Nome em outros idiomas
- Inglês: peach-palm
- Espanhol: pejibaye, chontaduro (Colômbia), pijuayo (Perú), pijiguao (Venezuela), tembé (Bolívia), pibá (Panamá)
Origem, distribuição
Nativa da região Amazônica.
Descrição [2,4]
Palmeira oleaginosa, cresce geralmente até 20 m de altura. Inicialmente isolada, com o tempo forma touceiras.
Tem o estipe recoberto por anéis de espinhos negros que também podem ocorrer nas bainhas, nervuras das folhas e ráquis da inflorescência. As folhas são longas, flores de sexos separados, de coloração e tamanho semelhantes aparecendo num mesmo cacho.
O fruto é uma drupa, cônico, de coloração amarela ou vermelha quando maduro, casca fina, aderente ou não à polpa de coloração amarela ou alaranjada. Pode pesar de 10 a 250 g, com ou sem caroço, mais amiláceos ou mais gordurosos, lisos ou fiapentos. Alguns são mais adaptados à produção de farinha, outros ao consumo direto, à extração do óleo ou palmito.
Propaga-se por semente.
Brasil e Costa Rica são grandes produtores mundiais. A maior parte do cultivo destina-se a produção de palmito, pois desenvolve-se rapidamente e vários palmitos são extraídos de uma única planta.
Uso popular e medicinal [1]
O óleo extraído da polpa do fruto tem ação contra cárie dental, doença que afeta grande número de pessoas no mundo, cuja ocorrência depende da formação de um biofilme microbiano sobre a superfície dentária. As interações entre microrganismos do biofilme e os alimentos ingeridos podem tanto favorecer o aparecimento de lesões, como é o caso dos carboidratos, enquanto ácidos graxos, polifenóis, caseína e lectina as inibem.
Pelo alto teor lipídico e de carotenos, o óleo da pupunha apresenta ação efetiva nos processos iniciais de formação do biofilme na prevenção à cárie, conforme avaliação da influência desse óleo na composição do biofilme dental e dinâmica do processo de desmineralização em esmalte. O óleo foi extraído sem adição de solventes, caracterizado, misturado a uma solução de 20% de sacarose e testado in situ *.
* Nota: in situ é expressão usada para designar "o local", o colo do dente, próximo à gengiva (onde ocorre maior concentração de placa bacteriana).
Valor nutricional por 100 g da porção comestível [3]
Palmito pupunha em conserva | |||||
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Principais | Minerais | Vitaminas | |||
Umidade % | 89,4 | Cálcio mg | 32 | Retinol µg | NA |
Energia | 29 kcal; 123 kJ | Magnésio mg | 25 | RE µg | |
Proteína g | 2,5 | Manganês mg | 0,14 | RAE µg | |
Lipídeos g | 0,5 | Fósforo mg | 55 | Tiamina mg | 0,03 |
Colesterol mg | NA | Ferro mg | 0,2 | Riboflavina mg | Tr |
Carboidrato g | 5,5 | Sódio mg | 563 | Piridoxina mg | Tr |
Fibra alimentar g | 2,6 | Potássio mg | 206 | Niacina mg | Tr |
Cinzas g | 2,1 | Cobre mg | 0,08 | Vitamina C mg | 8,7 |
Zinco mg | 0,4 |
NA: Não Aplicável; Tr: Traços
Culinária [2]
A pupunha é usada na fabricação de bebidas, tortillas, tamalles (prato tradicional da culinária mesoamericana, parecido com pamonha), bolos, saladas e doces. Variações das bebidas fermentadas são comuns entre os indígenas da região amazônica. No Brasil é chamada "caiçuma" e "chicha" nos países da América Central.
Pupunha não deve ser consumida crua, devido aos cristais de oxalato de cálcio que podem estar presentes na casca e irritam a mucosa da boca. Cozidas e sem cascas ficam com gosto parecido ao da castanha portuguesa, abóbora, pinhão, batata-doce e milho cozido.
Na Ilha de Marajó consome-se o mingau de pupunha com banana-da-terra.
Um prato valoroso é o beiju de pupunha com banana e farinha de mandioca (como tortillas) para comer com recheio de carne de porco e castanha da pupunha picadas.
Referências
- Biblioteca Digital (USP, 2013). Influência dos óleos do tucumã e da pupunha na composição do biofilme dental e dinâmica do processo de cárie em esmalte: um estudo in situ - Acesso em 2 de outubro de 2016
- Jornal Estado de São Paulo. Caderno Paladar, 2014.
- Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 4a ed. 2011.
- SILVA, S.; TASSARA, H. Frutas Brasil. Empresa das Artes, São Paulo (SP), 2005.
- Imagem: Wikimedia Commons (Author: Cris73) - Acesso em 2 de outubro de 2016
- The Plant List: Bactris gasipaes - Acesso em 2 de outubro de 2016
GOOGLE IMAGES de Bactris gasipaes - Acesso em 2 de outubro de 2016