Aspargo

Nome científico: 
Asparagus officinalis L.
Família: 
Asparagaceae
Sinonímia científica: 
Asparagus altilis subsp. polyphyllus (Steven ex Ledeb.) K.Richt.
Partes usadas: 
Caules tenros, raiz, sementes.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Asparagina, glicósidos (coniferina, vanilina), metilmercaptano, óleo essencial, rutina, tanino, ácido asparagúsico.
Propriedade terapêutica: 
Diurético, laxante, depurativo, diaforético, aperiente, emoliente, antiespasmódico, sedativo, tônico, antibiótico.
Indicação terapêutica: 
Limpeza de intestino, rim e fígado; icterícia, problemas urinários, cistite, edema (retenção de líquidos), obesidade, eczema crônico, prisão de ventre, esquistossomose.

Nome em outros idiomas [6]

  • Inglês: asparagus, garden asparagus, shatavari, sparrowgrass
  • Alemão: spargel, garten-spargel, gemüse-spargel
  • Francês: asperge
  • Italiano: asparago
  • Espanhol: esparraguera

Origem, distribuição [1,4,5]
Nativa do leste do Mediterrâneo e Ásia Menor, é cultivada há mais de 2.000 anos como um vegetal e erva medicinal. 

A cultura começou no Brasil em 1930 no Estado de São Paulo. A partir de 1960 passou a ganhar expressão econômica com apoio da EMBRAPA em Pelotas (RS). Posteriormente foi introduzida no Nordeste na região do Vale do Rio São Francisco, onde a cultivar "Franklin" apresentou maior produtividade.

Descrição [1,2,3]
Aspargo é hortaliça perene, pode atingir 1,5 m de altura. Tem raizes carnosas e fibrosas. O caule é formado por duas partes: uma subterrânea, o rizoma, com várias gemas na parte superior. Das gemas surgem os brotos (ou turiões) que dão origem a parte aérea do caule. Os brotos são conhecidos como "aspargo verde" se colhido após a emergência na superfície do solo.

As folhas são pequenas, membranosas, esbranquiçadas, com um pequeno esporão na base. As flores aparecem na primavera, são pequenas, delicadas, em forma de sino, tem cor branca ou acinzentada. Os frutos são bagas vermelhas de aproximadamente 1 cm.

Uso popular e medicinal [2,7]

O aspargo é na realidade a parte terminal dos caules da planta (brotos tenros) que quando crescem ao abrigo da luz ficam brancos por não conterem clorofila. Aspargo branco é mais usado na culinária. Para fins medicinais são preferíveis os verdes, que apresentam maior concentração de princípios ativos.

Tanto as raízes quanto os rebentos podem ser utilizados medicinalmente. Eles têm um efeito restaurador e de limpeza nos intestinos, rins e fígado. A planta é antiespasmódico, aperiente, emoliente, diaforético, diurético, sedativo e tônico. Usam-se também o suco fresco espremido.

A raiz contém saponina e açúcares, é diaforética, diurética e forte laxante. Uma infusão é utilizada no tratamento da icterícia e torpor congestivo do fígado. Tem o mesmo efeito diurético que o caule. É indicada para o tratamento de uma variedade de problemas urinários, incluindo cistite. Existe estudo sobre a capacidade da raíz de reduzir a pressão arterial. 

As raízes são colhidas no final da primavera, após os brotos serem retirados para uso alimentar e depois são secas para uso medicinal.

Aspargo contém asparagina (substância que comunica um cheiro particular à urina), glicósidos (coniferina e vanilina), metilmercaptano (também conhecido como metanotiol ou simplesmente mercaptano), um óleo essencial, rutina e tanino. Esses componentes atuam sobre o rim, estimulando a sua função eliminadora, provoca notável aumento na produção de urina. O consumo deste alimento é útil quando deseja-se estimular a função renal, especialmente nos casos de edemas (retenção de líquidos) e obesidade (contém pouquíssimas calorias).

Aspargo tem efeito depurativo, tem dado bons resultados em casos de eczemas crônicos, devido à sua ação estimulante sobre as funções eliminadoras da pele. Tem fibra alimentar o que faz aumentar o bolo fecal, sendo útil no caso de prisão de ventre crônica.

As sementes possuem atividade antibiótica. 

 Dosagem indicada
Depurativo do corpo. Decocção: cozinhar 50 g de aspargo em um litro de água, deixar ferver por 15 minutos. A dose deve ser de 1/4 l. três vezes ao dia. Xarope: preparar o xarope e tomar até 50 g. ao dia [3].

Efeito diuréticoPreparar a raiz seca em infusão, à razão de 50 g por litro de água. Tomar 3 chávenas por dia [2].

Valor nutricional por 100 g da parte comestível [7]

Caule fresco
Principais Minerais Vitaminas
Umidade % 91,7 Cálcio mg 22 A mg 540
Calorias 26 cal Potássio mg 278 Tiamina mg 0,18 
Proteína g 2,5 Sódio mg 2 Riboflavina mg 0,2
Gordura 0,2 Fósforo mg 62 Niacina mg 1,5
Cinzas g 0,6 Ferro mg 1 Riboflavina mg 0,2
Carboidrato g 5     Vitamina C mg 33
Fibra alimentar g 0,7        

Outros usos [7]
A planta contém ácido asparagúsico que é nematicida e é utilizado no tratamento de esquistossomose

 Cuidado [3]
Aspargo é um bom alimento desde que seja consumido com moderação. Deve-se tomar cuidado com a ingestão acidental dos frutos, que podem produzir irritação do endotelio renal.

 Referências

  1. EMBRAPA: A cultura do aspargo - Acesso em 10 de maio de 2015
  2. ROGER, J.D.P. Plantas que curam - Enciclopédia das Plantas Medicinais. Publicadora Atlântico, V.1.
  3. Enciclopedia de Plantas Medicinales
  4. Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste Brasileiro: Avaliação de genótipos do aspargo irrigado na região do Submédio São Francisco - Acesso em 10 de maio de 2015
  5. Horticultura Brasileira: Produtividade do aspargo sob irrigação na região do Submédio São Francisco - Acesso em 10 de maio de 2015
  6. Henriette's Herbal Homepage: Asparagus officinalis - Acesso em 10 de maio de 2015
  7. Plants for a Future: Asparagus officinalis - Acesso em 10 de maio de 2015
  8. Imagem: Forest & Kim Starr - Acesso em 10 de maio de 2015
  9. The Plant List: Asparagus officinalis - Acesso em 10 de maio de 2015

GOOGLE IMAGES de Asparagus officinalis - Acesso em 10 de maio de 2015