Açafrão-da-terra

Nome científico: 
Curcuma longa L.
Família: 
Zingiberaceae
Sinonímia científica: 
Amonum curcuma Jacq.
Partes usadas: 
Rizoma, semelhante ao gengibre, seu parente.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Curcuminoides, diferuil metano, curcuminas I e III e outras curcuminas, óleos essenciais, sesquislactonas, zingibereno, bisabolano, cineol, curcumenol, curcumernona.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória, antidispéptica, colerética, colagoga, hipolipemiante, antiespasmódica, antiflatulenta.
Indicação terapêutica: 
Cálculo biliar, vesícula biliar, fígado, psoríase, leucemia, colesterol, câncer de colo de útero, feridas.

 

Planta da Farmacopeia Brasileira
Açafrão-da-terra tem uso científico comprovado como anti-inflamatório e antidispéptico (problemas digestivos) na forma de infuso. A tintura é colerética (aumenta a bile), colagoga (diminui a bile), hipolipemiante (controle de nível de colesterol), antiespasmódica (contração involuntária de músculos), antiflatulenta (contra gases)  e anti-inflamatória. Para mais informações consulte INFUSÃO - TINTURA

Nome em outros idiomas

  • Espanhol: cúrcuma, azafrán de la Índia, yuquilla
  • Inglês: turmeric
  • Italiano: curcuma di levante
  • Francês: safran des Indes

Origem, distribuição
Nativa da Índia, introduzida nas Antilhas e Europa por navegadores.

Descrição [3]
Planta rizomatosa perene, pode atingir até 1,5 m de altura. Rizoma piriforme, arredondado, carnudo, com ramificações laterais compridas e internamente de coloração alaranjada. Folhas sem pêlos, grandes, oblongas, lanceoladas e reunidas na base. Inflorescência com flores pequenas e amareladas saindo de uma haste longa. O fruto (cápsula) abre-se quando maduro.

Gosta de solos úmidos, ricos e argilosos.

Uso popular e medicinal [1,5]
Trabalhos realizados fundamentalmente com os corantes mostraram efeitos colerético, colagogo e protetor hepático em ratas.

Um estudo aponta involuções de cálculos biliares com uso de curcumina e melhora das funções de muitas enzimas do fígado, além de ser hepatoprotetora e antitóxica do fígado.

Na verdade há muitos trabalhos nos dando conta de que é uma ótima planta para os problemas do fígado e vesícula biliar. Há também nestes rizomas atividade pró-digestiva segundo relato de bons trabalhos científicos. Foi demonstrado que ela estimula a digestão. É protetor gástrico por diminuir a secreção de ácidos.

Apresentou atividade imunomoduladora estimulante e anti-inflamatória em ratas, por potencializar o sistema retículo-endotelial, segundo fontes científicas.

Há muitos outros estudos provando sua atividade anti-inflamatória.

É uma planta que baixa o nível de colesterol e lipídios totais no sangue às custas da curcumina. Extrato de cúrcuma doméstica demonstrou baixar triglicerídeos e fosfolipídeos, segundo consta em trabalhos científicos.

A curcumina inibe o acetato de tetradecanoil-forbol que causa tumor de pele, a nitrosamina, causadora de cânceres orais e gástricos e azoximetanol, indutor de câncer em cólon. Foi provado que 2% de curcumina protege a mucosa do intestino grosso contra este último agente.

Ainda é antiagregante plaquetária, anti-infecciosa, antiasmática e útil em casos de despigmentação da pele como na psoríase e alguma leucemia.

Em altas doses inibe a ovulação e pode então ser usada como anticoncepcional.

No Oriente é usada como hepatoprotetor, estimulante das vias biliares, antiflatulenta, diurética, afrodisíaca, diurética, antiparasitária, antifebril, anti-inflamatória e para a circulação.

Na China é usada contra o câncer de colo de útero (em aplicação local e via oral), segundo relato da Associação Argentina de Fitomedicina.

Em entrevista a um programa de TV em janeiro de 2011, a nutricionista Carolina Santos destaca as propriedades da cúrcuma. Sobre curcumina, um componente flavonoide de cor amarela, ela afirma ser bom para a saúde da pele pois ajuda na formação de colágeno. A curcumina tem efeito preventivo importante contra câncer de pele, de intestino, estômago, mama e fígado. Pessoas que têm esse histórico familiar devem consumir o açafrão-da-terra como alimento [4]

Há estudos indicando que este componente inibe o crescimento de alguns parasitas e  inibe ou reduz a replicação de vírus da hepatite B.

A curcumina reduz a inflamação e melhora o quadro de artite reumatoide, apresentando efeito anti-inflamatório semelhante ao de medicamentos anti-inflamatórios convencionais.

Ainda segundo a nutricionista, estudos com animais mostram que a curcumina age na modulação de alguns neurotransmissores dentre os quais a serotonina e a dopamina, que estão ligados à melhora do humor e a quadros depressivos.

Na gastronomia é indicado para legumes, refogados e arroz. O prato fica amarelinho e não altera o sabor dos ingredientes.

Em sua composição química são encontrados curcuminoides (corantes) em 2 a 5%, diferuil metano, curcuminas I e III e outras curcuminas. No óleo essencial 60% são sesquislactonas (turmerona), zingibereno, bisabolano, cineol, linalol, eugenol, curcumenol, curcumernona como os principais, além de polissarídeos A, B e C, galactano, potássio, resina, glucídios (mais amido) [1].

 Dosagem indicada [1]
Externamente é bom cicatrizante e desinfetante de feridas, inclusive de olho, e antirreumático. Usa-se 1% de rizoma em decocção, 2 ou 3 vezes ao dia.

Pode ser usada como extrato seco (5:1 é proporção da droga vegetal nesta forma farmacêutica) em encapsulados na dosagem de 80 mg, 2 vezes ao dia ou em extrato fluido em 50 gotas por 2 ou 3 tomadas (1 g contém 40 gotas).

A absorção dos princípios ativos dela pelas vias digestivas é boa (cerca de 60%) e não é ulcerogênica como os anti-inflamatórios convencionais, conforme provado por um pesquisador em 1986.

Valor nutricional [2]

Outros usos
A cúrcuma participa do curry, tradicional tempero indiano. É usada nas farmácias como corante.

Trajes típicos de monges budistas têm a cor amarelada pela cúrcuma.

Na medicina indiana ayurvédica a cúrcuma é usada na purificação do leite.

 Efeito colateral
Cuidado: não tomar mais que 10 g por dia (30 estigmas ou quatro colheres de sobremesa) porque esta planta é tóxica em altas doses, podendo alterar o sistema nervoso ou provocar aborto.

 Colaboração

  • Luis Carlos Leme Franco, médico e professor de Fitoterapia (Curitiba, PR), 2004. Memória.

 Referências

  1. FRANCO, L. C. L.; LEITE, R. C. Fitoterapia para a Mulher. Corpomente, Curitiba, 375p. 2004. 
  2. Ciência Rural (2000): Cúrcuma: planta medicinal, condimentar e de outros usos potenciais - Acesso em 20 de novembro de 2016
  3. EMBRAPA Pantanal (2007): Cúrcuma - Acesso em 20 de novembro de 2016
  4. TV GAZETA (2011): Propriedades nutritivas da cúrcuma (vídeo) - Acesso em 20 de novembro de 2016
  5. Alternative Medicine Review (2009). Anti-inflammatory properties of curcumin, a major constituent of Curcuma longa: a review of preclinical and clinical research - Acesso em 20 de novembro de 2016
  6. Imagem: Red de Salud de Cuba, Wikimedia Commons (Author: Forest & Kim Starr); Natural Products Expo Asia - Acesso em 5 de abril de 2015
  7. The Plant List: Curcuma longa - Acesso em 20 de novembro de 2016

GOOGLE IMAGES de Curcuma longa - Acesso em 5 de abril de 2015