Nome em outros idiomas
- Inglês: okra (EUA), lady's fingers (Grã-Bretanha)
- Alemão: gemüse-eibisch
- Francês: gombo, gumbo
- Espanhol: quingombó
Origem, distribuição
Provável origem geográfica é oeste da África, Etiópia e sul da Ásia.
Descrição [2]
As folhas lobadas e peludas têm entre 20 e 30 cm de comprimento. As flores têm cor amarela, com um coração vermelho ou rosa. O fruto é uma cápsula cônica mais ou menos alongada contendo, na maior parte do tempo, 5 cavidades porta-óvulos cuja cor pode ser verde, violeta, vermelho ou branco dependendo do cultivar. Alguns cultivares podem passar de 3 m.
Abelmoschus esculentum produz uma flor a cada dois ou três dias.
Flores do gênero Abelmoschus são hermafroditas. Os insetos são muito atraídos pelas pétalas amarelas.
Pertencem a família do quiabo várias espécies de importância econômica dentre as quais algodão (Gossypium hirsutum), cacau (Theobroma cacao) e espécies ornamentais de hibiscus, aliás um sinônimo botânico de Abelmoschus esculentum é Hibiscus esculentus.
Espécies de quiabo são cultivadas pelo fruto (Abelmoschus esculentum, Abelmoschus caillei), pelas folhas (Abelmoschus manihot) ou sementes (Abelmoschus moschatus)
Uso popular e medicinal [1,3]
As raízes são ricas em mucilagem, tendo ação fortemente demulcente (substância viscosa que exerce ação protetora local). Conhecida popularmente como a baba do quiabo, essa mucilagem - um polissacarídeo composto de ácido galacturônico, ramnose e glicose - pode ser utilizada como substituta do plasma e expansora do volume sanguíneo. Para obtê-la, colocar fatias de frutos verdes em água e ferver.
O suco das raízes é usado externamente no Nepal para tratar cortes, feridas e furúnculos. As folhas fornecem um cataplasma emoliente. A decocção das cápsulas imaturas é emoliente e diurética. É utilizada no tratamento de infecção catarral, disúria (ardor urinário) e gonorreia. As sementes são antiespasmódica e estimulante.
A infusão das sementes torradas tem propriedades sudoríficas.
Os frutos são ricos em pectina, ferro e cálcio. Pectina é importante em nosso organismo por formar, juntamente com a água ingerida, um gel que absorve parte da gordura consumida na refeição, impedindo o armazenamento desta gordura por nosso organismo. Além disso, pectina diminui a sensação de fome, o que faz com que passemos a comer menos, com mais qualidade.
Folhas e frutos verdes são usados no Oriente em cataplasmas e aplicados para aliviar a dor, hidratar a pele, induzir a transpiração, prevenir o escorbuto e tratar distúrbios urinários. No Congo-Brazzaville, a decocção da folha é empregada em dores do coração e promoção da contração do parto. Na Malásia a infusão da raiz de quiabo tem sido usada para tratar a sífilis.
Culinária [3]
Quiabo é amplamente utilizado na cozinha internacional. É muito popular no sul dos EUA onde serve para engrossar o "gumbo", um guisado (ou sopa grossa) feito com carnes ou mariscos que se come com arroz branco. Frutos verdes são geralmente cozidos, fritos, grelhados ou consumidos crus. São usados em sopas, molhos, ensopados, salteados e saladas.
O quiabo é rico em fibras, vitaminas e minerais. As vagens têm sabor e textura única e liberam a mucilagem viscosa quando cozidas. A mucilagem pode ser usada para engrossar molhos e adicionar suavidade a sopa. Na Índia essa substância é usada em produtos de confeitaria e para branquear melaço (caldo-de-cana).
As folhas jovens são utilizadas como espinafre na África Ocidental e Sudeste Asiático. Costuma-se secá-las e moe-las em pó para armazenamento. Botões de flores e pétalas são ingeridos em tempos de escassez de alimentos.
Sementes de quiabo são por vezes usadas no lugar de ervilhas, feijão ou lentilhas em pratos de arroz e sopas. Na Nigéria, as sementes são preparadas em um alimento conhecido como "dandawan Betso". Na Índia, as sementes de quiabo são consumidas em curries e chutneys.
Sementes fritas de quiabo são moídas e servidas em substituição ao café em algumas regiões da América Central, África e Malásia.
Sementes, cozidas ou moídas, são utilizadas na fabricação de pão ou feitas em "tofu" ou "tempeh" (receita asiática a base de leite de soja, resulta num produto parecido com queijo).
A semente contém até 22% de óleo comestível.
Um prato tipicamente brasileiro e famoso no Estado de Minas Gerais é "frango com quiabo".
Composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível [4]
Quiabo cru | |||||
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Principais | Minerais | Vitaminas | |||
Umidade % | 90,6 | Cálcio mg | 112 | Retinol µg | NA |
Energia | 30 kcal; 125 kJ | Magnésio mg | 50 | RE µg | 49 |
Proteína g | 1,9 | Manganês mg | 0,46 | RAE µg | 25 |
Lipídeos g | 0,3 | Fósforo mg | 56 | Tiamina mg | 0,10 |
Colesterol mg | NA | Ferro mg | 0,4 | Riboflavina mg | Tr |
Carboidrato g | 6,4 | Sódio mg | 1 | Piridoxina mg | 0,03 |
Fibra alimentar g | 4,6 | Potássio mg | 249 | Niacina mg | Tr |
Cinzas g | 0,8 | Cobre mg | 0,17 | Vitamina C mg | 5,6 |
Zinco mg | 0,6 |
A casca de quiabo produz uma fibra fina, áspera, resistente, cuja cor varia do branco ao amarelo. Na África Tropical a fibra é tecida em fio, enrolada e usada como linha de pescar, em armadilhas de caça e redes. Também tem sido usada em produção de papel e cartão.
Referências
- Plants for a Future: Abelmoschus esculentus - (L.) Moench - Acesso em 15/2/2015
- Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA): Quiabo - Acesso em 15/2/2015
- Kew Royal Botanic Gardens: Abelmoschus esculentus (okra) - Acesso em 15/2/2015
- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 4a. ed., 2011.
- Image: Wikimedia Commons (Author: Pinus); Worldcrops: Okra Abelmoschus esculentus - Acesso em 15/2/2015
- The Plant List: Abelmoschus esculentus - Acesso em 15/2/2015
GOOGLE IMAGES de Abelmoschus esculentus - Acesso em 15/2/2015