Nome em outros idiomas
- Inglês: Indian navelwort
- Francês: hidrocortyle
- Espanhol: hidrocotile
- Alemão: Asiatischer wassernabel
Origem, distribuição
Nativa na Ásia tropical, amplamente disseminada no Brasil principalmente na planície litorânea.
Descrição [1,2]
Planta de porte herbáceo, perene, rasteira, acaule, rizomatosa.
Folha simples, inteira, longo-peciolada, cordiforme ou no formato de pata equina, margem ondulada, surge diretamente dos nós dos rizomas, de 4-6cm de diâmetro. Flores pequenas, de cor esbranquiçada, reunidas em pequenas umbelas curto-pedunculadas que surgem na base da folha.
Multiplica-se principalmente por rizomas e estolões. Considerada invasora, espontânea, prefere solos bem drenados.
Uso popular e medicinal
Centella asiatica é planta tradicional na medicina ayurvédica em tratamento de lesões de hanseníase. Estudos no extrato aquoso das folhas mostraram suas propriedades biológicas tal como ação citotóxica contra células cancerígenas, atividade anti-inflamatória e potencial uso no tratamento de desordens neurológicas. Atualmente avalia-se cientificamente a aplicação em cosméticos para redução de peso.
Estudos já detectaram atividade anti-micobacteriana no extrato etanólico das folhas contra M. tuberculosis através do ensaio de microplacas e significativa inibição do crescimento de micobactérias M. chelonadae na fração hexânica do extrato metanólico das folhas. M. tuberculosis (ou bacilo de Koch) é o agente causador da maioria dos casos de tuberculose. M. chelonadae causa infecções pós-operatórias e abscessos glúteos [2].
Um estudo com ratos Wistar avaliou o efeito do tratamento agudo com extrato de Centella asiatica na biodistribuição do radiofármaco Na99mTcO4 e na fixação do tecnécio-99m pelos constituintes sanguíneos. Os autores concluiram que as substâncias ou metabólitos do extrato podem interferir na biodistribuição do pertecetanato de sódio e na fixação do radiofármaco nos constituintes do sangue [3].
Dosagem indicada
Uso interno para desordens dermatológicas como eczema, úlceras varicosas, hematoma, rachadura da pele, varizes e celulite [5].
- Infusão (rasura): 2g em 150 mL de água fervente, até 3 vezes ao dia
- Pó: 500 a 2000 mg ao dia após as refeições
- Extrato seco: 200 a 500 mg ao dia
- Extrato fluido: 25 gotas 3 vezes ao dia após as refeições
- Tintura: 50 gotas diluídas em água, 3 vezes ao dia.
Uso externo no tratamento da celulite e gordura localizada: extrato glicólico [5]
- 2-5% em forma de gel, creme e loção suavizante
- 3-6% em forma de creme reparadores e restaurador
- 1-5% em forma de creme pós sol.
Ativação da circulação sanguínea como coadjuvante no tratamento das doenças vasculares (insuficiência venosa), auxiliar na digestão estomacal e intestinal, antidepressiva.
Uso externo como cicatrizante para eczemas, úlceras, pruridos e feridas pós-cirúrgicas, para eliminação da celulite, como estimulante cutâneo e da irrigação sanguínea, em úlceras venosas e para irritação vaginal. Prevenção de rugas e flacidez, para hemorroidas, úlceras cutâneas, queimaduras, erisipela e infecção cutânea, tosse e catarro amarelo, febres em infecções bacterianas. Indicada como complemento na massagem de cicatrizes fibrosas e hipertróficas.
Ações farmacológicas: anti-inflamatória, cicatrizante, depurativa, digestiva, tônica, anticelulítica, diurética, reconstituinte, expectorante, resolutiva, estimulante circulatória, febrífuga, antibacteriana, psicotrópica.
Uso interno: infusão de uma colher (sobremesa) de folhas secas moídas em uma xícara de chá de água, 2 vezes ao dia.
Uso externo: 3 colheres (sopa) de folhas picadas em ½ litro de água, para aplicação local ou banhos de assento. Pasta feita com a planta recente ou o pó da planta sobre a região a tratar [1].
Toxicidade, contraindicação
A presença de taninos contraindica seu emprego a longo prazo por via oral em casos de gastrite e úlcera gastrointestinal. Pouco se recomenda em epilepsia, hiperlipidemia e durante a gestação [5].
Composição química
Ácidos triterpênicos (asiático, madecássico, asiaticosídeo), flavonoides (kampferol, quercetina, 3–glucosil–kampferol), ácidos graxos (linoleico, lignocerico, linolênico, oleico, palmítico, elaídico, esteárico), alcaloides, saponinas, óleos essenciais (cineol), quercetina, cânfora, açúcares, sais minerais, aminoácidos e resinas [5].
Saponosídeo triterpênico (asiaticosídeo), saponinas, flavonoides, quercetina, aminoácidos, sais minerais, açúcares, ácidos graxos, ácidos triterpênicos (indocentóico, madecásico), resinas, taninos, óleo essencial (cineol, alcanfor, farnesol, felandreno, germacreno D, n-dodecano, α-pineno, p-cimol, β-cariofileno), β-caroteno, vitamina C (13,8 mg/100g), fitosteróis, alcaloide (hidrocotilina) [1].
Madecassoside é o principal triterpeno na cura de feridas de queimaduras e seu possível mecanismo de ação encontrado na Centella asiatica, erva usada nas medicinas tradicional chinesa (MTC), ayurvédica e tradicional africana. Madecassoside tem uma ampla gama de atividades biológicas tais como anti-inflamatória e antioxidante [4].
Referências
- Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/CCS (Universidade Federal de Santa Catarina, 2020): Centela - Acesso em 18 de outubro de 2020
- Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2015): Atividade anti-micobacteriana de Baccharis dracunculifolia, Centella asiatica, Lantana camara e Pterodon emarginatus - Acesso em 18 de outubro de 2020
- Brazilian Archives of Biology and Technology (2008): Effect of an extract of Centella asiatica on the biodistribution of sodium pertechnetate (Na99mTcO4) and on the fixation of radioactivity on blood constituents - Acesso em 18 de outubro de 2020
- Merck KGaA (Sigma-Aldrich Corporation): Madecassoside from Centella asiatica - Acesso em 18 de outubro de 2020
- Florien Fitoativos: Centella asiatica - Acesso em 18 de outubro de 2020
- Image: Forest & Kim Starr - Acesso em 18 de outubro de 2020
- The Plant List: Centella asiatica - Acesso em 18 de outubro de 2020
GOOGLE IMAGES de Centella asiatica - Acesso em 18 de outubro de 2020