Sassafrás-americano

Nome científico: 
Sassafras albidum (Nutt.) Nees
Família: 
Lauraceae
Sinonímia científica: 
Laurus sassafras L.
Partes usadas: 
Folhas secas, cascas, raízes.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Alcaloides, compostos aromáticos, mucilagem, taninos.
Propriedade terapêutica: 
Sudorífera, antirreumática, antiespasmódica, anti-inflamatória, antisséptica, anódina, aromática, carminativa, diaforética, diurética, vasodilatadora etc.
Indicação terapêutica: 
Purificação do sangue, queixa gastrointestinal, resfriado, doença renal e do fígado.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: sassafras, white sassafras, red sassafras, silky sassafras

Origem, distribuição
Árvore nativa do leste da América do Norte, tradicionalmente cultivada pelo seu perfume. Em alguns trabalhos esta espécie é referida como canela sassafras, embora este nome seja mais utilizado para a espécie brasileira. Ambas têm algumas propriedades químicas em comum [3].

Descrição
O sassafrás-americano pode crescer até 25 m, tem um tronco fino e piramidal, produz ramos em andares horizontais. As folhas são caducas e apresentam uma grande variedade de formas, mesmo numa única árvore. As flores abrem no início da primavera antes de nascerem as novas folhas, são pequenas e verde-amareladas. Os frutos são pequenas drupas com cerca de 1 cm de diâmetro [3].

Uso popular e medicinal
Sassafrás foi amplamente utilizada no passado por indígenas norteamericanos para tratar uma gama de queixas, devido especialmente ao seu efeito tônico sobre o corpo. Ainda é usado em Fitoterapia como remédio caseiro. A casca e a medula da raiz são anódina (ameniza dores), antisséptica, aromática, carminativa (reduz gas intestinal), diaforética (induz a transpiração, dispersa frio e febre), diurética, estimulante e vasodilatadora [7]

Um chá feito da casca da raiz é particularmente conhecida como tônica, purificadora do sangue, indicada para queixas gastrointestinais, resfriados, doenças renais, reumatismo e erupções na pele. A medula mucilaginosa dos ramos tem sido usada como um cataplasma ou lavagem de olhos (doenças oculares) e também é tomada internamente como um chá para o peito, fígado e rim. Um óleo essencial da casca da raiz é utilizado como antisséptico em odontologia e também como um anódino [7].

Na Louisiana (EUA) o pó obtido das folhas secas, localmente chamado "filé" ou "pó-de-sassafras", foi usado para engrossar o gumbo (um prato típico da culinária do sul dos EUA) e o óleo extraído da casca das raizes foi tradicionalmente usado para preparar uma bebida não-alcoólica chamada root beer ("cerveja-de-raiz").

Infusões da casca e raízes de sassafrás-americano têm sido usadas desde os tempos coloniais como sudorífero. Há cerca de 80 anos (dados de 2009), o óleo essencial foi usado como aromatizante na indústria de bebidas e como matéria-prima para a síntese de piperonal, importante insumo para a indústria de perfumaria.

O uso alimentício foi descontinuado com a descoberta dos efeitos hepatotóxicos e carcinogênicos do safrol, constituinte majoritário do óleo (80-85%). Além do piperonal, o safrol é usado como matéria-prima para a síntese de butóxido de piperonila, agente para inseticidas à base de piretroides [1] (veja quadro).

Safrol é um componente químico aromático utilizado na indústria de cosmético (fixador de fragrâncias), inseticida e produtos de limpezaÉ a principal matéria-prima do ecstasy. Até os anos 80 o Brasil foi o maior produtor mundial, cuja extração concentrou-se no vale do Rio Itajaí (Santa Catarina). Após a proibição do corte da canela-de-sassafrás no Sul, pesquisadores da Embrapa conseguiram extrair safrol da pimenta-longa, árvore de pequeno porte nativa do Acre [5].

Piretroides são compostos químicos sintéticos cuja origem é a piretrina, um éster do ácido crisantêmico produzido pelas plantas do gênero Chrysanthemum.

São aplicados principalmente no controle de moscas pretas, mosquitos transmissores da malária, baratas, pulgas, percevejos e ácaros (acaricidas).

Apresentam baixa toxicidade ao organismo humano, mas o contato dos piretroides com a pele, olhos e mucosas pode causar irritações e queimaduras [4].

S. albidum possui vários alcaloides, compostos aromáticos, mucilagem, tanino e outras substâncias. Por essas razões, preparados de várias partes desta planta são tradicionalmente indicadas como antirreumáticos, anti-espasmódicos, anti-inflamatórios e antissépticos [3].

 Culinária
Um chá pode ser feito de raízes jovens. Adoçar a gosto e beber em quantidades moderadas. Uma geléia picante pode ser feita com suco de limão, açúcar e pectina (composto de frutas responsável pela formação do gel). Brotos verdes e folhas jovens podem ser adicionados a saladas 
[6].

 Referências

  1. Química Nova: Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas - Acesso em 30/12/2014
  2. Virginia Tech: Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014
  3. Wikipedia: Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014
  4. Infoescola: Piretroides - Acesso em 30/12/2014
  5. UOL: SC foi o maior produtor da base do ecstasy - Acesso em 30/12/2014
  6. NC State University: Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014
  7. Plants for a Future: Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014
  8. Imagem: Wikimedia Commons (Author: James Steakley) - Acesso em 30/12/2014 
  9. Imagem: The Dow Gardens Archive, Dow Gardens, Bugwood.org - Acesso em 30/12/2014
  10. The Plant List: Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014

GOOGLE IMAGES de Sassafras albidum - Acesso em 30/12/2014