Origem, distribuição
Árvore nativa do Brasil, ocorre em toda a Região Amazônica.
Descrição [3,4]
É uma árvore de dossel multiuso na Amazônia. Cresce alto e reto até cerca de 30 metros. A espécie tem a característica de renovar completamente a sua casca de ano em ano, por isso é conhecida pelas comunidades florestais como a "árvore da juventude".
A casca do tronco é fina, quando jovem tem cor esverdeada e com o passar dos anos fica marrom e até castanho-escura. O tronco é bem liso e dá a impressão de ter sido envernizado.
Uso popular e medicinal
No Peru o decocto e infusões do córtex são empregados no tratamento de infecções da pele ou da mucosa oral, pastas da casca em infecções oculares e tratamento tópico de celulite. O decocto da casca é também usado contra sarna negra (demodicose, sarna demodécica) doença causada pelo ácaro Demodex canis que vive sob a pele de cachorro.
No Paraguai é utilizada para tratar diabetes, na Colômbia no controle de parasitas e doenças da pele e no Brasil a casca é utilizada na forma de chá para controle de manchas da pele e na prevenção ao envelhecimento.
Em comunidades de várzea dos rios Solimões e Amazonas, cita-se C. spruceanum para tratamento curativo de distúrbios do aparelho geniturinário, de inflamações, de colesterol alto e problemas de tireoide, sendo a casca usada para fazer decocto ou para banhos de imersão [1].
Esta espécie tem ampla aplicação cosmética. Utilizado em xampu no combate a queda de cabelo, em cremes e hidratantes para conter rugas, celulite, manchas de pele e cicatrizes. É utilizado na forma de chá da casca, em compressas com o pó da casca e unguento da resina.
A planta contém fenóis com forte poder antioxidante, por isso é indicada em produtos para combater o envelhecimento da pele e filtros de proteção solar. Contém ácido acetilênico, um antibiótico contra fungos e bactérias.
Tem a seguinte composição química (%): a-felandreno (3,0); acetato de hexila (5,2); ρ-cimeno (6,7); limoneno (2,6); (E)-ß-Ocimeno (1,1); cis-óxido de linalol (furanoide) (11,4); trans-óxido de linalol (furanoide) (6,0); linalol (7,9); nonanal (0,9); n.i. (5,3); n.i. (1,4); hexanoato de butila (2,9); a-terpineol (1,3); 2-metilburanoato de hexila (1,2); ρ-anisaldeído (11,0); safrol (2,5); hexanoato de hexila (2,2); ß-cariofileno (0,8); n.i. (2,3); n.i. (1,2); (E,E)-a-farmeseno (21,8); dilapiol (1,4).
Seco-iridoides isolados da casca do caule: 7-metoxididerrosideo; 6’-Oacetildiderrosideo; 8-O-tigloyldiderrosideo. Iridoides conhecidos: loganetina, loganina e secoxiloganina, diderrosideo, kingsideo [2].
Referências
- Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2016): Sobre a botânica, a etnofarmacologia e a química de Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook. f. ex K. Schum - Acesso em 25 de junho de 2017
- ARAUJO, V. F. et. alli. Plantas da Amazônia para produção cosmética. Universidade de Brasília (UNB-DF), Instituto de Química. 2005.
- Jornal Dia de Campo: EMBRAPA pesquisa pau-mulato para manejo de uso sustentável- Acesso em 25 de junho de 2017
- Amazon Forest Trading: Amazon mulateiro extract
- Imagem: © Sigrist SR 2017. Local: Alameda dos Alecrins, USP/ESALQ.
- The Plant List: Calycophyllum spruceanum - Acesso em 25 de junho de 2017
GOOGLE IMAGES de Calycophyllum spruceanum - Acesso em 25 de junho de 2017