Nome em outros idiomas
- Inglês: watermelon
Origem, distribuição
Planta originária das regiões tropicais da África Equatorial. Distribui-se em todas as áreas tropicais do mundo, apresentando grande variabilidade morfológica, biológica e agronômica.
Descrição [4,5]
Planta anual de hábito rasteiro com ramificações sarmentosas. Os ramos podem atingir até 5 m de comprimento. Sistema radicular extenso e superficial, concentrando-se as raízes até 25-30 cm de profundidade.
As folhas são divididas em 3 ou 4 pares de lóbulos. A melancia é uma planta monóica, com flores masculinas e femininas na mesma planta.
Os frutos variam em formato podendo ser cilíndricos, ovais ou internediários. A cor da casca varia de branco a várias tonalidades de verde, algumas com listras finas ou grossas ou rendilhadas.
A casca pode apresentar-se muito fina ou bastante espessa e de muito mole a muito dura. A cor da polpa pode ser branca, amarela, laranja, rosa ou vermelha.
As sementes são muito variáveis em cor podendo ser branca, preta, marrom ou mesclada, verde e vermelha. Variam também em tamanho podendo ser pequenas ou grandes.
A melancieira é uma planta de clima tropical, não tolerando fatores climáticos adversos como geada e granizo.
As cultivares mais plantadas no Brasil são de origem japonesa e americana que se adaptaram bem às nossas condições. A origem japonesa tem frutos redondos, destacando-se a Omaru Yamato. A origem americana tem frutos cilíndricos e redondos destacando-se a Charleston Gray, Fairfax e Crimson Sweet, Pérola e Congo.
Crimson Sweet é uma das cultivares mais plantadas no Brasil. Apresenta frutos grandes, redondos, com peso médio entre 11 kg e 14 kg. A casca é rajada com largas faixas longitudinais verde-escuras e verde-claras alternadas. Destaca-se pela excelente qualidade da polpa, de sabor muito doce.
Uso popular e medicinal [1]
Melancia têm sido cultivada na África Austral (a região sul do continente), como sorgo e milho, desde tempos pré-coloniais. Folhas e frutos jovens são usados como vegetais verdes e a polpa da fruta cozida com farinha de milho. Polpa e sementes servem no preparo de diferentes pratos.
As sementes têm agradável sabor de nozes e é fonte rica em vitamina C, mineral e gordura. Podem ser consumidas como tal ou misturadas em farinha. Servem também como espessante em sopas. O fermentado das sementes produz uma iguaria doce conhecida localmente como “ogiri”. Fervidas e embrulhadas em folhas produzem uma outra iguaria denominada “igbãlo”.
Sementes de melancia produzem um óleo com aplicação nas indústrias cosmética e farmacêutica.
Diversos estudos atestam a bioatividade de C. lanatus.
A atividade anti-inflamatória in vivo e in vitro do óleo da semente foi testada em edema de pata induzido por carragenina em ratos. A potência do óleo em comparação com o diclofenaco padrão mostrou redução significativa do edema.
O estudo sobre a propriedade ulcerogênica foi feito por extrato metanólico bruto de sementes de melancia em ratos albinos Wistar. O extrato exibiu atividade antiúlcera relacionada a dose com atividade máxima em 800 mg/kg.
A atividade antimicrobiana de extratos clorofórmico, hexânico e etanólico de folhas, frutos, caule e sementes de Citrullus lanatus var. Citroides (uma forma selvagem encontrada na África) foi demonstrada contra bactérias (Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aureginosa, Bacillus subtilis e Proteus vulgaris) e fungos (Aspergllus nigar, Candida albican).
A atividade antioxidante foi analisada em ensaios de clorofórmio, acetato de etila e extrato metanólico de sementes, sendo este considerado o potencial máximo.
O efeito hepatoprotetor foi testado em sementes induzidas por tetracloreto de carbono em ratos através dos níveis séricos estimados de enzimas hepáticas e estudos histopatológicos de tecidos hepáticos. O óleo das sementes foi administrado em doses orais nos animais (125 mg, 250 mg) e comparado com o padrão silimarina (100 mg/kg).
Composição de alimentos por 100 partes de porção comestível - melancia crua [3]
Principais | Minerais | Vitaminas | |||
---|---|---|---|---|---|
Umidade % | 90,7 | Cálcio mg | 8 | Retinol µg | NA |
Energia | 33 kcal; 136 kJ | Magnésio mg | 10 | RE µg | 61b |
Proteína g | 0,9 | Manganês mg | 0,14 | RAE µg | 31b |
Lipídeos g | Tr | Fósforo mg | 12 | Tiamina mg | Tr |
Colesterol mg | NA | Ferro mg | 0,2 | Riboflavina mg | Tr |
Carboidrato g | 8,1 | Sódio mg | Tr | Piridoxina mg | Tr |
Fibra alimentar g | 0,1 | Potássio mg | 104 | Niacina mg | Tr |
Cinzas g | 0,3 | Cobre mg | 0,04 | Vitamina C mg | 6,1 |
Zinco mg | 0,1 |
NA: Não Aplicável -Tr: Traços
Referências
- Gupta Alka, Singh Anamika, Prasad Ranu. A review on watermelon medicinal seeds. J Pharmacogn Phytochem 2018;7(3):2222-2225 - Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
- International Journal of Research in Pharmaceutical and Biomedical Sciences (2013). Medicinal Values on Citrullus lanatus (watermelon): Pharmacological Review - Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 4a ed. 2011.
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Meio Norte, 2007): A cultura da melancia Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ, 1999): Caracterização izoenzimática e variabilidade genética de populações de melancia no Nordeste brasileiro Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
- Imagem: EMBRAPA (ISLA)
- The Plant List: Citrullus lanatus - Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
GOOGLE IMAGES de Citrullus lanatus - Acesso em 13 de fevereiro de 2021.