Planta da Farmacopeia Brasileira |
Nome em outros idiomas
- Inglês: white willow, european willow
- Alemão: silberweide
Origem, distribuição
Originário de regiões temperadas do hemisfério norte (Europa, Ásia e América do Norte ). Sua distribuição é praticamente universal.
Descrição
Árvore decídua (perde as folhas no outono) de até 25 m. Folhas de 5 a 10 cm de comprimento, alternas, podendo ter até 4 vezes sua largura. Folhas cobertas por pêlos, flores não-vistosas.
Uso popular e medicinal
As propriedades do salgueiro são conhecidas desde a antiga Grécia. Hipócrates, Galeno, Pliny "The Elder" e outros sabiam que a casca do salgueiro poderia ser usada para aliviar dores e reduzir febres. Foi muito utilizado na Europa e na China para o tratamento dessas enfermidades.
Este remédio também é mencionado em textos desde o antigo Egito, Suméria e Assíria. Em 1763 o reverendo Stone (Inglaterra) observou que a casca do salgueiro foi eficaz na redução da febre. A casca foi muitas vezes macerada em álcool para produzir uma tintura. O extrato ativo da casc chamado salicina foi isolado em sua forma cristalina em 1828 pelo farmacêutico francês Henri Leroux e pelo químico italiano Raffaele Piria, que em seguida conseguiram separar o ácido em seu estado puro. O ácido salicílico, como aspirina, é um derivado químico de salicina.
Em 1899 a indústria farmacêutica Bayer registrou o ácido acetil-salicílico, derivado do ácido salicílico do salgueiro, com o nome de aspirina. A palavra aspirina foi composta por a (ácido) + spir ( do nome espírico, atribuído por Löwig ao ácido salicílico, que ele sintetizara) + ina (sufixo). No século XX estava bem definida a aplicação da aspirina como terapia antirreumática e então foi identificada nessa droga a propriedade antiagregante plaquetária. Como o ácido acetil-salicílico é geralmente mais bem tolerado que o salicílico, de certa forma o uso do salgueiro e de outras plantas que contêm salicina foi ficando obsoleto. |
Salix alba é ainda indicado nas cefaleias, nas dismenorreias por dificuldade na eliminação de coágulos, nos espasmos gastrintestinais, nas disquinesias biliares, nos transtomos nervosos e na prevenção dos tromboembolismos.
Dosagem indicada
- Pó: 1 - 4 g, 3 vezes ao dia
- Extrato: 100 mg, duas vezes ao dia
- Infusão: 180 - 240 ml, três vezes ao dia
- Decocção: 30 - 60 ml, três vezes ao dia
- Tintura (1:5, corn 25% de etanol): 5 - 8 ml, três vezes ao dia
- Extrato fluido (1:1, corn 25% de etanol): 1 - 2 ml, três vezes ao dia
- Crianças de 4 - 10 anos: equivalente a 30 - 60 mg de salicina total diários
- Criancas de 10 - 16 anos: equivalente a 60 - 12 mg de salicina total diários, de acordo corn peso e estatura
- Folha (infusão): 5 g por xícara, infundir por 10 minutos. Tomar três xícaras ao dia
- Folha (extrato fluido, 1:1): 30 - 50 gotas, uma ou duas vezes ao dia
Contraindicação
Contraindicado o uso para indivíduos que sofram de úlcera gastrointestinal, hemofilia, trombocitopenia, hemorragias uterinas, hiperestrogenismo e bronquiectasias. Existem respostas individuais de hipersensibilidade em alguns pacientes asmáticos, diabéticos ou com transtornos hepáticos.
Interacões com medicamentos [1]
- Aspirina. Resultado: teoricamente o uso associado pode determinar aumento no risco de sangramento.
- Varvarina (anticoagulante oral cumarínico). Resultado: o ácido acetilsalicílico presente no salgueiro-branco pode potencializar o efeito anticoagulante do medicamento e de outros fármacos anticoagulantes, com risco de sangramento.
- Há relatos de interferir com tratamentos com anticoagulantes e estrogênio. Também com metrotexate, metoclopramida, fenitoína, espirolonolactona e valproato.
Ecologia
Salix alba atrai insetos, incluindo abelhas, que polinizam esta árvore.
Colaboração
- Rosane Maria Salvi, Médica (Porto Alegre, RS), 2009.
- Eliane Diefenthaeler Heuser, Bióloga (Porto Alegre, RS), 2009.
Referências
- SALVI, R.M.; HEUSER E. D. Interações medicamentos x fitoterápicos: em busca de uma prescrição racional. EDIPUCRS, Porto Alegre (RS). 2008.
- Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP 2013): Curso de Fitoterapia para ginecologistas - Acesso em 17/12/2014
- Embrafarma: Salix alba - Acesso em 17/12/2014
- Wikipedia: Salix alba - Acesso em 17/12/2014
- The Plant List: Salix alba - Acesso em 17/12/2014
GOOGLE IMAGES de Salix alba - Acesso em 17/12/2014