
Origem, distribuição
Espécie originária da Ásia tropical, especialmente Índia, Sudeste Asiático e partes da África Oriental. Foi domesticada há séculos como planta tintorial, sendo a principal fonte tradicional do corante índigo.
Com o tempo, I. tinctoria foi introduzida em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo, incluindo África, Américas e Oceania, devido ao seu valor econômico.
Não é nativa no Brasil. Descrita como espécie exótica cultivada, registrada em coleções botânicas e, em alguns locais, ocasionalmente naturalizada, mas sem caráter invasor expressivo.
Nomes em outros idiomas
- Inglês: true indigo
- Alemão: índigo
- Espanhol: anileira
- Francês: indiotier
- Italiano: Alberto d´indaco
Descrição
Indigofera tinctoria é espécie arbustiva, apresenta folhas compostas pinadas, flores pequenas de coloração rósea a violácea, dispostas em racemos, e frutos em forma de vagem linear.
Uso popular e medicinal
Na homeopatia o anileiro tem indicações para dores articulares e nevrálgicas, distúrbios circulatórios, afecções das vias respiratórias, inflamações agudas da pele (com erupções de vesículas) e hemorragia nasal. As folhas têm propriedades antiespasmódicas e sedativas, estomáquicas, febrífugas, diuréticas e purgativas, com ação direta sobre a última parte do intestino, empregadas contra as uretrites blenorrágicas e as afecções do sistema nervoso.
Apresenta ação contra a epilepsia e icterícia. As folhas machucadas são usadas topicamente contra a sarna. A raiz é odontálgica e útil na cura da icterícia. Outrora empregavam na mordedura de cobras. As sementes depois de pulverizadas tem ação insetífuga (afugenta insetos). É planta reputada antídoto do mercúrio e do arsênico.
As folhas da anileira encerram leucoindigotina, substância que convenientemente tratada, precipita o índigo. Mas este fica só quimicamente puro na forma de indigotina, quando dissociado de diversos sais, de uma matéria vermelho esverdeada e de uma resina vermelha, reduzindo o seu peso a pouco mais de 20%.
Dosagem indicada
Chá de anileiro: colocar em infusão, em um litro de água fervente, 5g de folhas e raízes de anileiro misturadas. Tomar 1 ou 2 xícaras ao dia.
Outros usos: corante, forrageira, adubo
Há algum tempo o anileiro era bastante cultivado no Brasil para extração do anil, cuja exportação chegou a atingir considerável vulto. Ultimamente com a fabricação de matérias corantes sintéticas em larga escala, o uso do anil, corante de bela cor azul, inodoro e sem sabor tem sido relegado ao esquecimento. Existe pouca bibliografia referente ao anil. O corante anil sintético data de 1880, passando então esta erva cada vez mais cair no desuso e desinteresse.
Há muitos processos para a produção do corante azul extraído do anil, todos complexos e incluem fermentação.
Existem muitas espécies no Brasil para o gênero Indigofera, algumas usadas como forrageira, outras como adubo verde. No norte do país, por exemplo, temos a Indigofera pernambucencis.
Em Mato Grosso, encontra-se a Indigofera lespedezoides, também conhecida como timbó-mirim ou timbozinho, espécie que fornece notável quantidade de anil.
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Curiosidade |
Referências
- CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1991.
- Enciclopédia das plantas que curam. Editora Três.
- GARLAND, S. The Complete Book of Herbs & Spices. Readers Digest, 1993.
- Image (no changes were made): Pancrat, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
- WFO Plant List: Indigofera tinctoria L. - Acesso em 19 de setembro de 2025
GOOGLE IMAGES de Indigofera tinctoria - Acesso em 19 de setembro de 2025