Azedinha

Nome científico: 
Rumex acetosa L.
Família: 
Polygonaceae
Sinonímia científica: 
Acetosa pratensis Mill.
Partes usadas: 
Planta inteira
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Antraquinonas, ácido oxálico e oxalatos (oxalato ácido de potássio), vitamina C, 5% de taninos, substâncias amargas, gordura, açúcar, ferro.
Propriedade terapêutica: 
Antiescorbútica, laxativa, diurética, anti-inflamatória, refrescante, tônico.
Indicação terapêutica: 
Anemia, erupções cutâneas, falta de apetite, retenção de urina, eczema crônico, verminose, afecções biliosas, dor do abdômen, inchaço, cansaço dos pés e mãos, chagas, ferida, úlcera.

 Esta espécie é considerada planta alimentícia não convencional.

 Atenção: não confundir esta azedinha (Rumex acetosa L) com outra azedinha (Oxalis acetosella)

Nome em outros idiomas

  • Inglês: common sorrel, sheeps´sorrel
  • Espanhol: acedera, vinagrera, agrilla
  • Alemão: sauerampfer
  • Italiano: ronice, acetosa
  • Francês: oiselle de pres

Origem, distribuição
Europa e Ásia.

Uso popular e medicinal
É uma planta acidulante, refrigerante e neutralizadora da ação de substâncias purgativas e acres. No estado fresco encerra 41% de ácido silícico, 17% de cal, 15% de potassa, 5% de ácido fosfórico e quantidades menores de magnésia, alumina, soda, óxido de ferro, cloro, ácido sulfúrico e óxido de manganês. Além de seu valor como alimento em saladas, caldos, etc. é refrescante e muito depurativo.

Na medicina atual suas folhas frescas e cruas são utilizadas em casos de falta de apetite, retenção de urina e como depurativo do sangue.

As sementes são utilizadas para combater eczemas crônicos e verminoses. A decocção das folhas e da raiz é antiescorbútica e diurética, sendo empregada com este último objetivo nas afecções biliosas e inflamatórias.

As suas raízes podem ser utilizadas como laxante por conter antraquinonas. O sabor amargo é devido à quantidade de ácido oxálico que possui, que limita sua utilização.

Para uso externo, uma máscara facial pode ser feita picando finamente suas folhas, sendo assim um excelente descongestionante.

O chá feito com a erva seca pode ser utilizada interna ou externamente para problemas de pele. Um vinho cozido com a azedinha pode ser um remédio barato para dores do abdômen.

O suco pode ser utilizado para tratar deficiências em vitaminas, porém seu uso deve ser restrito e moderado, principalmente por quem tem tendência a formação de cálculos.

Pedáneo Dioscórides, médico militar grego do exército de Nero, utilizava suas sementes com água e vinho para curar a diarreia. As raízes serviam para dermatite. Cozidas com vinho serviam nas dores de dente e ouvido.

Na Idade Média as raízes foram utilizadas como emoliente, para males do fígado e depurativo. Na medicina moderna já não é mais utilizada, mas na medicina popular é ainda muito apreciada.

 Dosagem indicada

Infusão para problemas de pele. Colocar 2 colheres de chá da erva seca com um quarto de litro de água fervente. Deixar abafado por 10 minutos. A dose correta é de duas xícaras ao dia, não passar disso. O restante indevido deve-se utilizar para lavar o local afetado.

Diurético

  • Infusão: verter um litro de água fervendo sobre uma porção de folhas picadas. Repousar 10 minutos. Tomar três calicezinhos ao dia.
  • Suco: espremer um punhado de folhas frescas até obter seu suco. Tomar 1 colher (sopa) de hora em hora.

Chagas, feridas, úlceras: faz-se um cozimento com um punhado de folhas em um litro de água por alguns minutos. Banhar o local.

Inchaço e cansaço dos pés e mãos: aplica-se um cataplasma feito com folhas inteiras frescas .

 Contraindicações
Pessoas com tendência a formação de cálculos oxálicos não devem fazer o consumo desta planta. Não deve ser utilizado por pessoas que tenham artrite, reumatismo e cálculos.

Não se deve usar suas folhas frescas em grande quantidade devido ao risco de intoxicação. Quando a azedinha é escaldada, perde grande parte de seus ácidos oxálicos, tornado-a mais própria para o consumo e diminui assim seu efeito indesejável.

Efeitos colaterais
O consumo de azedinha em grandes quantidade é problema sério, pois compromete na digestão a absorção de cálcio pelo organismo, levando a graves enfermidades. Portanto deve-se consumi-la com moderação e de preferência escaldada, com isso diminuindo seus efeitos indesejáveis e aproveitando suas propriedades benéficas.

 Culinária

Utilizado em sopas e também como saladas. Para o consumo são mais apropriadas as folhas e brotos tenros antes da floração. O seu sabor ácido empresta às saladas sabor muito agradável. Não cozinhar a azedinha em panelas de alumínio. Esta regra também vale para o espinafre.

Cozinha-se a azedinha como o espinafre, adicionando ovos batidos e manteigas. Uma sopa deliciosa pode-se fazer com a azedinha, fritando o alho em óleo e adicionando em seguida fubá. Ao dourar um pouco o fubá , acrescenta-se água e deixar cozinhar até engrossar o caldo. Ao fervido adicionar a azedinha picada e mexer um pouco.

Outra sopa saborosa:

  • 2 porções de azedinha picada
  • 1/4 copo pequeno de manteiga
  • 6 copos de caldo de carne magro
  • 2 gemas
  • sal e pimenta a gosto

Derreta a manteiga na panela no fogo baixo e frite suavemente a azedinha por 5 minutos. Não deixe que a manteiga escureça e fique marrom. Assim estraga o sabor. Adicione o caldo de carne e ferva, tirando toda a espuma que se formar na superfície. Tempere. Bata as gemas diretamente no recipiente onde irá ser servida a sopa. Adicione o líquido fervente sobre as gemas bem batidas, batendo vigorosamente com um garfo. Sirva imediatamente com torradas e queijo ralado.

Outros usos
Na homeopatia emprega-se uma tintura feita com as raízes frescas.

Uma forte infusão de azedinha remove manchas de linho, vime e prata. As folhas e as partes floridas produzem um corante amarelo esverdeado. A raiz fornece material corante vermelho.

 Referências

  1. MORGAN, R. Enciclopedia das Ervas e Plantas Medicinais. Editora Hemus, São Paulo, 2003.
  2. THOMSON, W. A. R. Guia Práctica Ilustrada de las Plantas Medicinales. Editora Hemus, Barcelona, 1981.
  3. Plantas que curam. Editora Três.
  4. Herbs & Spices. Simon & Schuster.
  5. Grau, Jung & Münker. Plantas medicinales
  6. Pahlow, A. M. Das Grosse Buch der Heilpflanzen. Grafe und Unzer.
  7. Geheimnisse und HeilKräfte der Pflanzen. Reader´s Digest.
  8. POLETTI, A. Plantas y Flores Medicinales I e II. Editora Parramon, v. I,II, 1980.
  9. BOCKSCH, M. Heilpflanzen. Spektrum der Natur. Buchergild Gutenberg.
  10. Hausbuch der Kräuter. Der Gute Tip.
  11. GARLAND, S. The Complete Book of Herbs & Spices. Readers Digest, 1993.
  12. CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1991.
  13. The Plant List: Rumex acetosa - Acesso em 3 de maio de 2015

​GOOGLE IMAGES de Rumex acetosa - Acesso em 3 de maio de 2015