Origem, distribuição
Nativa do Brasil (sul da Bahia, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais)
Descrição [3,4]
Planta de hábito trepadeira, vive à sombra das matas. A raiz é cilíndrica podendo ter até 4 m de comprimento por 3 cm de diâmetro. Produz hastes de mais de 10 m de comprimento de um porta-enxerto tuberoso. As hastes se apoiam em outras plantas por meio de gavinhas.
Folhas opostas, alternas, curtopecioladas, medindo 8-20 cm de largura por 4-10 cm de comprimento.
A planta é colhida na natureza para uso medicinal local. Quando recém-colhida tem cheiro forte de queijo podre, frequentemente insuportável quando guardada nos laboratórios.
Uso popular e medicinal
Este cipó é reputado medicinal pelo consenso de especialistas antigos e atuais. Suas propriedades benéficas foram descritas como "um dos vegetais que reúne as melhores qualidades depurativas".
A medicina caseira utiliza largamente sua ação depurativa que, em dose exagerada, é muito purgativa. As partes utilizadas, raízes e ramos, são muito amargas. O emprego é tanto externo quanto interno de folhas e raízes na forma de cozimento, alcoolatura e tintura para tratamento de afecções cutâneas e demais moléstias da pele [4].
As folhas e raízes são consideradas alterativas e depurativas, usadas no tratamento da sífilis. Aplicado externamente, tratam ampla gama de problemas de pele, incluindo a sarna [3].
Na literatura mais recente, são citadas as propriedades inflamatório, antissifilítico, antiulceroso, anti-herpético, antirreumático e antipruriginoso, indicado para eczema, escabiose, reumatismo, prurido, ferida, bouba, urticária, herpes labial, furúnculo e úlcera externa [1].
No Estado de Goiás seus galhos são popularmente utilizados em tratamentos de infecções cutâneas de caráter sifilítico, úlcera dérmica, sarna, herpes etc..
Um trabalho científico analisou composição química dos galhos da A. smilacifolia. Foi isolado um composto de estrutura inédita a partir da extração por solvente e separação por cromatografia em camada delgada.
Nomeado segundo as normas IUPAC como 3-(4-hidroxifenil) propenoato de metila, pertence ao grupo dos compostos fenólicos e classificado como um fenilpropanoide.
Considerando que alguns fenilpropanoides isolados de espécies vegetais são utilizados especificamente para tratamento de pele, os autores do trabalho concluem que o 3-(4-hidroxifenil) propenoato de metila tem grande possibilidades de ser o princípio ativo da espécie Apodanthera smilacifolia [2].
Dedicado a Odair Pires (Brasília, DF)
Referências
- Thieme Revinter (2018). Plantas Medicinais - Uso, orientações, precauções - Acesso em 20 de maio de 2018
- Universidade de São Paulo (Campus de São Carlos, 2002): Estudos analíticos da espécie Apondanthera smilacifolia - Acesso em 20 de maio de 2018
- Useful Tropical Plants: Melothrianthus smilacifolius - Acesso em 20 de maio de 2018
- SOUZA, J. S. I; PEIXOTO A. M.; TOLEDO, F. F. Enciclopedia Agrícola Brasileira. Editora da USP (EDUSP), São Paulo. 1995.
- Imagem: Museum National d'Histoire Naturelle (Paris) - Acesso em 20 de maio de 2018
- The Plant List: Apodanthera smilacifolia - Acesso em 20 de maio de 2018
GOOGLE IMAGES de Apodanthera smilacifolia - Acesso em 20 de maio de 2018