encontrada vastamente no Brasil, exceto no extremo sul.
Descrição
Planta anual, herbácea (0,50 a 0,80 m), caule verde-claro, cilíndrico ou achatado, piloso com pelos brancos e curtos, ramificado. Ramos eretos, longos, verde-claros e pilosos. Raiz principal pivotante e inúmeras secundárias.
Folhas simples, opostas, pecioladas, membranáceas, macias e aromáticas. Pecíolos longos, finos e pilosos. Limbo lanceolado, base atenuada nas folhas novas e largo-atenuada ou cuneada nas maduras, ápice acuminado, nervação peninérvea com nervuras salientes na face dorsal e depressas na ventral com a nervura central e duas laterais bem visíveis. Bordos crenulados e grosso-serrilhados e ambas as faces de cor verde-clara.
Flores hermafroditas, tubulosas, limbo pentalobulado. Cálice constituído de um papilho composto de uma só fila de páleas ou escamas lanceoladas, margens serrilhadas e ápice aristado. Anteras obtusas na base e apendiculadas no ápice. Estilete com ramos obtusos. Flores reunidas em capítulos hemisféricos, azul-celeste ou branco dispostos em corimbos terminais.
Frutos constituídos de aquênios providos de 5 costados, minúsculos e escuros, sem o “papus” mas com um papilho paleáceo de 5 escamas.
Sementes representadas pelos aquênios acima descrito.
Uso popular e medicinal
A atividade anti-inflamatória de mentrasto foi confirmada cientificamente por trabalho financiado pela extinta Central de Medicamentos (CEME). Recentemente foi relatado que a decocção de suas folhas demonstraram atividade frente a inflamações ovarianas, amenorreia, dismenorreia, reumatismo e diarreia.
Preparo e dosagem
- Cólicas menstruais (infusão): 1 xícara (café) da planta seca picada em 1/2 litro de água. Tomar 1 xícara (chá) de 4 em 4 horas.
- Reumatismo/artrose (tintura): 1 xícara (café) da planta fresca para 5 xícaras de álcool. Tomar 10 gotas em água 2 vezes ao dia (cólicas) ou aplicar em massagens locais.
- Artrose (pó): colocar 1 colher (café) do pó em água ou suco de frutas para cada dose a ser tomada. Tomar 3 a 4 vezes ao dia.
- Reumatismo e artrose (decocção, uso externo): cozinhar a planta inteira e despejar o chá morno numa vasilha. Colocar os pés ou mãos dentro durante 20 minutos, 2 vezes ao dia, ou usar sob a forma de compressas 2 vezes ao dia.
Outros usos
Apresenta atividade contra insetos hemípteros (precocenos).
Sem efeitos tóxicos nos estudos realizados.
Cultivo
Variedades. Não se conhece variedades da espécie típica.
Clima. Tropical e subtropical. No Estado do Rio Grande do Sul é possível cultivá-la na Depressão Central e Litoral Norte. Dá-se bem nos locais meio sombreado e protegido do frio. Desaparece na entrada do inverno, não resistindo ao frio desta estação.
Solo. Areno-argilosos e férteis onde dá maior produção de folhas, embora não seja exigente quanto ao solo, produzindo melhor nos úmidos e tolerando também os secos e menos férteis.
Propagação. Por meio de sementes que as plantas produzem em abundância. A germinação é alta. Em vista de serem minúsculas, a semeadura em viveiros é boa prática.
Plantio. Feito na primavera, direto no campo ou no viveiro para posterior transplante de mudas. Por serem pequenas não devem ser cobertas para nascer, mas regadas para aderir ao solo. No local definitivo as linhas devem ser deixadas a 0,50 m e as plantas na linha plantadas ou desbastadas para que fiquem a 0,3 – 0,40 m.
Tratos culturais. Resumem-se a capinas para manter a cultura livre dos inços até que as plantas cubram o terreno. Irrigações devem ser feitas em caso de estiagem.
Pragas e doenças. A ocorrência de ácaros nas folhas comprometem a qualidade do produto. Não se conhece a incidência de doenças na cultura.
Colheita. Realizada 120 dias após o plantio. As sementes são cortadas a 10 cm acima do solo para que possam rebrotar e produzir nova colheita. A secagem deve ser feita de imediato. A produção é variável com as condições de solo, clima e de cultivo.
Referências
- Universidade de São Paulo/ESALQ (1999): Cultivo de Horta Medicinal - Acesso em 24 de setembro de 2017
- Revista Brasileira de Farmacognosia (2009): Atividade antitumoral do Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017
- Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC, 2007): Avaliação psicofarmacológica de Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017
- Plants for a Future: Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017
- CASTRO, L. O.; CHEMALE, V. M. Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares – Descrição e Cultivo. Livraria e Editora Agropecuária, Guaíba (RS). 1995.
- Tropilab Inc: Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017
- Image: Wikimedia Commons (Author: Forest & Kim Starr) - Acesso em 24 de setembro de 2017
- The Plant List: Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017
GOOGLE IMAGES de Ageratum conyzoides - Acesso em 24 de setembro de 2017