Manjerona

Nome científico: 
Origanum majorana L.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Amaracus majorana (L.) Schinz & Thell.
Partes usadas: 
Ramos, folhas verdes.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Substâncias tânicas, princípios amargos e minerais. A principal é a essência aromática composta de terpenos, terpineno e origanol (cerca de 40%).
Propriedade terapêutica: 
Estimulante, antiespasmódica, antisséptica, carminativa, colagoga, diaforética, diurética, emenagoga, expectorante, estomáquica, levemente tônica.
Indicação terapêutica: 
Reclamações dos brônquios, dor de cabeça, insônia, ansiedade, distúrbios digestivos e respiratórios, menstruação dolorosa, dor muscular, artrite, entorse.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: sweet marjoram
  • Francês: marjolaine
  • Espanhol: mejorana

Origem, distribuição
Espécie originária da região Mediterrânea e Oriente Médio.

Descrição [1]
O. majorana é uma erva perene, cespitosa, de 0,30 m - 0,60 m de altura. Os caules são grisáceo-tomentosos, lenhosos na base, eretos, quadrangulares, ramosos. Os ramos são finos e longos, pardo-arroxeados e pilosos.

As folhas são simples, opostas, ovaladas ou arredondado-elípticas, verde-acinzentadas e pilosas na face inferior e mais escuras e lisas na face superior. Os pecíolos são curtos e pilosos e possuem aroma forte e agradável.

As flores são pequenas, zigomorfas, bilabiadas, com corola esbranquiçada ou lilacina. Têm cor branca ou rosada, são protegidas por brácteas verdes e reunidas em espigas. O cálice tem cinco dentes, profundamente fendidos nas laterais. O ovário é súpero tetrapartido, com óvulos ortótropos em número de um por lóculo. O estilete é ginobásico, com estigma curto e bifurcado.

Os frutos são pequenas nozes (núculas) ligeiramente oblongas, escuras e lisas. As sementes no interior das núculas são muito pequenas (1g contém 4000 sementes), possuindo capacidade germinativa de três anos.

Uso popular e medicinal [1, 2]
Ramos e folhas ainda verdes (ou raramente dessecados) de manjerona são usados principalmente na culinária
em carnes, embutidos, aves, copas, omeletes, saladas e como substituto do orégano em pizzas e outros pratos.

A erva tem valor medicinal devido às suas propriedades estimulante e antiespasmódica. É um bom tônico geral para o tratamento de várias doenças do sistema respiratório e digestivo. Promove a menstruação, então não se recomenda a mulheres grávidas, embora na culinária seja segura em pequenas quantidades. Outras propriedades reconhecidas: antisséptica, carminativa, colagoga, diaforética, diurética, emenagoga, expectorante, estimulante, estomáquica e levemente tônica.

Toma-se internamente para o tratamento de reclamações dos brônquios, dores de cabeça tensionais, insônia, ansiedade, distúrbios digestivos menores e menstruação dolorosa. Externamente é utilizada para tratar a dor muscular, queixas brônquicas, artrite, entorses e articulações.

Serve na perfumaria como aroma e fixador de perfumes. Extrai-se o óleo essencial da planta fresca ou dessecada, colhido o mais próximo possível do inicio da floração. A porcentagem de óleo essencial na planta fresca fica em torno de 0,50%. Na planta seca, seu teor de óleo pode variar de 0,70 até 3%.

O óleo essencial é usado como uma aplicação externa para entorses e contusões. Cerca de 400 g são obtidos a partir de 70 kg de erva fresca. Na aromaterapia sua palavra-chave é "relaxante muscular". 

Cultivo [1]

Variedades. A literatura não cita variedades dessa espécie, mas todo cultivador irá selecionar ao longo dos anos as variedades mais produtivas e adaptadas à sua região.

Clima. Os temperados brandos, os tropicais e os subtropicais comportam esta cultura. Exige local ensolarado, mas protegido dos ventos frios e dos ressecantes. Nos climas subtropicais e tropicais, a cultura sofre com o sol intenso e períodos muito secos.

Solo. Prefere solos drenados, permeáveis, ricos em matéria orgânica e nutrientes. Solos unidos e ácidos são inadequados, devendo ser drenados, adubados e calcareados previamente.

Propagação. Pode ser feita por sementes, divisão de touceiras ou por estacas. A divisão de touceiras e/ou estacas deve ser realizada no outono ou no inverno. Por sementes, é feita em viveiros na primavera ou no outono, gastando-se 1 g de semente/m2. A germinação ocorre em torno de 10 dias.

Plantio. Deve-se deixar uma distância de 40 cm entre linhas e de 25 cm - 30 cm entre plantas. Em solos férteis e climas favoráveis, pode-se deixar uma distância de 50 cm entre linhas e de 30 cm entre plantas. Devem-se escolher dias nublados e solo úmido, evitando-se os dias secos de verão.

Tratos culturais. Constarão de capinas, pois as plantas são sensíveis aos inços. Irrigações só em casos de secas severas, evitando-se as horas quentes. Adubações de reposição feitas em cobertura também são necessárias.

Pragas e doenças. Em boas condições de cultivo, normalmente não há incidência de doenças fúngicas. A praga mais ocorrente é a broca das pontas, que é ocasionada por uma pequena lagarta. O combate deve ser feito com o uso de armadilhas luminosas, no crepúsculo, para caçar as mariposas.

Colheita. É feita por ocasião do aparecimento dos primeiros botões apicais, indicadores do início da floração. Escolhem-se dias secos e horas favoráveis à colheita de aromáticas. Corta-se, sempre, no mínimo a 3 cm acima do solo (3 a 10 cm) para um bom rebrote das plantas. A colheita é variável, dependendo do número de cortes possíveis e do crescimento das plantas, ficando em 10/15 t em 3 cortes de plantas verdes, que ficarão reduzidas a 2.5/3 t de planta seca.

Duração da cultura. Após o 4º ano, a cultura deverá ser renovada.

Operações pós-colheita. Se a cultura destinar-se ao uso caseiro, a coleta é feita conforme as necessidades, seletivamente; se para o comércio de condimentos, deve ser imediatamente seca; se para destilação do óleo essencial, poderá ser feita com a planta verde ou a planta seca. O comprador irá informar se deseja o óleo da planta verde ou planta seca.

Mercado. O mercado para os condimentos secos e para o óleo é bom e os preços são compensadores sendo, por isso, uma boa cultura se bem conduzida. Indústrias de condimentos geralmente são os maiores compradores.

 Colaboração

  • Rosa Lúcia Dutra Ramos, Bióloga, FEPAGRO, Porto Alegre (RS). Abril, 2004.

 Referências

  1. CASTRO, L.O.; RAMOS, R. L. D. Descrição botânica, cultivo e uso de Origanum majorana L., manjerona e de Origanum vulgare L., orégano (LAMIACEAE). Porto Alegre: FEPAGRO, 2003.15p. (Circular Técnica, 22).
  2. Plants for a Future: Origanum majorana - Acesso em 13 de janeiro de 2015 
  3. Wikipedia: Origanum majorana - Acesso em 13 de janeiro de 2015
  4. Image: Wikimedia Commons (Author: Forest & Kim Starr) - Acesso em 13 de janeiro de 2015
  5. The Plant List: Origanum majorana - Acesso em 13 de janeiro de 2015

GOOGLE IMAGES de Origanum majorana - Acesso em 13 de janeiro de 2015