Guembé, filodendro

Nome científico: 
Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl.
Família: 
Araceae
Sinonímia científica: 
Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl.
Partes usadas: 
Folhas, caules, cascas, raízes, raízes aéreas, suco da folha, infrutescência.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Presença de cristais de oxalato de cálcio.
Propriedade terapêutica: 
Contraceptiva, vermífuga, antisséptica, inseticida, diurética, vulnerária.
Indicação terapêutica: 
Cicatrização de feridas, úlceras.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: fiddle leaf philodendron, lacy tree philodendron

Origem, distribuição
Nativa da Mata Atlântica, é encontrada nas regiões tropicais e subtropicais do Brasil, Paraguai e Argentina (província de Missiones).

Descrição
Planta perene, arbustiva, atinge de 2 a 3 m de altura, epífita (vive sobre outras plantas, utilizando-as como apoio para conseguir maior luminosidade), folhas grandes pecioladas, sagitadas. Flores monóicas em espádice, com sexo masculino na parte superior. Espata herbácea de coloração esverdeada por fora. Frutos em baga.

"As raízes da família Araceae são sempre adventícias, dimórficas, frequentemente encontradas em lianas hemi-epífitas como é o caso de P. bipinnatifidum, na qual existe uma clara distinção entre as raízes aéreas escoras pelas quais as plantas se apóiam no suporte e as raízes subterrâneas de absorção as quais crescem sob o solo e obtêm os nutrientes" [4].

O fruto e o eixo carnudo (infrutescência ou cacho) são comestíveis.

Curiosidade
A flor de Philodendron bipinnatifidum tem alta capacidade de manter sua temperatura constante. Durante dois dias em que a flor permanece aberta, ela mantém 45,6o enquanto a temperatura ambiente varia de 4,4 a 26,7o C.

Suas flores masculinas estéreis utilizam gordura para alimentar essa intensa reação energética, o que é considerado raridade no mundo vegetal, uma vez que as plantas geralmente utilizam carboidratos (amidos, açúcares) como fonte de energia. As vias químicas pelas quais as flores usam suas reservas de gordura são semelhantes às vias catabólicas encontradas em animais. [3]

Uso popular e medicinal [1]
Na região de Missiones (Argentina), a raiz e as partes aéreas são usadas pelos indígenas como um tecido para fabricação de cordas e fitas. 

Na medicina tradicional é usada para contracepção, como vermífuga, antisséptica, inseticida e diurética. Vários autores citam ainda que as partes vegetativas (folha, raíz) são vulnerárias, ou seja, são indicadas para tratamento e cicatrização de feridas e úlceras. 

Uso ornamental
A planta também é cultivada como ornamental. Ao ar livre, é indicada para embelezar entradas de pátios e grandes átrios. Em ambientes internos, desenvolve-se sob luminosidade intensa indireta.

 Toxicidade
Cuidado, esta planta acumula cristais de oxalato de cálcio em seus tecidos, tornando-a tóxica quando mastigada ou ingerida. Esses cristais podem afetar a orofaringe, causando irritação oral e inchaço das mucosas do trato gastrointestinal.

Em animais, causa queimadura e edema nos lábios, língua e garganta, dificuldade para engolir, náuseas, vômitos e diarréia. Em contato com a pele causa reação alérgica.

 Referências

  1. Herbotecnia: Guembé -  Acesso em 18 de novembro de 2014
  2. Imagem: Brazil Plants (Author: Mauro Peixoto) -  Acesso em 18 de novembro de 2014
  3. Arizona State University: Philodendron bipinnatifidum -  Acesso em 18 de novembro de 2014
  4. Acta Botanica Brasilica: Anatomia da raiz escora de Philodendron bipinnatifidum -  Acesso em 18 de novembro de 2014
  5. Floridata: Philodendron bipinnatifidum -  Acesso em 18 de novembro de 2014
  6. The Plant List: Philodendron bipinnatifidum -  Acesso em 18 de novembro de 2014

GOOGLE IMAGES de Philodendron bipinnatifidum - Acesso em 18 de novembro de 2014