Macela

Nome científico: 
Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Família: 
Compositae
Sinonímia científica: 
Achyrocline satureioides var. satureioides
Partes usadas: 
Inflorescência, sumidades floridas secas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Flavonoides (quercetina, luteolina, galangina, isognafalina), ésteres da calerianina com ácidos cafeico e protocatéquico; óleo essencial, saponinas triterpênicas, taninos.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória, calmante, bactericida, antidiarreica, colinolítica, miorrelaxante, antiespasmódica, digestiva, estomáquica, emenagoga, antiviral.
Indicação terapêutica: 
Problema digestivo, flatulência, colecistite, diarreia, cólica abdominal, azia, contração muscular, inflamação, disfunção gástrica, inapetência, disenteria, distúrbio menstrual etc..

Planta da Farmacopeia Brasileira
Macela tem uso científico comprovado como antidispéptico, antiespasmódico e anti-inflamatório. Para mais informações consulte a monografia.

Origem, distribuição
América do Sul. Vegeta no Brasil nos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Descrição
Planta herbácea de aproximadamente 1 m de altura. Caule, ramos e folhas são cobertos por pelos esbranquiçados. Folhas lineares com largura de até 1,5 cm e 10 a 15 cm de comprimento. Flores em número de 5 a 10 reunidas em inflorescência do tipo capítulo, de coloração amarela-clara. Fruto do tipo aquênio de aproximadamente 0,5 cm.

A reprodução é por sementes. A planta é muito resistente e pouco exigente em solo e água. É invasora comum em terrenos baldios, pastos e campos agrícolas abandonados. 

É tradição colher as flores da macela na semana santa, especialmente sexta-feira.

Achyrocline (do grego "akhyron") significa palha e "cline" quer dizer cama; satureioides é relativo a "satureira", nome latino usado por Plínio para uma planta.

Uso popular e medicinal
Os egípcios dedicavam a macela ao Sol e prezavam-na mais do que todas as outras devido às suas propriedades curativas, enquanto os médicos gregos a receitavam para febres e perturbações femininas.

O seu aroma relaxante foi usado em inalações ou fumado para aliviar a asma e curar a insônia. É indicada contra tosse espasmódica, arteriosclerose e hipercolesterolemia. Estimulante da circulação capilar, contra queda de cabelos, peles e cabelos delicados. Popularmente utilizada para clarear cabelos e como protetor solar.

Os flavonoides atuam como estimulantes da circulação, reduzindo a fragilidade dos capilares. Sua pronta absorção através da camada cutânea da pele tem demonstrado aumentar a circulação sanguínea periférica.

Em pesquisas realizadas com o extrato aquoso, foram demonstradas as atividades colinolíticas e miorrelaxante. Além disso, sugerem um efeito sedativo nas doses de 250 a 500mg / kg, via oral e intraperitoneal.

A atividade antiviral desta planta foi relacionada com a presença predominante de compostos flavonóidicos, principalmente 3-0-metilflavonas. As saponinas do grupo oleanano agem em nível da inibição da síntese do DNA do vírus herpético tipo 1.

 Contraindicação
Seu uso é contraindicado às pessoas sensíveis à erva.

 Dosagem indicada 

  • Antidispéptico, anti-inflamatório, antiespasmódico. Preparar por infusão: 1,5 g de sumidades floridas secas, 150 mL água q.s.p [6].
  • Digestivo (uso interno, como infuso): 10 g de flores em 1 litro de água. Tomar 3 a 4 vezes ao dia, preferencialmente após as refeições.
  • Uso externo (infuso): 30 g de flores em 1 litro de água. Aplicar na forma de compressas, 3 a 4 vezes ao dia.
  • Xampus, sabonetes: 2 - 5% de extrato glicólico. 
  • Enxague para clarear os cabelos: infuso a 5%.

 Referências

  1. BREMNESS, L. Plantas Aromáticas. São Paulo: Civilização, 1993, p. 34.
  2. CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. M. Plantas que ajudam o homem. São Paulo: Pensamento, 11ª edição, 1999, p.185.
  3. KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. São Paulo: BASF, 1ª edição, 1992, p. 145-147.
  4. MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C.; DIAS, J. E. Plantas Medicinais. Viçosa: UFV, 2000, p.144-145.
  5. Revista Fitos (2009). Plantas Medicinais Brasileiras: Achyrocline satureioides - Acesso em 8 de janeiro de 2017 
  6. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 2011.
  7. Imagem: Flora Digital (Autora: Rosângela Gonçalves Rolim) - Acesso em 8 de janeiro de 2017
  8. The Plant List: Achyrocline satureioides - Acesso em 8 de janeiro de 2017

GOOGLE IMAGES de Achyrocline satureioides - Acesso em 8 de janeiro de 2017