Nome em outros idiomas
- Inglês: green mormon tea, green ephedra, Indian tea, mountain ephedra
- Francês: ephedra
- Alemão: meerträubel
Origem, distribuição
Efedra é um arbusto nativo da Califórnia (EUA), estende-se ao oeste da América do Norte.
Descrição
Planta arbustiva com folhas escamiformes opostas ou verticiladas, caule verde muito ramificado. Planta dioica, raramente monoica, 1 a 8 microsporângios sésseis ou pedunculados reunidos em estróbilos espiciformes ou globoides. 1 a 3 megaesporângios protegidos por numerosos pares de brácteas, sendo os pares inferiores estéreis.
Há uma espécie que ocorre espontaneamente no Estado do Rio Grande do Sul.
Curiosidade Efedra é conhecida nos EUA como "chá dos mórmons" (mormon tea) devido a sua popularidade entre os mórmons, que a utilizam como uma bebida energética no lugar da cafeína, não permitida pela religião. |
Uso popular e medicinal
Um chá feito da fervura das hastes explica o nome em inglês "chá verde Mórmon". É bem adstringente e indicado no tratamento de resfriado comum e asma. Tem forte efeito diurético, usado como remédio principalmente por indígenas norteamericanos e de regiões de língua espanhola dos EUA.
E. viridis auxilia a aliviar problemas do trato urinário. A planta tem grande reputação na cura da sífilis, na forma de ingerir a decocção das hastes e um cataplasma das hastes, fervida ou pulverizada, aplicado às feridas.
As hastes são purificadora do sangue, diurética e tônico. A infusão tem sido utilizada no tratamento de tosse e constipações, anemia, reumatismo, problemas renais, úlcera do estômago e outros distúrbios.
Em geral as hastes são utilizadas frescas ou secas na forma de chá, mas também podem ser consumidas cruas. Hastes jovens são melhores se ingeridas cruas e caules mais velhos são usados em chá. As hastes podem ser colhidas em qualquer época do ano e secadas para uso posterior.
Hastes secas ou em pó são usadas como um curativo de feridas e em queimaduras.
As hastes da maioria dos membros deste gênero contêm o alcaloide efedrina. A droga efedrina, um antidepressivo, descongestionante e broncodilatador, é feita a partir da planta americana E. viridis e da chinesa Ma Huang (E. sinica), além de outras 40 conhecidas espécies do gênero Ephedra. A efedrina tem sido muito utilizada para ajudar a aliviar os espasmos bronquiais e tratar a asma. Esta substância dilata os músculos dos brônquios, contrai a mucosa nasal, aumenta a pressão arterial e é estimulante cardíaco. A efedrina não cura a asma, mas em muitos casos é muito eficaz no tratamento dos sintomas, amenizando os problemas do doente.
Toda a planta pode ser usada em concentrações bem menores do que os componentes isolados. Ao contrário de usar a efedrina isolada, usando toda a planta raramente ocorrem efeitos colaterais.
Estudos confirmam que a efedrina tem efeito semelhante a adrenalina: estimula o sistema nervoso simpático (SNS), eleva a pressão arterial e os batimentos cardíacos. É menos potente que a adrenalina mas o efeito é mais prolongado e exerce sua ação quando administrado por via oral, enquanto a adrenalina só é eficaz por injeção.
Outros usos
Os ramos, fervidos com alumínio, produzem um corante castanho-claro.
Interações com medicamentos [3]
Adrenalina (simpaticomimético). Resultado: relato de arritmia cardíaca quando da associação com o fitoterápico.
Anticonvulsivantes. Resultado: o fitoterápico pode causar convulsões, pois reduz a eficácia dos medicamentos.
Corticosteróide (anti-inflamatório esteróide). Resultado: o fitoterápico aumenta a depuração do fármaco, levando a redução do efeito deste.
Derivados do ergot (intoxicação causada por fungo). Resultado: teoricamente o uso associado poderia causar hipertensão.
Medicamentos que prolongam o intervalo QT (ECG). Resultado: o fitoterápico possui efeito aditivo no prolongamento do intervalo QT, aumentando o risco de arritmias ventriculares (disopiramida, procainamida, quinidina, tioridazina entre outros).
Medicamentos estimulantes centrais. Resultado: teoricamente o uso associado ao fitoterápico potencializaria o estímulo central promovido pelos fármacos (pseudo-efedrina, fenilpropanolamina, dietilpropiona).
Fenelzina (inibidor da MAO). Resultado: relato de insônia, cefaléia, tremores quando da associação ao fitoterápico.
Halotano (anestésico geral). Resultado: relato de arritmias cardíacas quando da associação ao fitoterápico.
Hipoglicemiantes (antidiabéticos). Resultado: o fitoterápico pode causar hiperglicemia, dificultando o controle da glicemia.
Inibidores da MAO (antidepressivos). Resultado: os fármacos inibem a biotransformação dos alcaloides do fitoterápico (efedrina e pseudoefedrina), favorecendo a instalação de crises hipertensivas por efeito aditivo adrenérgico.
Colaboração
- Rosane Maria Salvi, Médica (Porto Alegre, RS), 2009.
- Eliane, Diefenthaeler Heuser, Bióloga (Porto Alegre, RS), 2009.
Referências
- Medicinal Plants of the Southwest: Ephreda viridis - Acesso em 17 de dezembro de 2014
- Plants for a Future: Ephedra viridis - Acesso em 17 de dezembro de 2014
- SALVI, R.M.; HEUSER E. D. Interações medicamentos x fitoterápicos: em busca de uma prescrição racional. EDIPUCRS, Porto Alegre (RS). 2008.
- Wild California Plants (Calflora): Ephedra viridis - Acesso em 17 de dezembro de 2014
- Image: HelbalFire.com; Wikimedia Commons (Authors: Dcrjsr; Stan Shebs) - Acesso em 17 de dezembro de 2014
- The Plant List: Ephedra viridis - Acesso em 17 de dezembro de 2014
GOOGLE IMAGES de Ephedra viridis - Acesso em 17 de dezembro de 2014