Guiné

Nome científico: 
Petiveria alliacea L.
Família: 
Phytolaccaceae
Sinonímia científica: 
Petiveria alliacea var. octandra (L.) Moq.
Partes usadas: 
Folhas e raíz.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Óleo essencial, flavonoides, saponina, tanino.
Propriedade terapêutica: 
Anti-inflamatória, analgésica.
Indicação terapêutica: 
Reumatismo, hipotermia, lavagem vaginal, banho de cheiro aromático.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: pipi root, apacina, congo-root, garlic weed, guinea hen-plant, gully-root, skunk-root, anamu

  • Alemão: anamu, mucura

  • Espanhol: hierba de las gallinitas, huevo de gato

  • Francês: herbe aux poules

Origem, distribuição
Espécie nativa da floresta amazônica e áreas tropicais da América Central e do Sul, Caribe e África.

Descrição

Planta herbácea de ciclo perene, lenhosa, com caule ereto medindo até 2 m de altura, considerada pelo povo como um escudo mágico contra malefícios. Apresenta longos ramos delgados ascendentes. As folhas são elípticas, oblongas, curto-pecioladas e acuminadas no ápice, com até 12 cm de comprimento e 5 cm de largura. As flores são pequenas e sésseis.

O fruto é uma pequena cápsula. É encontrada em várias partes do Brasil especialmente nos Estados do Nordeste e da Amazônia, sendo muito comum na Ilha de Marajó (PA). É uma planta aromática, exala um odor muito forte e nauseante.

Uso popular e medicinal

Utilizada no combate a fungos, bactérias e vírus. Considerada anti-inflamatória e analgésica.

A decocção de folhas e raiz, bem como a tintura, são empregadas no combate ao reumatismo, na forma de fricção.

A decocção de folhas e raízes, bebida em pequeníssimas doses, combate a hipotermia. O cozimento das folhas é usado na lavagem vaginal como anti-infeccioso. A combustão das folhas dessecadas produz uma fumaça de cheiro acre que serve para afugentar mosquitos.

As folhas entram na composição dos “banhos de cheiro” aromáticos usados pelo povo da Amazônia na época das festas juninas. As raízes devem secar ao sol. As folhas, em lugar bem arejado, mas à sombra. Raízes e folhas devem ser guardadas em sacos de papel.

Um trabalho científico apresentado em 2006 constatou que o óleo essencial de Petiveria alliacea apresentou potente ação nematicida em Meloidogyne incognita, uma espécie de nematoide que causa prejuízo na agricultura. Através dos ensaios realizados com os constituintes puros, concluiu-se que o benzaldeido é o princípio ativo do óleo frente a essa espécie de nematoide [4].

Investigações clínicas em 1990 demonstraram o efeito hipoglicêmico in vivo de anamu: diminuiu os níveis de açúcar no sangue em mais de 60% uma hora após a administração a ratos. Esta descoberta reflete a prática da medicina herbal em Cuba, onde o anamu tem sido utilizada como ajuda para a diabetes durante muitos anos [5].

 Advertência
Esta planta é considerada tóxica. O pó extraido da raiz pode provocar insônia, grande excitação e alucinações. O uso continuado determina acentuada apatia, indiferença, imbecilidade, convulsões, podendo provocar até a morte.

Deve ser usada com máxima cautela e sempre com orientação médica.

Curiosidade
O nome amansa-senhor originou-se do fato de ter sido muito usada pelos negros como arma de vigança contra seus patrões [5]. 

 Colaboração

  • João Luiz Dias, arquiteto aposentado pelo Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET/PA). Setembro de 2006.
  • Érika Alves Tavares Marques, Bióloga (Universidade Federal Rural de Pernambuco).

 Referências

  1. LE COINTE, P. Árvores e Plantas Úteis na Amazônia.  Cia. Editora Nacional, São Paulo (SP).
  2. Ervas e Temperos - Guia Rural. Ed. Abril, São Paulo (SP).
  3. MARTINS, J. E. C. Plantas Medicinais de Uso na Amazônia. Ed. CEJUP, Belém (PA).
  4. Sociedade Brasileira de Química: Atividade nematicida de Petiveria alliacea - Acesso em 14 de fevereiro de 2016
  5. Rain-Tree Publishers: Anamu - Acesso em 29 de junho de 2020
  6. Imagem: Flora Digital (Autor: Daniel Grassel) - Acesso em 29 de junho de 2020
  7. The Plant List: Petiveria alliacea - Acesso em 14 de fevereiro de 2016

GOOGLE IMAGES de Petiveria alliacea - Acesso em 14 de fevereiro de 2016