Confrei

Nome científico: 
Symphytum officinale L.
Família: 
Boraginaceae
Sinonímia científica: 
Symphytum peregrinum Ledeb.
Partes usadas: 
Rizoma, raiz, folha.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Tanino, mucilagem, alantoína, vitaminas (A, complexo B, C), colina, silício, cálcio, ferro, lítio, potássio, ácido galotânico, asparagina, tanino, óleo essencial, resina, saponina etc.
Propriedade terapêutica: 
Hemostático, anti-inflamatório, cicatrizante, anódina, adstringente (leve), demulcente, emoliente, expectorante, vulnerário, refrigerante.
Indicação terapêutica: 
Úlcera, ferida, corte, fratura, afecção óssea, entorse, diarreia, equimose, hematoma, contusão, hemorragia.

Planta da Farmacopeia Brasileira
Confrei tem uso científico comprovado como cicatrizante, em equimoses, hematomas e contusões.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: knit bone, boneset, consound, bruise wort
  • Francês: consoude
  • Italiano: consolida
  • Espanhol: sínfito, oreja de asno, consuelda

Origem, distribuição
Nativa da Europa. Muito cultivada em vários locais do Brasil, onde é também usada como forrageira.

Uso popular e medicinal
Confrei tem uma longa e comprovada história de indicações para diversas doenças ou enfermidades. É referida como planta essencialmente medicinal. Raizes e rizomas do confrei foram muito utilizados nas diarreias, disenterias, hemoptises e outras hemorragias, principalmente de pulmões, até que se contraindicou seu uso via oral, ao descobrirem que pode provocar doenças graves no fígado se usado por longo tempo.

Comissão Alemã E Monografias, um guia terapêutico para a medicina de ervas, aprovou a Symphytum officinale para lesões contundentes.

Os nomes consolda e consólida vieram de sua história. Na Antiguidade era (e ainda presta-se a isso) um dos recursos mais importantes para a consolidação de fraturas, a ação mais marcante do confrei. O grego symphitum = unir, deu origem ao nome. 

Constituintes:

  • Folha: tanino, mucilagem, alantoína, vitaminas A, B1, B2, B6, B9, B12, C, colina, silício, cálcio, ferro, lítio, potássio.
  • Raiz: ácido galotânico, mucilagem, alantoína, asparagina, tanino, óleo essencial, resina, saponina e outros.

 Dosagem indicada
Favorecer o crescimento de tecidos novos em ulcerações, feridas e cortes, fraturas e afecções ósseas (onde age como indutor da produção calcárea).

  • Cataplasma e banhos locais: várias vezes ao dia.
  • Emplasto: esmagar folhas em água morna e colocar diretamente sobre ferimentos, lavar e repetir 2 vezes ao dia. No caso de contusões e inchaços colocar o emplasto dentro de um pano antes de aplicar.
  • Tintura: 1 parte de sumo das folhas em 5 partes de álcool, preparar pomadas e unguentos.

Pomada cicatrizante, equimoses, hematomas e contusõesComponentes: extrato hidroalcoólico de confrei (10 mL); pomada de lanolina e vaselina q.s.p. (100 g). Orientações para o preparo: transferir o extrato hidroalcoólico de confrei para recipiente adequado. Incorporar na pomada de lanolina e vaselina e misturar até homogeneização completa. Acondicionar em pote plástico não transparente. Armazenar em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Utilize espátula para retirar o produto do pote. Uso externo: aplicar nas áreas afetadas 1 a 3 vezes ao dia [3].

 Advertência: essa pomada deverá ser utilizado por, no máximo, seis semanas consecutivas ao ano. Não usar em lesões abertas. Manter fora do alcance de crianças [3].

 Cuidado
Devido a vários problemas de intoxicação, é contraindicado o uso por via oral. A FDA (ou USFDA), agência dos EUA responsável pela proteção e promoção da saúde pública, recomenda seu uso apenas topicamente, salvo sob restrito controle médico especializado, que o prescreverá sob poucos dias.

Existem referências que relatam a presença de alcalóides cancerígenos no confrei, principalmente em folhas jovens. O uso externo sobre feridas pode promover rápida cicatrização, porém o processo inflamatório pode continuar internamente. A absorção dérmica das substâncias tóxicas, parece não ser significativa.

 Culinária
Folhas jovens são consumidas cozidas ou cruas. A folha é meio peluda e a textura é mucilaginosa. Não é tão agradável a todos os gostos. Pode ser finamente picada e adicionada a saladas, para ocultar a presença de pêlo. Os talos descascadas são também usados. As folhas mais velhas podem ser secas e usadas como chá. As raízes descascadas são cortadas e adicionadas a sopas.
 
Em termos nutricionais, é dos poucos vegetais que tem vitamina B12. Certas variedades têm em torno de 33% de proteínas totais (quase como a soja) de difícil extração.
 
Outros usos
Como biomassa, compostagem e goma. A planta cresce rapidamente, produzindo uma grande quantidade de massa verde. Muito utilizada como forrageira pelo alto teor de proteína. É tolerante ao corte várias vezes ao ano.
 
A goma obtida das raízes já foi usada no tratamento da lã, antes de fiar.
 
 Referências
  1. FRANCO, L. C. L.; LEITE, R. C. Fitoterapia para a mulher. Corpomente, Curitiba (PR). 2004.
  2. Plants for a Future: Symphytum officinale - Acesso em 9 de agosto de 2015
  3. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011. 
  4. Imagem: Wikimedia Commons (Author: Nova) - Acesso em 9 de agosto de 2015
  5. The Plant List: Symphytum officinale - Acesso em 9 de agosto de 2015

GOOGLE IMAGES de Symphytum officinale - Acesso em 9 de agosto de 2015