Pau-ferro

Nome científico: 
Caesalpinia ferrea C.Mart.
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Caesalpinia ferrea var. cearensis Huber
Partes usadas: 
Casca, entrecasca, folha, fruto, madeira, semente, raiz, fruto.
Propriedade terapêutica: 
Cicatrizante, antisséptico, fortificante, febrífugo, antidiarreico, béquico, antidiabético, desobstruente, anticatarral.
Indicação terapêutica: 
Contusão, ferimento, hemorragia, luxação, tosse, bronquite, asma, coqueluche, amebíase, problema hepático, cardíaco, renal, pulmonar.

Planta da Farmacopeia Brasileira
Pau-ferro tem uso científico comprovado como cicatrizante e antisséptico na forma de gel.

Descrição [3]
Pau-ferro  tem madeira muito pesada, dura, rígida, compacta, variando nas cores vermelha, castanha até quase preta, de longa durabilidade natural. Tronco fenestrado, curto, de 40-60 cm de diâmetro, revestido por casca com ritidoma escamoso em placas finas; ramos pouco lenticelados.

Folhas alternas espiraladas, compostas bipinadas, imparipenadas, de 15-19 cm de comprimento, com 5-11 pinas opostas; foliólulos opostos, oblongos com base assimétrica e ápice arredondado, em número de 8-24 por pina. Flores amarelas, diclamídeas, dialipétalas, zigomorfas, dispostas em panículas apicais e axilares.

Uso popular e medicinal
Nas regiões Amazônica, Nordeste e Mata Atlântica várias são as utilizações medicinais dessa espécie.

A tradicional “tintura-da-bage-de-jucá” é referida como excelente medicação de uso local em contusões e ferimentos, para estancar hemorragias e em compressas no tratamento de luxações. No Nordeste é usada popularmente como xarope para o tratamento caseiro da tosse, bronquite e coqueluche. A infusão da entrecasca é usada para os mesmos fins. Estudos comprovaram sua ação contra tumores provocados pelo vírus Epstein-Barr (EBV, vírus da herpes), bem como atividade inibitória da formação de papilomas induzidos na pele de ratos [3].

Na Amazônia as folhas na forma de decocto são utilizadas externamente e no local contra hemorroidas, enquanto o uso interno dessa decocção é indicado contra amebíase, problemas hepáticos e como fortificante para crianças.

O sumo das folhas é usado internamente para problemas cardíacos. A infusão conjunta das folhas e frutos é útil para tratar inflamações do fígado e tuberculose, enquanto a decocção da casca é usada internamente como antidisentérico. O preparado da casca com 1 litro de água e 1 kg de açúcar, aquecido até formar um xarope, é utilizado contra asma e bronquite. A infusão conjunta da raspa da casca com folhas de manga é útil como antigripal e antitussígeno, ao passo que o preparado de casca de jucá, casca de jatobá, folhas de manga, açúcar e água, após aquecimento, serve como anticatarral.

A vagem crua é útil contra tosse, inflamações do fígado e baço, desarranjo menstrual, problemas renais e pulmonares.

Na região da Mata Atlântica, a infusão das folhas é usada contra problemas respiratórios, especialmente bronquites, além do uso comum contra gripes, resfriados e tosses.

Outros usos medicinais atribuidos a essa espécie são as raízes como febrífugo e antidiarreico; o fruto com propriedades béquicas e antidiabéticas; a casca como desobstruente e a madeira como anticatarral e contra feridas [1].

A planta apresenta também compostos de interesse industrial e farmacológico. Um trabalho investigou as atividades biológicas do extrato de sementes de C. ferrea na busca por esses compostos. Segundo os autores, os resultados indicaram a presença das atividades celulásica, amilásica, anticoagulante e larvicida contra A. aegypti no extrato aquoso das sementes de C. ferrea, e não observaram atividades tóxica aguda, hemolítica, heparinásica, antibacteriana e antifúngica [4].

 Dosagem indicada

Cicatrizante e antisséptico. Componentes: extrato glicólico do fruto de Caesalpinia ferrea (5%); gel base (q.s.p.). Transferir o extrato de jucá para recipiente adequado. Incorporar no gel base e misturar até homogeneização completa. Modo de uso: aplicar no local afetado até três vezes ao dia. Embalagem e armazenamento: acondicionar em pote plástico não transparente. Armazenar em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Manter fora do alcance de crianças [2].

Asma, bronquite. Preparar a casca com um litro de água e um quilo de açúcar. Aquecer até formar um xarope [1]

 Referências

  1. STASI, L. C.; HIRUMA-LIMA, C. A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora UNESP, São Paulo, 2a ed. revista e ampliada. 2002.
  2. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011. 
  3. Imagem: Instituto Brasileiro de Florestas - Acesso em 31 de dezembro de 2017
  4. Revista Brasileira de Farmacognosia: Atividades biológicas e enzimáticas do extrato aquoso de sementes de Caesalpinia ferrea - Acesso em 31 de dezembro de 2017
  5. The Plant List: Caesalpinia ferrea - Acesso em 31 de dezembro de 2017

GOOGLE IMAGES de Caesalpinia ferrea - Acesso em 31 de dezembro de 2017