Esta espécie é considerada Planta Alimentícia Não Convencional.
Nome em outros idiomas
- Inglês: green amaranth
- Francês: amarante verte
- Alemão: grüner amarant
- Espanhol: bledo
- Italiano: amaranto verde
Origem, distribuição
Nativa da América tropical, considerada planta invasora. Ocorre com frequência em solos com bom teor de matéria orgânica. Possui grande capacidade reprodutiva e tem curto ciclo vegetativo.
Descrição
Espécie herbácea, anual, às vezes perene, de 10 a 60 cm de altura. Cresce em locais onde se pratica alguma atividade agropecuária, terrenos baldios e ao longo das margens de rodovias.
Apresenta caule ereto ou decumbente, fino, suculento, ramificado desde a base, glabro, com predomínio de coloração verde, podendo apresentar pigmentação vermelha.
Folhas simples, alternadas, geralmente escassas e espaçadas, longo pecíolo verde ou com pigmento avermelhado. Limbo lanceolado com manchas irregulares de diferentes tons, margem levemente ondulada e ápice com pequena reentrância.
Inflorescência terminal em panícula formada de espigas com flores unisexuais pequenas, com até 3 pétalas de 1,5 a 2 mm de comprimento. Flores de sexo masculino situam-se nas pontas das inflorescências e as femininas na base. Tanto as masculinas quanto as femininas são rodeadas por brácteas. A floração ocorre durante todo o ano.
Fruto pequeno (1,5 a 2 mm de comprimento), superfície enrugada, contém uma única semente castanho-escuro (1 a 1,5 mm de diâmetro) com uma textura de superfície verrucosa.
A propagação é por meio de sementes.
Uso popular e medicinal
A decocção da planta inteira é usada para conter disenteria e inflamação. A planta é antidiabética, anti-hiperlipidêmica (diminui a concentração de gordura no sangue), antioxidante, emoliente, vermífuga. Possui lectinas com atividades antiproliferativa (não deixa as células multiplicarem-se) e antifúngica (previne ou inibe a proliferação de fungos).
O suco da raiz é utilizado para tratar a inflamação durante a micção, prisão de ventre e constipação.
Ajuda a defender o organismo contra infecções. É recomendada como preventivo no tratamento de problemas hepáticos.
O infuso favorece a diurese e tem aplicação nas moléstias do fígado, na hidropsia e no catarro da bexiga. É bom lactígeno.
Pesquisadores relatam que o extrato metanólico de folhas secas e sementes de A. viridis apresentam atividade antibacteriana contra diferentes estirpes de bactérias e fungos. O rendimento do extrato de folhas secas e sementes variou 5,5 - 6,1 e 2,42 % - 3,72 % w/w, respectivamente. A análise fitoquímica mostrou que as folhas são ricas em taninos vegetais (6,07% - 5,96%), saponinas (53% -32%), alcaloides (13,14% - 11,42%), proteínas (16,76% - 24,51%) e glicosideos (63,2% - 32,3%) [3].
Culinária
Após cozidos e escorridos, as folhas e os talos do caruru são utilizados em refogados, molhos, tortas, pastéis e panquecas.
As sementes são usadas para fazer pães e podem também ser ingeridas torradas ou cozidas. São pequenas e muito nutritivas, contém 14 a 16% de proteína e 4,7 a 7% de gordura.
Pesquisadores de vários países dedicam-se a resgatar esta planta como uma espécie capaz de ajudar a enfrentar a situação de fome e desnutrição em algumas regiões por sua rusticidade, fácil cultivo, paladar agradável e ótimas qualidades nutricionais das folhas, talos e sementes, das quais pode-se extrair farinha.
Valor nutricional do peso seco das folhas por 100 g de alimento [1]
Calorias | 283 |
Água | 0% |
Proteína | 34,2 g |
Gordura | 5,3 g |
Carbohidratos | 44,1 g |
Fibra | 6,6 g |
Cinzas | 16,4 g |
Cálcio | 2243 mg |
Fósforo | 500 mg |
Ferro | 27 mg |
Magnésio | 0 mg |
Sódio | 336 mg |
Potássio | 2910 mg |
Zinco | 0 mg |
Vitamina A | 50 mg |
Tiamina (B1) | 0,07mg |
Riboflavina (B2) | 2,43mg |
Niacina (B3) | 11,8mg |
B6 | 0 mg |
Ácido ascórbico (C) | 790 mg |
Outros usos
Corantes amarelos e verdes podem ser obtidos a partir da planta inteira.
Registros arqueológicos revelam o cultivo desta espécie há milhares de anos nas Américas Central e Sul. Era associada ao milho como planta sagrada. |
Nota
Algumas plantas também são chamadas de caruru, mas não são da família Amaranthacea. É o caso do caruru-de-sapo (Oxalis martiniana Zuccini, família Oxalidaceae); o caruru-do-reino (Boussingualtia baselloides H.B.K., família Baselaceae); caruru-bravo, família Fitolacaceae; caruru-das-cachoeiras (Mourera fluviatilis Aublet, família Podostemaceae); caruru-língua-de-caca (Talinum patens Jacquin, família Portulacaceae) e muitas outras.
Colaboração
- João Luiz da Cruz Dias, arquiteto aposentado pelo Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET/PA). Setembro de 2006.
- Érika Alves Tavares Marques (Universidade Federal Rural de Pernambuco, PE)., Setembro de 2006.
- Wallace Bezerra de Menezes, Engenheiro Eletricista (EPUSP), São Paulo. Setembro de 2006.
- Tarsila Sangiorgi Rosenfeld, Comunicóloga (São Paulo, SP). Setembro de 2006.
Referências
- Plants for a Future: Amaranthus viridis - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Research In Pharmaceutical Biotechnology: Pharmacognostic evaluation of the Amaranthus viridis L. - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Scientific Research: Phytochemical profiling with antioxidant and antimicrobial screening of Amaranthus viridis L. leaf and seed extracts - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Gardening directions: Jamaican Callaloo - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Brisbane City Council: Green amaranth - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Horto Didático de Plantas Medicinais do HU (UFSC): Caruru-de-mancha - Acesso em 18 de outubro de 2015
- Agrolink: Caruru comum - Acesso em 18 de outubro de 2015
- MOREIRA, H. J. C; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de Identificação de Plantas Infestantes. FMC Agricultural Products, São Paulo (SP). 2011
- ZURLO, C.; BRANDÃO, M. As Ervas Comestíveis. Editora Globo S/A. São Paulo (SP).
- Grau, Jung & Münker. Plantas Medicinales. Editora BLUME, Barcelona, ES.
- MOREIRA, F. As Plantas que Curam. Editora Hemus. São Paulo (SP).
- Guias Rurais. Horta e Saúde. Editora Abril, São Paulo (SP).
- BALBACH, A. A flora nacional na medicina doméstica. Edições “A edificação do lar”, v. 2, 4ª ed. São Paulo (SP).
- Amaranthus viridis The Plant List: - Acesso em 18 de outubro de 2015
GOOGLE IMAGES de Amaranthus viridis - Acesso em 18 de outubro de 2015