Araçá, araçazeiro

Nome científico: 
Psidium cattleianum Afzel. ex Sabine
Família: 
Myrtaceae
Sinonímia científica: 
Psidium littorale var. longipes (O.Berg) Fosberg
Partes usadas: 
Fruto, folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides, saponinas, taninos e óleos essenciais.
Propriedade terapêutica: 
Antioxidante.
Indicação terapêutica: 
Hemorragia, diarreia, cólicas.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: strawberry guava, lemon guava, cattley guava, cherry guava
  • Francês: goyaviers pas mûrs, gargoulette (La Réunion), goyave de chine; goyavier fraise; goyavier-fraise
  • Espanhol: guayabo fresa amarillo
  • Alemão: erdbeer-guave, 

Origem, distribuição [4,5]
Psidium cattleianum é nativa do Brasil mas foi naturalizada na Flórida, Havaí, Polinésia tropical, Ilha Norfolk (pequena ilha do Pacífico, próximo a Austrália e Nova Zelândia) e Ilhas Maurício (Oceano Índico) devido ao fruto comestível e como árvore ornamental.

Descrição [1, 3, 4, 5]
O araçazeiro é espécie frutífera de porte arbustivo (1 a 4 m de altura), caule tortuoso e casca lisa, folhas persistentes e coriáceas. 

Os frutos são do tipo baga com casca de coloração amarela, vermelha ou roxa, polpa de cor esbranquiçada e com muitas sementes. São muito procurados pela fauna, que o dissemina largamente. Floresce várias vezes por ano, principalmente em setembro.

Dois cultivares de araçazeiro para comércio in natura ou industrialização foram lançados pela Embrapa Clima Temperado: "Yacy" (película amarela) e "Irapuã" de película vermelha.

A planta forma moitas e sombras sobre a vegetação nativa em florestas tropicais e matas. Em algumas regiões propaga-se formando quase a espécie dominante, por isso é considerada invasora e praga (uma das 100 piores espécies invasoras do mundo, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN).

Uso popular e medicinal [5,6]
Os frutos são ricos em vitamina C, tem sabor amargo agradável, são frequentemente consumidos frescos ou transformados em doces, geléias, sucos e sorvetes. Na culinária, purês e pastas feitas a partir da fervura da fruta com açúcar e água são utilizados em recheios de assados.

Frutas e folhas são usadas na medicina tradicional contra a hemorragia, diarréia e cólicas. 

As folhas contêm compostos ativos contra as estirpes resistentes aos antibióticos de bactérias gram-positivas, que são importantes patógenos humanos. Contém também flavonóides, saponinas, taninos e óleos essenciais, principalmente b-cariofileno. Acredita-se que toda a planta seja fonte de antioxidantes. 

Um trabalho realizado em 2010 analisou os teores totais de compostos fenólicos, carotenóides, antocianinas e a atividade antioxidante em genótipos de araçá-vermelho, araçá-amarelo e araçá-pera cultivados em Pelotas (RS, Brasil) com a finalidade de incentivar a produção, a comercialização e o consumo dos mesmos. Os autores concluiram que araçá-pera apresenta características funcionais superiores ao araçá-amarelo e ao araçá-vermelho e o seu consumo pode ser indicado como parte de uma dieta equilibrada para manutenção da saúde. O araçá-vermelho pode ser destacado pela presença de antocianinas e teor mais elevado de carotenóides [2].

  Colaboração

  • Edna Maria Vieira de Carvalho, São Paulo (SP), 2015.

 Referências

  1. IX Simpósio Nacional Cerrado: Estádio de maturação de frutos na emergência de plântulas de araçá-amarelo - Acesso em 19 abril 2015
  2. Brazilian Journal of Food Technology: Propriedades funcionais de araçá-amarelo, araçá-vermelho e araçá-pera cultivados em Pelotas (RS)  - Acesso em 19 abril 2015
  3. Árvores do Brasil: Araçá - Psidium cattleyanum - Acesso em 19 abril 2015
  4. Global Invasive Species Database:  Psidium cattleianum - Acesso em 19 abril 2015
  5. Encyclopedia of Life: Psidium cattleianum - Acesso em 19 abril 2015
  6. Invasive Species Compendium: Psidium cattleianum (strawberry guava) - Acesso em 19 abril 2015
  7. Imagem: Flora RS (Autor: Rodrigo Leonel L. Orihuel) - Acesso em 19 abril 2015
  8. The Plant List: Psidium cattleianum - Acesso em 19 abril 2015

GOOGLE IMAGES de Psidium cattleianum - Acesso em 19 abril 2015