Urucum, urucuzeiro

Nome científico: 
Bixa orellana L.
Família: 
Bixaceae
Sinonímia científica: 
Bixa americana Poir.
Partes usadas: 
Semente, raiz, folhas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides, flavonas, ácidos fenólicos, açúcares livres, ácidos graxos saturados, carotenoides, bixinos, norbixina, vitamina C.
Propriedade terapêutica: 
Expectorante, hipotensor, vermífugo, afrodisíaco, digestivo.
Indicação terapêutica: 
Emagrecimento, bronquite, faringite, doenças pulmonares, asma, febre, moléstias cardiovasculares, ferimentos, queimaduras, inflamação.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: annatto, lipstick tree
  • Francês: rocouyer, rocou, roucou

Origem, distribuição
Amazônia brasileira.

Descrição
Arbusto de 2 a 5 m de altura, 10 cm de diâmetro, peciolos largos, folhas alternas, inteiras, simples, ovadas. Inflorescência em panículas terminais, flores vistosas, andróginas, rosadas com manchas púrpuras.

Fruto cápsula ovoide loculicida com numerosas sementes ovoides recobertas por um arilo espinhoso, descoloração variando de amarelo pardo a vermelho púrpuro.

Propaga-se por semente. Desenvolve-se satisfatoriamente sob as mais diversas condições climáticas, preferindo solos profundos, permeáveis e bem drenados.

Denomina-se urucum o fruto e urucuzeiro a árvore.

 Uso popular e medicinal

O urucum é utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta) e peruanos como fonte de matéria-prima para tinturas vermelhas para os mais diversos fins, principalmente proteger a pele contra o sol e picada de insetos. Há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo.

No Brasil, a tintura de urucum em pó é conhecida como colorau, é usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Ao passar urucum na pele ele penetra nos poros. Ao longo do tempo, a pele passa a ter uma tonalidade avermelhada constante e definitiva, pois os poros se entopem de urucum e não conseguem mais eliminá-lo.

O fruto é rico em cálcio, fósforo, ferro, aminoácidos e vitaminas B2, B3, A e C. Contém cianidina, ácidos elágico e salicílico, saponinas e taninos, fitoquímicos que ajudam a prevenir e tratar doenças.

Costumam misturar as sementes com óleo de coco ou azeite de oliva para produzir um remédio caseiro para uso tópico em queimaduras, feridas e picadas de insetos, sem ocorrer a formação de cicatrizes.

As sementes também são usadas com sucesso para a cura da icterícia. Para crianças, o chá das sementes deve ser dado para matar vermes. O uso da tintura remonta a antiguidade, para tratar doenças venéreas e controlar os sintomas da menopausa. 

O chá das folhas regula o nível do colesterol, trata hepatite, malária, diminui a pressão sanguínea e combate os efeitos de mordida de cobras venenosas. Possui propriedades expectorantes, limpando o muco acumulado e combatendo a asma, tosse e bronquite. Para quaisquer dessas condições, deve-se ferver 10 folhas em 1 litro de água por 10 minutos exatos. Divida em 3 partes, que devem ser consumidas de manhã, à tarde e à noite. Caso o problema seja no exterior do corpo, faça a mesma receita e aplique de maneira tópica por várias vezes no dia.

Para tratar hemorroida, deve-se ferver 1 vagem seca em 1 xícara de água e beber pelo menos 3 vezes na semana, até quando necessário.

Emagrecimento. Usam-se as sementes para queimar calorias, acelerar o metabolismo e diminui o colesterol: 3 sementes (2 x dia) na 1ª quinzena, 4 sementes na 2ª quinzena (2 x dia), 5 sementes na 3ª quinzena (2 x dia) e assim segue até completar 3 meses. 

Hipotensor, vermífugo, afrodisíaco, expectorante, doenças pulmonares, asma, bronquite, faringite, febres e moléstias cardiovasculares. Usam-se as folhas em infusão. 

Ferimentos e queimaduras. Usam-se as sementes em pó.

Digestivo e anti-inflamatório. Usam-se a raiz em decocção.

Outros usos
Quando industrializadas as sementes produzem um pó vermelho denominado colorau, empregado em tempero culinário.

Utilizado pelos indígenas como repelente e protetor da pele contra os raios solares.

O arilo contém o pigmento bixina, uma matéria-prima de corantes.

O resíduo das cápsulas, após a retirada das sementes, pode ser empregado como adubação orgânica, cobertura morta e em mistura com ração para alimentação animal.

A tintura do fruto é poderoso antídoto do ácido cianídrico, veneno contido na raiz da mandioca.

 Colaboração

  • Lelington Lobo Franco, escritor, pesquisador, químico-fitologista (Curitiba, PR). Janeiro de 2016.
  • Isanete Geraldini Costa Bieski, farmacêutica, especialista em Plantas Medicinais (UFLA, MG), agosto de 2005.

 Referências

  1. BIESKI, I. G. C. Urucuzeiro. Universidade Federal de Lavras, 2005. Acesso em 18/1/2015
  2. Plant Resources of Tropical Africa (PROTA): Bixa orellana - Acesso em 18/1/2015
  3. Infobibos: Etnobotância e Taxonomia do UrucuzeiroAcesso em 18/1/2015
  4. The Plant List: Bixa orellana - Acesso em 18/1/2015

GOOGLE IMAGES de Bixa orellana - Acesso em 18/1/2015