Nome em outros idiomas
- Espanhol: contrayerva, contrayerba de las Antillas, taropé (Paraguai)
Origem, distribuição
Nativa das regiões tropicais da América do Sul. É encontrada no Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Guianas. Cresce selvagem em toda a floresta amazônica.
Descrição
D. brasiliensis é uma pequena erva, cresce a menos de 15 cm de altura. Produz um rizoma cilíndrico marrom-avermelhado com 2-4 cm de comprimento e cerca de 1 cm de espessura com muitas raízes pequenas. Tem folhas com veios distintos e pequenas flores em forma de cesto.
O nome em espanhol "contrayerva" significa contraveneno ou antídoto, pois é um antídoto antigo para mordida de cobra.
Uso popular e medicinal
Fortemente aromático, o rizoma é considerado nos sistemas de fitoterapia um estimulante suave e diaforético (aumenta ou promove a transpiração). Tribos indígenas na Amazônia esmagam o rizoma fresco e o aplicam em picadas de cobra e insetos venenosos. Usam como cataplasma em ossos quebrados (daí vem o nome liga-liga, liga-osso). Costumam também tomar internamente o rizoma fresco triturado para o tratamento de picadas de cobra.
Na fitoterapia brasileira, o rizoma é considerado antisséptico, estimulante, diaforético, tônico, diurético, emenagogo (promove a menstruação) e antimalárico. É empregado no Brasil como remédio herbal para febre, diarreia e disenteria, problemas de pele, dor e infecção de ouvido, anemia, problemas menstruais, pressão alta, cistite, malária, problemas respiratórios superiores e distúrbios digestivos. Pesquisadores brasileiros documentaram o efeito anti-inflamatório e analgésico da raiz em estudos com animais (1991).
A raiz é fonte rica de flavonoides (flavanonas, flavonas, flavanas, flavonóis, chalconas). Contém alcaloides, cumarinas, saponinas, esteróis e taninos. Dois triterpenoides do tipo seco-adianano chamados ácido dorstênico A e B foram encontrados na raiz e documentados com citotoxicidade moderada contra células de leucemia (L-1210 e HL-60) por pesquisadores japoneses (2002).
Os compostos isolados incluem benzofurano, bergapteno, cajupina, contraervina, ácidos dorstênicos, dorestenina, furocumarinas (ou furanocumarinas), psoraleno, secropina e estireno [2,3].
No Paraguai se aplicam a folha como antipirético, diurético, emenagogo, controle da fertilidade e abortivo; e a planta inteira como refrescante, para a purificação de sangue e como antirreumático. A raíz serve como remédio quente e abortivo. Costumam cultivar nas casas como planta mágica para eliminar a má sorte. Uma comunidades indígena do Chaco paraguaio emprega a planta inteira contra dor de garganta e como refrescante. Músisos costumam usar as raízes em festas tradicionais para não ter afonia ou dor de garganta.
Na Argentina o látex das folhas e a raiz são utilizados como antídoto para mordida de cobras. A raiz é usada como um tônico, estimulante, sudorífico, diurético, emético, diaforético, contra a disenteria e para facilitar a menstruação. As folhas são utilizadas como febrífugo, emenagogo, dispéptico e abortivo. Colocadas na água para o chá mate, as folhas têm a reputação de remédio suave. A raiz, cozida com grãos de anis, é utilizada para preparar uma bebida aperitiva. Para o estômago e fígado, aconselham beber a decocção da planta inteira em 1/2 litro de água.
Referências
- Journal of Pharmacy & Pharmacognosy Research (2019). Dorstenia brasiliensis: caracterización morfoanatómica de una especie polimórfica, empleada con fines medicinales en Paraguay
- The Tropical Plant Database: contrayerva - Acesso em 3 de maio de 2020
- Tropical Plants Database, Ken Fern: Dorstenia brasiliensis - Acesso em 3 de maio de 2020
- Image: Wikimedia Commons (Author: Winfried Bruenken) - Acesso em 3 de maio de 2020
- The Plant List: Dorstenia brasiliensis - Acesso em 3 de maio de 2020
GOOGLE IMAGES de Dorstenia brasiliensis - Acesso em 3 de maio de 2020