Marroio

Nome científico: 
Marrubium vulgare L.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Marrubium vulgare subsp. apulum (Ten.) H.Lindb.
Partes usadas: 
Folha, partes aéreas floridas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Lactonas diterpénicas, ácidos fenólicos, saponósidos, sais minerais, flavonoides, antocianinas, alcaloides.
Propriedade terapêutica: 
Digestiva, expectorante, colerética, antipirética.
Indicação terapêutica: 
Dispepsia, anorexia, flatulência, afecção brônquica, gota, hipertensão arterial, tosse, bronquite, perda de apetite.

Origem, distribuição
Planta vivaz lenhosa, nativa da Europa, está hoje naturalizada na América do Norte e do Sul, crescendo em terrenos secos e áridos. Encontra-se frequentemente nos campos incultos e cultivados, caminhos, entulhos e muros em quase todo o Continente e ilhas adjacentes.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: white horehound

Descrição
As folhas são simples (o limbo é formado por apenas uma lâmina). Arranjo oposto de folhas (2 folhas por nó ao longo da haste). Borda da lâmina da folha é inteira, com dentes.

A flor é bilateralmente simétrica, com 5 pétala fundidas em um tubo. A pétala tem cor branca. 

O fruto é seco e não se abre quando maduro.

Esta planta não deve ser confundida com o marroio-fétido (Ballota foetida), cujas propriedades terapêuticas são idênticas, no entanto tem gosto e odor mais desagradável.

Uso popular e medicinal
Indicada para dispepsias hipossecretoras, anorexia, flatulência, disquinesia hepatobiliar, afecções brônquicas, estados que beneficiam com boa diurese como infecções urinárias, gota, hipertensão arterial. As principais indicações são tosse produtiva, bronquite, sintomas dispépticos associados a disfunção hepatobiliar.

Os constituintes amargos são responsáveis pelas propriedades digestivas. Os saponósidos têm propriedades secretolíticas (expectorante e colerética) para além de uma ação antipirética. Em relação à colerética contribuem os ácidos fenólicos. Ação diurética ligeira pelos sais.

Além dos constituintes citados no quadro-resumo, são encontrados também: lactonas diterpénicas amargas (marrubiina 1 a 2%, premarrubiina, marruiol, peregrinol, vulgarol), ácidos fenólicos (derivados do ácido cafeico, ácido ferúlico), saponósidos, vestígios de óleo essencial, colina, taninos (2 a 3%), sais minerais, flavonoides (O-heterósidos e C-heterósidos de flavonas), antocianinas, alcaloides tipo pirrolidina betonicina (0,3%).

Usos aprovados pela Comissão "E" (German Commission E Monographs) do Ministério da Saúde da República Federal Alemã: perda de apetite, dispepsia com enfartamento e flatulência.

 Dosagem indicada

  • Uso interno. Dose média diária: 4,5 g
  • Infusão: uma colher de sobremesa por chávena, 3 chávenas por dia, como aperitivo antes das refeições.
  • Tintura (1:10): 50 a 100 gotas, 1 a 2 vezes por dia.
  • Pó: 100 mg por cápsula, 1 a 5 vezes por dia.

 Contraindicação
Contraindicado a dispepsias hipersecretoras.

Trata-se de uma planta com constituintes amargos, pelo que não é bem tolerada quando da existência de gastroenterite ou de síndromes acompanhados de náuseas ou vômitos. Ao se usarem infusões, estas devem ter corretoras de sabor. Empregar tratamentos descontínuos, por períodos curtos.

​ Colaboração

  • António Proença da Cunha, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, co-autor do livro Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia. Setembro de 2006.

 Referências

  1. CUNHA, A. P (Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, 2006): Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia​
  2. Go Botany: Marrubium vulgare - Acesso em 19 de fevereiro de 2017
  3. Image (CalPhotos, 2012). Regents of the University of California, Berkeley - Available online. Courtesy of Luigi Rignanese - Accessed on February 19, 2017
  4. The Plant List: Marrubium vulgare - Acesso em 19 de fevereiro de 2017

GOOGLE IMAGES de Marrubium vulgare​ - Acesso em 19 de fevereiro de 2017