Esta espécie é considerada planta alimentícia não convencional.
Nome em outros idiomas
- Inglês: Ceylon-spinach, Philippine-spinach, Surinam-purslane, waterleaf
- Francês: grand pourprier
- Espanhol: espinaca de Java, espinaca de Surinam, verdolaga blanca, verdolaga de castilla
Origem, distribuição
Cresce em regiões tropicais, norte da América do Sul (Peru, Equador), Caribe, América Central, México. Nativa do Brasil. Cultivada em larga escala na África.
Descrição
Planta herbácea, de vida curta, perene, ereta, bem ramificada, raiz pivotante, tuberosa. Caule cilíndrico, suculento de 30 a 100 cm de altura.
As folhas são lisas e suculentas, dispostas em espiral cruzada. Flor pequena, cor rosa, bissexuada, actinomorfa, inflorescência axilar ou terminal.
Fruto cápsula amarela globosa deiscente e sementes pequenas negras.
Sistema de polinização por abelhas. Cultivada em várias partes dos trópicos, particularmente em grande escala na África, pelas suas folhas comestíveis. Serve como ornamental em borda de jardins.
Uso popular e medicinal
As partes mais utilizadas na alimentação são as folhas e talos. As raizes são amplamente empregadas na medicina popular como laxante e emoliente de calos e para auxiliar na cicatrização de feridas devido a alta concentração de mucilagem.
As folhas são preparadas como refogado, salada, farofa e suflê em lugar do espinafre, devido a similaridade de sabor, ou cozidas com feijão. Pode ser adicionada a patês e pastas verdes para recheio de pastéis, massas e tapioca. Folhas possuem compostos antioxidantes que atuam na prevenção de doenças oxidativas como diabetes e doenças cardiovasculares.
As folhas in natura apresentam 0,35% de lipídios, 1,9% de proteínas e 1,5% de carboidratos, 3mg/10g de ferro e 27mg/100g de fósforo. O teor de ferro representa 21% do valor diário recomendado. Esse teor é maior ou equivalente a hortaliças convencionais como o espinafre e o brócolis [2].
A planta (parte não especificada) é usada como tratamento para sarampo e diabetes. Um tônico é feito da raiz carnuda. Rebentos jovens de 15 a 20 cm de comprimento são usados em sopas e guisados. Combinado com as folhas de eru (espécie de videira nativa de toda a África tropical.) e fufu (prato tradicional em vários países da África, parecido com a nossa poleta), é considerado uma iguaria. Os rebentos amolecem as folhas resistentes de eru. Sugerem cozinhar levemente para não ficarem moles e mucilaginosos. As folhas são usadas como corante na sopa de quiabo.
As folhas têm um sabor ligeiramente azedo, podem ser finamente picadas e adicionadas às saladas. A planta têm alta concentração de oxalato de cálcio, embora seja destruído no cozimento [1].
Alimento tradicional durante a Páscoa, as folhas são preparadas como caldo ou cozidas para acompanhar os frutos do mar em período de abstinência da carne vermelha. É um alimento de baixa caloria e contém baixos níveis de macronutrientes, especialmente lípídeos e carboidratos. Fonte de fibra e minerais, esta planta satisfaz as necessidades nutricionais diárias de micronutrientes [3].
Referências
- Tropical Plants Database, Ken Fern: Talinum fruticosum - Acesso em 5 de julho de 2020
- Vieira, Ana & Ribeiro Leite Moura, Mirian. (2018). Manual sobre plantas alimentícias não convencionais. Volume 1. 10.17655/9788567211879.
- Revista Instituto Adolfo Lutz (2009): Nutritional value and antinutritional factors of foliaceous vegetable Talinum fruticosum - Acesso em 5 de julho de 2020
- Rede de Catálogos Polínicos Online (RCPOL): Talinum fruticosum - Acesso em 5 de julho de 2020 - Acesso em 5 de julho de 2020
- Image: Wikimedia Commons (Author: Renjusplace) - Acesso em 5 de julho de 2020
- The Plant List: Talinum fruticosum - Acesso em 5 de julho de 2020
GOOGLE IMAGES de Talinum fruticosum - Acesso em 5 de julho de 2020
