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Macacaporanga [1]

Enviado por Sergio Sigrist em ter, 02/09/2025 - 4:47pm
Nome científico: 
Aniba parviflora (Meisn.) Mez
Família: 
Lauraceae
Sinonímia científica: 
Aniba fragrans, Aydendron parviflorum
Partes usadas: 
Folhas, ramos transformados em pó utilizados em artesanato e banhos ritualísticos, casca para uso medicinal.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Linalol, β-felandreno (21–23%), β-pineno, α-pineno, eucaliptol, espatulenol, cariofileno, α- e β-eudesmol.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana, antioxidante e citotóxica.
Indicação terapêutica: 
Potencial uso em inflamações, dores, infecções bacterianas e fúngicas, aromaterapia, controle de bactérias resistentes, apoio a distúrbios respiratórios e digestivos.
tags: 
Aromaterapia [2]
Problema respiratório [3]
Distúrbio digestivo [4]

Origem, distribuição
Espécie nativa e endêmica do Brasil, restrita à Amazônia. Ocorre nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Amapá. Habita florestas de terra firme e pluvial não
inundável.

Descrição

Planta aromática da Amazonia, produz óleo essencial nas folhas, galhos e na casca. Árvore de médio a grande porte, com tronco aromático e casca pardo-amarelada desprendendo-se em placas. Folhas simples, alternas, elípticas, verde-escuras na face superior e mais claras na inferior.

Flores pequenas, amarelo-ferruginosas. Fruto em baga de coloração violácea, com polpa amarela-esverdeada e uma semente ovoide.

A floração é subanual (vários ciclos ao ano) e correlacionada com períodos de maior precipitação, considerada uma espécie sempre-verde.

Por ser da mesma família do pau-rosa, uma árvore que chegou a ser intensamente explorada pela indústria de perfumes, Aniba parviflora é vista como uma alternativa sustentável de estudo para substituir matérias-primas raras.

Uso popular e medicinal

Comunidades amazônicas utilizam cascas e folhas de espécies de Aniba em remédios caseiros para tratar dores, inflamações e como calmante. 

Vários estudos têm investigado as propriedades do óleo essencial de A. parviflora. Aqui estão as mais relevantes:

  • Atividade antimicrobiana (bactérias Gram-positivas): o óleo essencial coletado de folhas e galhos mostrou capacidade de inibir Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis.
  • Atividade citotóxica/antitumoral: o óleo essencial da casca reduziu a proliferação de células de carcinoma hepatocelular (HepG2) in vitro e também mostrou efeito antitumoral in vivo (modelo de xenotransplante) em camundongos.

Menciona-se o uso popular em banhos aromáticos, sachês perfumados e tratamento de picadas de cobras.

Embora existam evidências para atividade antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas, a atividade contra bactérias Gram-negativas ou fungos parece menos consistente ou menos estudada.

A atividade antioxidante dos óleos essenciais puros em muitos casos não foi demonstrada ou foi fraca no ensaio de DPPH. Extratos parecem melhores nesse aspecto.

Os efeitos toxicológicos, a segurança de uso humano ou das doses mais altas ainda não estão completamente avaliados.

Aspectos como variabilidade sazonal, influência de fatores ambientais sobre a composição química (e consequentemente sobre a bioatividade) precisam de mais dados.

Com base nos dados atuais, algumas possibilidades de aplicação do óleo essencial de Aniba parviflora:

  • Como antimicrobiano tópico ou em formulações cosméticas (sabões, cremes) contra bactérias Gram-positivas.

  • Como agente aromaterapêutico / perfumista, dada a presença de linalol e outros compostos aromáticos, pode servir como alternativa ou complemento ao pau-rosa.

  • Possível fonte para compostos antitumorais ou suplementares em terapias contra certos tipos de câncer, especialmente dando continuidade aos estudos com HepG2.

  • Uso de extratos ou frações em produtos antioxidantes, suplementos naturais ou cosméticos antienvelhecimento, embora com necessidade de mais segurança e padronização.

O óleo essencial apresenta linalol como constituinte majoritário (32–50%), associado a atividade anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana e antioxidante. Também contém β-felandreno (21–23%), β-pineno, α-pineno, eucaliptol, espatulenol, cariofileno, α- e β-eudesmol.

Assim como outras espécies de Aniba, a composição química do óleo varia bastante conforme o local de coleta e a parte da planta (casca, galhos, folhas). Isso desperta real interesse na farmacologia e na indústria cosmética.

Outros usos

Produção de perfumes, cosméticos, materiais de limpeza e defensivos agrícolas. O óleo mostrou atividade contra pragas agrícolas como Sitophilus zeamais, Cerotoma tingomarianus e Callosobruchus maculatus, além de fungos fitopatogênicos.

Explorada de forma semelhante ao pau-rosa (Aniba rosiodora), já ameaçado. Embora não oficialmente listada, é considerada vulnerável e demanda planos
de manejo sustentável.

É uma árvore de médio porte que integra a floresta amazônica, participando da manutenção da biodiversidade local e servindo de alimento/habitat para insetos e outros animais.

 Colaboração

  • Thalia dos Santos Carreiro, graduanda em Engenharia Agronômica (USP/ESALQ), 2025.

 Referências

  1. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (2022). Espécies nativas da flora brasileira e valor econômico atual ou potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte [5] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  2. Anais do Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil (2022). Caracterização físico-química do óleo essencial de mudas de Aniba parviflora: um estudo sobre a influência da intensidade de luz no metabolismo secundário [6] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  3. National Library of Medicine (2021). Essential oil from bark of Aniba parviflora reduces hepG2 cell proliferation and inhibits tumor development in a xenograft Model [7] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  4. Revista Fitos (2019). Composição química, atividade antimicrobiana e antioxidante do óleo essencial de Aniba parviflora [8] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  5. Revista Agroecossistemas (2018).  Análise fitoquímica e atividade antifúngica do extrato etanólico do resíduo de folhas e madeira de macacaporanga [9] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  6. 52º Congresso Brasileiro de Química (2012). Avaliação da atividade antioxidante do óleo essencial e extratos etanólicos de folhas e galhos de Aniba parviflora [10] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  7. World Flora Online. Aniba parviflora [11] - Acesso em 2 de outubro de 2025
  8. Image (no changes were made): Aniba [12] - CC Attribution 4.0 International [13] 

GOOGLE IMAGES de Aniba parviflora [14]


 

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