Tanchagem

Nome científico: 
Plantago major L.
Família: 
Plantaginaceae
Sinonímia científica: 
Plantago latifolia Salisb.
Partes usadas: 
Toda a planta.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Ácido araquídico, ácidos graxos insaturados, ácidos triterpênicos livres, hidrocarbonetos, diversos flavonoides, mucilagens e alguns glicosídeos.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatório, antisséptico, expectorante, antidiarreica, cicatrizante, adstringente, emoliente, depurativa, laxativa.
Indicação terapêutica: 
Inflamações bucofaringianas, dérmicas, gastrintestinais e das vias urinárias, cicatrização de feridas, laxante leve.

 

 Esta espécie é considerada Planta Alimentícia Não Convencional.

Planta da Farmacopeia Brasileira
Tanchagem tem uso científico comprovado como anti-inflamatório e antisséptico da cavidade bucal.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: greater plantain, common plantain.
  • Francês: plantain majeur
  • Alemão: breitwegerich
  • Espanhol: llantén común, llantén major

Origem, distribuição
Planta nativa da maior parte da Europa, centro e norte da Ásia. É amplamente naturalizada em outras partes do mundo, onde é uma erva daninha comum.

Descrição
Dos três tipos de tanchagem: maior, média e menor, a descrição refere-se a tanchagem-maior.

A tanchagem tão bem se aclimatou no Brasil que se desenvolveu subespontaneamente nos terrenos próximos às habitações. Planta perene, pubescente ou quase sem pelos, atinge até 50 cm de altura. Suas folhas grandes, espessas, ovais, glabas em ambas as faces, com 5 a 9 nervuras e pecíolos longos, dispõem-se em roseta junto ao solo.

As flores branco-amareladas ou avermelhadas reúnem-se em espigas cilíndricas e alongadas nas extremidades de hastes medindo ate 40 cm de comprimento. Produz cápsulas contendo de 8 a 16 sementes pequenas e angulosas, muito apreciadas pelos pássaros.

As folhas da tanchagem são comestíveis e ligeiramente aromáticas. As sementes encerram 10% de um óleo denso, amarelo e de sabor agradável, lembrando o da nogueira, também utilizado na alimentação. Para uso terapêutico a planta deve ser coletada depois de bem desenvolvida, em meados do verão, seca à sombra e em local arejado.

Como cresce espontaneamente em toda parte, a tanchagem não costuma ser cultivada. Propaga-se através de sementes e facilmente se autorressemeia.

Uso popular e medicinal
A tanchagem é usada popularmente devido às suas propriedades adstringente, depurativa, cicatrizante, expectorante, hemostática, antidiarreica (folha) e emoliente, administrando-se por via oral nos casos de ardor do estômago, afecções respiratórias, diarreia, desinteira e inflamações crônicas dos rins

Também é indicada no tratamento das inflamações bucofaringianas, dérmicas, gastrintestinais e das vias urinárias. As sementes são laxativas.

 Preparo e dosagem indicada

Anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral (preparar por infusão, uso externo). Componentes: folhas secas (6 – 9 g); água q.s.p. (150 mL). Após higienização, aplicar o infuso com auxílio de algodão sobre o local afetado, 3 vezes ao dia. Fazer bochechos ou gargarejos três vezes ao dia.  Advertência: não deve ser utilizado em pacientes com hipotensão arterial, obstrução intestinal e por gestantes. Não engolir o produto após o bochecho e gargarejo. Não utilizar a casca da semente [2].

Infecções bucofaringeanas, problemas gastrintestinais (preparar por infusão, uso interno). Componentes: 1 xícara de cafezinho de folhas frescas picadas em ½ litro de água. Tomar 1 xícara de chá a cada 6 h para infecções bucofaringeanas e 1 xícara a cada 8 h para problemas gastrintestinais.

Afecções da boca, garganta, gengivite, parotidite (preparar por infusão, uso externo). Componentes: 1 xícara de cafezinho de folhas frescas picadas em ½ litro de água. Acrescentar à infusão 1 colher de sopa de sal comum. Gargarejar 3 vezes ao dia.

Laxante suave (preparar por infusão, uso interno). Componentes: 1 colher (sopa) de sementes em 1 copo de água fervente. Deixar uma noite em maceração. No dia seguinte, em jejum, tomar o copo.

Cicatrização de feridas (preparar por cataplasma). Colocar as folhas frescas amassadas sobre as feridas.

 Colaboração

  • Sérgio Antonio Barraca, estudante de graduação da ESALQ/USP, Piracicaba (SP), 1999.
  • Martha Batista, Pedagoga e Terapêuta Naturalista (Florianópolis, SC). Julho de 2007.

 Referências

  1. ESALQ/USP (1999): Cultivo de horta medicinal - Acesso em 24 de abril de 2016
  2. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011. 
  3. CORDEIRO, R. et all. Plantas que Curam. Editora Três, São Paulo (SP). 1996.
  4. Portal Educação (2013): O valor medicinal da tanchagem - Acesso em 24 de abril de 2016
  5. Image: The Ecology of Commanster (Author: J. K. Lindsey) - Acesso em 24 de abril de 2016
  6. The Plant List: Plantago major - Acesso em 24 de abril de 2016

GOOGLE IMAGES de Plantago major - Acesso em 24 de abril de 2016