Barbatimão

Nome científico: 
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Família: 
Leguminosae
Sinonímia científica: 
Stryphnodendron barbatimam Mart.
Partes usadas: 
Cascas
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Substâncias tânicas (20 a 30%), açúcar solúvel, mucilagens, flavonoides, corante vermelho, alcaloides não determinados.
Propriedade terapêutica: 
Adstringente das gengivas, hemostática, emética, depurativa, antisséptica, antidiarreica, vulnerária, tônica, antileucorreica, antiblenorrágica, antiescorbútica, antiasmática.
Indicação terapêutica: 
Úlcera, leucorreia, catarro uretral e vaginal, blenorragia, diarreia, hemorragia.

 

Planta da Farmacopeia Brasileira
Barbatimão tem uso científico comprovado como creme cicatrizante.

Origem, distribuição
Árvore nativa do cerrado podendo ser encontrada em vários estados do Brasil, desde o Amapá até o Paraná.

Uso popular e medicinal
As cascas de barbatimão têm grande poder adstringente.

Externamente, reduzidas a pó, empregam-se no tratamento de úlceras. Em banhos e injeções atua contra a leucorreia, catarro uretral e vaginal.

Internamente utiliza-se seu decocto nas afecções escorbúticas, blenorragia, diarreia, hemorragia, hemoptises e leucorreia.

 Dosagem indicada

Creme cicatrizante. Componentes: extrato glicólico de barbatimão (10 mL); óleo de girassol (5 mL); creme base q.s.p. (100g). Orientações para o preparo. Transferir uma quantidade necessária de cascas pulverizadas de Stryphnodendron adstringens para frasco de vidro âmbar e de boca larga. À parte, em uma proveta, preparar a solução de propilenoglicol e água. Adicionar a solução ao frasco contendo as cascas pulverizadas. Deixar em maceração por 8 dias com agitação diária. Filtrar, fazendo passar sobre o extrato que está sendo filtrado a quantidade de solução (propilenoglicol e água) necessária para completar o volume inicial. Acondicionar em pote plástico não transparente. Armazenar em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Utilize espátula para retirar o produto do pote. Modo de usar: uso externo. Após higienização, aplicar na área afetada até 3 vezes ao dia [9].

Pele oleosa. Coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água. Ferva por 5 minutos. Espere esfriar, coe e acrescente o suco de meio limão e 1 colher (chá) de mel. À noite, aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão, deixando agir por 20 minutos. Após lave com água morna.

Hemorragias uterinas. Coloque 1 xícara ( chá ) de casca picada, 1 xícara (chá) da raiz de algodoeiro e 1 xícara (chá ) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido. Não obtendo melhora procure orientação médica.

Inflamação da garganta, corrimento vaginal, diarreia, hemorragia. Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá ) de álcool de cereais a 50%. Deixe em maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco de água, de 2 a 3 vezes ao dia.

Feridas ulceradas. Coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de confrei em 1/2 litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida, com um chumaço de algodão, 2 vezes ao dia.

Corrimento vaginal. Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1/2 litro de água fervente. Espere amornar, coe e acrescente 1 colher (sopa) de vinagre branco ou suco de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3 vezes ao dia, até que o sintoma desapareça.

 Contraindicações
Não foram encontradas referências sobre efeitos tóxicos.
 

"Barbatimão" deriva do termo indígena "Iba Timo" que significa árvore que aperta. É uma planta utilizada na indústria de curtumes e outrora muito procurada por prostitutas, daí o nome casca da virgindade, que até hoje lhe é aplicada.

A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha que, quando precipitada convenientemente, produz tinta de escrever. No passado foi muito utilizada pela indústria.

 Referências

  1. CORRÊA, M. P. Dicionário de Plantas Úteis do Brasil. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1991.
  2. CARIBÉ, J.; CAMPOS, J. E. Plantas que Ajudam o Homem - Guia Prático para a época atual. Pensamento-Cultrix, São Paulo, 1991.
  3. SANTOS, C. A. M.; TORRES, K. R.; LEONART, R. Plantas Medicinais - Herbarium, Flora et Scientia. Editora Ícone, São Paulo, 2a ed., 1988. (Coleção Brasil Agrícola)
  4. ALMEIDA, E. R. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. Editora Hemus, São Paulo (SP), 1993.
  5. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2.ed. 2008.
  6. Plantas que Curam. Editora Três.
  7. PANIZZA, S. Plantas que Curam - Cheiro de Mato. IBRASA, São Paulo, 4a ed., 1997.
  8. LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Instituto Plantarum, Nova Odessa (SP), v.2, 1998.
  9. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed., 2011.
  10. The Plant List: Stryphnodendron adstringens - Acesso em 7 de junho de 2015

GOOGLE IMAGES de Stryphnodendron adstringens - Acesso em 7 de junho de 2015