Esta espécie é considerada planta alimentícia não convencional.
Atenção: não confundir esta azedinha (Rumex acetosa L) com outra azedinha (Oxalis acetosella)
Nome em outros idiomas
- Inglês: common sorrel, sheeps´sorrel
- Espanhol: acedera, vinagrera, agrilla
- Alemão: sauerampfer
- Italiano: ronice, acetosa
- Francês: oiselle de pres
Origem, distribuição
Europa e Ásia.
Uso popular e medicinal
É uma planta acidulante, refrigerante e neutralizadora da ação de substâncias purgativas e acres. No estado fresco encerra 41% de ácido silícico, 17% de cal, 15% de potassa, 5% de ácido fosfórico e quantidades menores de magnésia, alumina, soda, óxido de ferro, cloro, ácido sulfúrico e óxido de manganês. Além de seu valor como alimento em saladas, caldos, etc. é refrescante e muito depurativo.
Na medicina atual suas folhas frescas e cruas são utilizadas em casos de falta de apetite, retenção de urina e como depurativo do sangue.
As sementes são utilizadas para combater eczemas crônicos e verminoses. A decocção das folhas e da raiz é antiescorbútica e diurética, sendo empregada com este último objetivo nas afecções biliosas e inflamatórias.
As suas raízes podem ser utilizadas como laxante por conter antraquinonas. O sabor amargo é devido à quantidade de ácido oxálico que possui, que limita sua utilização.
Para uso externo, uma máscara facial pode ser feita picando finamente suas folhas, sendo assim um excelente descongestionante.
O chá feito com a erva seca pode ser utilizada interna ou externamente para problemas de pele. Um vinho cozido com a azedinha pode ser um remédio barato para dores do abdômen.
O suco pode ser utilizado para tratar deficiências em vitaminas, porém seu uso deve ser restrito e moderado, principalmente por quem tem tendência a formação de cálculos.
Pedáneo Dioscórides, médico militar grego do exército de Nero, utilizava suas sementes com água e vinho para curar a diarreia. As raízes serviam para dermatite. Cozidas com vinho serviam nas dores de dente e ouvido.
Na Idade Média as raízes foram utilizadas como emoliente, para males do fígado e depurativo. Na medicina moderna já não é mais utilizada, mas na medicina popular é ainda muito apreciada.
Dosagem indicada
Infusão para problemas de pele. Colocar 2 colheres de chá da erva seca com um quarto de litro de água fervente. Deixar abafado por 10 minutos. A dose correta é de duas xícaras ao dia, não passar disso. O restante indevido deve-se utilizar para lavar o local afetado.
Diurético
- Infusão: verter um litro de água fervendo sobre uma porção de folhas picadas. Repousar 10 minutos. Tomar três calicezinhos ao dia.
- Suco: espremer um punhado de folhas frescas até obter seu suco. Tomar 1 colher (sopa) de hora em hora.
Chagas, feridas, úlceras: faz-se um cozimento com um punhado de folhas em um litro de água por alguns minutos. Banhar o local.
Inchaço e cansaço dos pés e mãos: aplica-se um cataplasma feito com folhas inteiras frescas .
Contraindicações
Pessoas com tendência a formação de cálculos oxálicos não devem fazer o consumo desta planta. Não deve ser utilizado por pessoas que tenham artrite, reumatismo e cálculos.
Não se deve usar suas folhas frescas em grande quantidade devido ao risco de intoxicação. Quando a azedinha é escaldada, perde grande parte de seus ácidos oxálicos, tornado-a mais própria para o consumo e diminui assim seu efeito indesejável.
Efeitos colaterais
O consumo de azedinha em grandes quantidade é problema sério, pois compromete na digestão a absorção de cálcio pelo organismo, levando a graves enfermidades. Portanto deve-se consumi-la com moderação e de preferência escaldada, com isso diminuindo seus efeitos indesejáveis e aproveitando suas propriedades benéficas.
Culinária
Utilizado em sopas e também como saladas. Para o consumo são mais apropriadas as folhas e brotos tenros antes da floração. O seu sabor ácido empresta às saladas sabor muito agradável. Não cozinhar a azedinha em panelas de alumínio. Esta regra também vale para o espinafre.
Cozinha-se a azedinha como o espinafre, adicionando ovos batidos e manteigas. Uma sopa deliciosa pode-se fazer com a azedinha, fritando o alho em óleo e adicionando em seguida fubá. Ao dourar um pouco o fubá , acrescenta-se água e deixar cozinhar até engrossar o caldo. Ao fervido adicionar a azedinha picada e mexer um pouco.
Outra sopa saborosa:
- 2 porções de azedinha picada
- 1/4 copo pequeno de manteiga
- 6 copos de caldo de carne magro
- 2 gemas
- sal e pimenta a gosto
Derreta a manteiga na panela no fogo baixo e frite suavemente a azedinha por 5 minutos. Não deixe que a manteiga escureça e fique marrom. Assim estraga o sabor. Adicione o caldo de carne e ferva, tirando toda a espuma que se formar na superfície. Tempere. Bata as gemas diretamente no recipiente onde irá ser servida a sopa. Adicione o líquido fervente sobre as gemas bem batidas, batendo vigorosamente com um garfo. Sirva imediatamente com torradas e queijo ralado.
Outros usos
Na homeopatia emprega-se uma tintura feita com as raízes frescas.
Uma forte infusão de azedinha remove manchas de linho, vime e prata. As folhas e as partes floridas produzem um corante amarelo esverdeado. A raiz fornece material corante vermelho.
Referências
- MORGAN, R. Enciclopedia das Ervas e Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2003.
- THOMSON, W. A. R. Guia Práctica Ilustrada de las Plantas Medicinales. Editora Hemus, Barcelona, 1981.
- Plantas que curam. Editora Três.
- Herbs & Spices. Simon & Schuster.
- Grau, Jung & Münker. Plantas medicinales.
- Pahlow, A. M. Das Grosse Buch der Heilpflanzen. Grafe und Unzer.
- Geheimnisse und HeilKräfte der Pflanzen. Reader´s Digest.
- POLETTI, A. Plantas y Flores Medicinales I e II. Editora Parramon, v. I,II, 1980.
- BOCKSCH, M. Heilpflanzen. Spektrum der Natur. Buchergild Gutenberg.
- Hausbuch der Kräuter. Der Gute Tip.
- GARLAND, S. The Complete Book of Herbs & Spices. Readers Digest, 1993.
- CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1991.
- The Plant List: Rumex acetosa - Acesso em 3 de maio de 2015
GOOGLE IMAGES de Rumex acetosa - Acesso em 3 de maio de 2015