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Planta da Farmacopeia Brasileira |
Nome em outros idiomas
- Inglês: peppermint
- Francês: menthe anglaise, menthe poivrée, sentebon
- Alemão: pfefferminze, minze, edelminze, englische minze
- Italiano: menta pepe, menta peperina, menta piperita
Origem, distribuição
Planta nativa da Europa.
Descrição [6]
Apresenta caule quadrangular que pode atingir até 90 cm de altura. Folhas serreadas levemente peludas e flores roxas em espigões. Prefere clima úmido. Tem cheiro forte, penetrante e mentolado.
Seu óleo essencial é um líquido incolor ou ligeiramente amarelo.
Curiosidade |
Uso popular e medicinal
Hortelã é erva popular usada nas formas de óleo, extrato da folha, infuso da folha e suco.
Preparações com óleo de hortelã são empregados em produtos de higiene pessoal, farmacêuticos e alimentos devido às propriedades aromatizantes e fragrâncias. Tem uma gama de propriedades terapêuticas usada na aromaterapia, preparações para banho, elixir bucal, pastas de dentes, preparações tópicas para acalmar pruridos e aliviar a irritação e a inflamação [2].
A infusão dessa planta é frequentemente utilizada para melhorar a memória, tratar nervosismo, infecções gastrointestinais, inchaço abdominal, diarreia, discinesia biliar, pedras nos rins, cálculo da bexiga. Age como diurético e desintoxicante [6].
Uma investigação dos efeitos da hortelã no perfil bioquímico e antropométrico de estudantes universitários foi realizado na Faculdade "Estudante Rafael Almeida Camarinha" de Tecnologia em Marília (Estado de São Paulo, Brasil) com 25 estudantes entre 18 e 45 anos escolhidos aleatoriamente.
Os autores concluiram que a erva pode ser considerada benéfica na prevenção e tratamento de fatores de risco de doenças crônico-degenerativas e sugerem que esta planta pode ser utilizada como um ingrediente funcional na indústria de processamento de alimentos em petiscos, barras de cereais, bebidas e misturas, um atrativo para os consumidores que optam por refeições mais saudáveis do que a habitual [3].
Na obra "Plantas medicinais de uso popular no Estado de Sergipe (Brasil)" [4], os autores relatam os constituintes, propriedades, ações e modos de uso da hortelã:
- Constituintes: piperitone, alfa-mentona, mento-furano, metilacelato, pulegona, cineol, limoneno, jasmone, principio amargo, vitaminas (C, D), nicotinamida (traços), terpenos, cetonas, taninos, sesquiterpenos (cariofileno, bisabolol), flavonoides (mentoside, isoroifolina, luteolina), óleo essencial 0,7 a 3% contendo mentol, ácidos (p-cumarínico, ferúlico, cafeíco, clorogênico, rosmarínico e outros), carotenoides, colina, betaína e minerais.
- Ações: carminativa, eupéptica, estimulante, colagoga, estomáquica, antiemética, antiespasmódica, analgésica.
- Indicações: fadiga, atonia digestiva, gastralgia, cólicas, flatulência, vômitos na gravidez, intoxicação gastrointestinal, afecções hepáticas, palpitações, enxaqueca, tremores, asma, bronquite crônica, sinusite, dor de dente, nevralgias faciais provocadas pelo frio.
- Dosagem (uso interno). Erva seca: 2 a 4 g, três vezes ao dia. Infuso: 1 colher de sobremesa de folhas por xícara, tomar 3 xícaras ao dia, após ou entre as refeições. Essência: dose média 0,05 a 0,030 g/dia (45 gotas). Xarope: 20 a 100 g/dia. Sauna facial para nevralgias faciais provocadas pelo frio: 25 g de folhas em 0,5 litro de água fervente. Expor o rosto aos vapores, cobrindo a cabeça com uma toalha.
- É contraindicado o uso da essência para lactentes. Pessoas que possuem cálculos biliares só devem empregar a planta com aconselhamento médico.
- O mentol em crianças de pouca idade e lactentes pode levar à dispnéia e asfixia. A essência irrita a mucosa ocular (conjuntiva). Em pessoas sensíveis pode provocar insônia.
Antiespasmódico e antiflatulento (preparar por infusão, uso interno). Componentes: folhas e sumidades floridas secas (1,5 g); água q.s.p. (150 mL). Modo de uso: acima de 12 anos, tomar 150 mL do infuso, 10 minutos após o preparo, 2 a 4 vezes ao dia. Advertência: o uso é contraindicado para pessoas com cálculos biliares e obstrução dos ductos biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação .
Antidispéptico, antiflatulento e antiespasmódico (preparar por tintura, uso interno). Componentes: folhas secas (20 g); álcool a 45% p/p q.s.p. (100 mL). Orientação para o preparo: estabilizar o material vegetal submetendo à secagem em estufa a 40o C por 48 horas e extrair por percolação. Acondicionar em frasco de vidro âmbar bem fechado em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Modo de uso: acima de 12 anos, tomar 60 a 120 gotas (2-3 mL) da tintura diluídas em 75 mL de água, 3 vezes ao dia. Advertência: não usar em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas, diabéticos e pessoas com litíase urinária. Não usar em casos de tratamento com sinvastatina e felodipina [1].
Culinária
Para fins culinários, folhas de hortelã são usadas sempre frescas. As folhas secas são restritas a casos típicos.
Colaboração
Lauro Xavier Filho, Professor da Universidade Tiradentes (UNIT), Aracaju (SE).
Referências
- Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011.
- US National Library of Medicine (2010): Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016
- Food Science and Technology (2011): Investigation of the effects of peppermint on the biochemical and anthropometric profile of university students - Acesso em 05/06/2016
- MELLO, E. C. C.; XAVIER FILHO, L. Plantas medicinais de uso popular no Estado de Sergipe. Aracaju, UNIT, 2000.
- Gernot-Katzer's Spice Pages: peppermint - Acesso em 05/06/2016
- Óleos Essenciais: Menta piperita - Acesso em 05/06/2016
- Imagem: FreeBigPictures.com - Acesso em 05/06/2016
- The Plant List: Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016
GOOGLE IMAGES de Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016