Hortelã

Nome científico: 
Mentha × piperita L.
Família: 
Lamiaceae
Sinonímia científica: 
Mentha × adspersa Moench
Partes usadas: 
Folhas e sumidades floridas.
Constituintes (princípios ativos, nutrientes, etc.): 
Piperitone, alfa-mentona, mento-furano, metilacelato, pulegona, cineol, limoneno, jasmone, principio amargo, vitamina (C, D), nicotinamida, terpenos, cetonas, taninos, sesquiterpenos.
Propriedade terapêutica: 
Carminativa, eupéptica, estimulante, colagoga, estomáquica, antiemética, antiespasmódica, analgésica.
Indicação terapêutica: 
Fadiga, atonia digestiva, gastralgia, cólica, flatulência, vômito na gravidez, intoxicação gastrointestinal, afecção hepática, palpitação, enxaqueca, tremor, asma, bronquite crônica.

Planta da Farmacopeia Brasileira
Hortelã tem uso científico comprovado como antidispéptico, antiflatulento e antiespasmódico.

Nome em outros idiomas

  • Inglês: peppermint
  • Francês: menthe anglaise, menthe poivrée, sentebon
  • Alemão: pfefferminze, minze, edelminze, englische minze
  • Italiano: menta pepe, menta peperina, menta piperita

Origem, distribuição
Planta nativa da Europa.

Descrição [6]

Apresenta caule quadrangular que pode atingir até 90 cm de altura. Folhas serreadas levemente peludas e flores roxas em espigões. Prefere clima úmido. Tem cheiro forte, penetrante e mentolado.

Seu óleo essencial é um líquido incolor ou ligeiramente amarelo.

Curiosidade
O nome mentha vem da mitologia grega. Uma ninfa chamada Mintha foi punida por Zeus e se transformou em uma flor. Em desenhos antigos,
Ninfas aparecem com coroas de menta, símbolo do amor [6].

Uso popular e medicinal
Hortelã é erva popular usada nas formas de óleo, extrato da folha, infuso da folha e suco.

Preparações com óleo de hortelã são empregados em produtos de higiene pessoal, farmacêuticos e alimentos devido às propriedades aromatizantes e fragrâncias. Tem uma gama de propriedades terapêuticas usada na aromaterapia, preparações para banho, elixir bucal, pastas de dentes, preparações tópicas para acalmar pruridos e aliviar a irritação e a inflamação [2].

A infusão dessa planta é frequentemente utilizada para melhorar a memória, tratar nervosismo, infecções gastrointestinais, inchaço abdominal, diarreia, discinesia biliar, pedras nos rins, cálculo da bexiga. Age como diurético e desintoxicante [6].

Uma investigação dos efeitos da hortelã no perfil bioquímico e antropométrico de estudantes universitários foi realizado na Faculdade "Estudante Rafael Almeida Camarinha" de Tecnologia em Marília (Estado de São Paulo, Brasil) com 25 estudantes entre 18 e 45 anos escolhidos aleatoriamente.

Os autores concluiram que a erva pode ser considerada benéfica na prevenção e tratamento de fatores de risco de doenças crônico-degenerativas e sugerem que esta planta pode ser utilizada como um ingrediente funcional na indústria de processamento de alimentos em petiscos, barras de cereais, bebidas e misturas, um atrativo para os consumidores que optam por refeições mais saudáveis do que a habitual [3].

Na obra "Plantas medicinais de uso popular no Estado de Sergipe (Brasil)" [4], os autores relatam os constituintes, propriedades, ações e modos de uso da hortelã:

  • Constituintes: piperitone, alfa-mentona, mento-furano, metilacelato, pulegona, cineol, limoneno, jasmone, principio amargo, vitaminas (C, D), nicotinamida (traços), terpenos, cetonas, taninos, sesquiterpenos (cariofileno, bisabolol), flavonoides (mentoside, isoroifolina, luteolina), óleo essencial 0,7 a 3% contendo mentol, ácidos (p-cumarínico, ferúlico, cafeíco, clorogênico, rosmarínico e outros), carotenoides, colina, betaína e minerais.
  • Ações: carminativa, eupéptica, estimulante, colagoga, estomáquica, antiemética, antiespasmódica, analgésica.
  • Indicações: fadiga, atonia digestiva, gastralgia, cólicas, flatulência, vômitos na gravidez, intoxicação gastrointestinal, afecções hepáticas, palpitações, enxaqueca, tremores, asma, bronquite crônica, sinusite, dor de dente, nevralgias faciais provocadas pelo frio.
  • Dosagem (uso interno). Erva seca: 2 a 4 g, três vezes ao dia. Infuso: 1 colher de sobremesa de folhas por xícara, tomar 3 xícaras ao dia, após ou entre as refeições. Essência: dose média 0,05 a 0,030 g/dia (45 gotas). Xarope: 20 a 100 g/dia. Sauna facial para nevralgias faciais provocadas pelo frio: 25 g de folhas em 0,5 litro de água fervente. Expor o rosto aos vapores, cobrindo a cabeça com uma toalha. 
  • É contraindicado o uso da essência para lactentes. Pessoas que possuem cálculos biliares só devem empregar a planta com aconselhamento médico.
  • O mentol em crianças de pouca idade e lactentes pode levar à dispnéia e asfixia. A essência irrita a mucosa ocular (conjuntiva). Em pessoas sensíveis pode provocar insônia.

 Dosagem indicada [1]

Antiespasmódico e antiflatulento (preparar por infusão, uso interno). Componentes: folhas e sumidades floridas secas (1,5 g); água q.s.p. (150 mL). Modo de uso: acima de 12 anos, tomar 150 mL do infuso, 10 minutos após o preparo, 2 a 4 vezes ao dia.  Advertência: o uso é contraindicado para pessoas com cálculos biliares e obstrução dos ductos biliares, danos hepáticos severos e durante a lactação .

Antidispéptico, antiflatulento e antiespasmódico (preparar por tintura, uso interno). Componentes: folhas secas (20 g);  álcool a 45% p/p q.s.p. (100 mL). Orientação para o preparo: estabilizar o material vegetal submetendo à secagem em estufa a 40o C por 48 horas e extrair por percolação. Acondicionar em frasco de vidro âmbar bem fechado em local fresco, seco e ao abrigo da luz. Modo de uso: acima de 12 anos, tomar 60 a 120 gotas (2-3 mL) da tintura diluídas em 75 mL de água, 3 vezes ao dia.  Advertência: não usar em gestantes, lactantes, crianças menores de dois anos, alcoolistas, diabéticos e pessoas com litíase urinária. Não usar em casos de tratamento com sinvastatina e felodipina [1].

 Culinária
Para fins culinários, folhas de hortelã são usadas sempre frescas. As folhas secas são restritas a casos típicos.

 Colaboração
Lauro Xavier Filho, Professor da Universidade Tiradentes (UNIT),  Aracaju (SE).

 Referências

  1. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 1ª ed. 2011. 
  2. US National Library of Medicine (2010): Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016
  3. Food Science and Technology (2011): Investigation of the effects of peppermint on the biochemical and anthropometric profile of university students - Acesso em 05/06/2016
  4. MELLO, E. C. C.; XAVIER FILHO, L. Plantas medicinais de uso popular no Estado de Sergipe. Aracaju, UNIT, 2000.
  5. Gernot-Katzer's Spice Pages: peppermint - Acesso em 05/06/2016
  6. Óleos Essenciais: Menta piperita - Acesso em 05/06/2016
  7. Imagem: FreeBigPictures.com - Acesso em 05/06/2016
  8. The Plant List: Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016

GOOGLE IMAGES de Mentha piperita - Acesso em 05/06/2016